A França a caminho do domínio do rugby de clubes no Hemisfério Norte
A maior prova de clubes do Hemisfério Norte, a European Rugby Champions Cup, realizou-se este ano a 22 de Maio no Twickenham Stadium com um número limitado de 10.000 pessoas, num embate entre La Rochelle e Stade Toulousain. Num evento onde a média ronda as 60 mil pessoas a assistirem, há pelo menos a referir, um incremento relativamente ao ano transacto, onde nenhuma pessoa assistiu ao Exeter Chiefs-Racing Paris no Ashton Gate em Bristol.
A última vitória do Toulouse fora em 2009/2010, numa final frente ao Biarritz e o último embate entre franceses numa final remonta a 2014/2015 em que o Toulon defrontou o Clermont. Depois de um ano de 2020 em que os Exeter Chiefs dominaram internamente e na Champions, desta feita caíram frente ao Leinster, a franquia Irlandesa que ainda dá alguma luta em termos internacionais. Desta feita, o Toulouse e o La Rochelle iriam encher as medidas domésticas com uma final onde o Toulouse ganhou por 18-8 e uma final da Champions onde o resultado seria 22-17.
Curiosamente, a primeira jornada do TOP 14 em 21/22 teve um embate entre estas duas equipas com mais uma vitória do Toulouse desta feita por 16-20. Ronan O’Gara é o actual treinador do La Rochelle e o Toulouse já não conta com Cheslin Kolbe (Toulon) nem com Jerome Kaino e Yoann Huget (aposentados).
A equipa dos rouge et noir, comandada por Hugo Mola, conta com a dupla de médios mais efervescente da actualidade: Antoine Dupont e Romain Ntamack. Esta dupla tem uma capacidade técnica, táctica e de entrosamento, verdadeiramente referencial no panorama do rugby actual e apesar de serem muito novos, comportam-se como veteranos no campo de jogo. Maxime Medard a ponta esquerdo, Thomas Ramos a defesa e Julien Marchand a primeira linha, confluem com a juventude e capacidade para manterem o Toulouse extremamente competitivo, na luta por se manterem a melhor equipa do Hemisfério Norte.
Os jogos do campeonato Francês passaram por uma fase onde se tornava aborrecido visualizar os 80 minutos de jogo, com várias melées, com n penalidades, com n paragens: o jogo tornava-se enfadonho de tão tecnicista. Actualmente e desde há 2 ou 3 anos a esta parte, há uma nova dinâmica no jogo, com mais arrojo ofensivo e menos obstinação defensiva. Para mim, uma eterna devota do PRO 14, tenho-me visto mais motivada a dar um salto ao TOP 14 que à confusa PRO 14, sempre com a Premiership em conta.
Devido aos já quase eternos constrangimentos pandémicos, o novo modelo competitivo da Champions Cup irá compreender duas Pools de 12 equipas cada (8 francesas, 8 inglesas, 4 irlandesas, 3 galesas e 1 escocesa), com quatro jornadas que durarão cerca de nove semanas e terão início em Dezembro. As equipas classificadas nos oito primeiros lugares de cada pool, enfrentar-se-ão num conceito de 16 equipas a jogar em casa e fora, seguido dos quartos, meias e a final em Marselha a 28 de Maio.
Continuará a França o seu caminho para dominar o Hemisfério Norte? Ou a Premiership vai produzir um novo campeão? Ou será que os clubes do United Rugby Championship terão uma palavra a dizer?
One of the all-time greats, Jerome Kaino has played his final pro game ?
56 Auckland caps ?
137 Blues caps ?
62 Toulouse caps?
81 Tests ??
12 Test tries ?
'04 World Rugby U21 POTY ?
?? Top 14 winner
?Champions Cup winner
?? RWCsThanks for the memories Jerome ? pic.twitter.com/qljhNMDDan
— Ultimate Rugby (@ultimaterugby) June 26, 2021