4 jogadores que queremos ver nos Internacionais de Inverno 2019
Agosto e Setembro foram meses marcados pelas despedidas de vários jogadores, ou melhor dizendo, lendas, abrindo um vazio na comunidade da oval. Contudo, o final de 2018 vai marcar o regresso de várias “estrelas” às suas selecções nacionais depois de vários jogos, meses e até anos afastados das mesmas.
De Inglaterra à Nova Zelândia fica a saber quem são os 4 retornados que podem fazer a diferença já em Novembro!
MANU TUILAGI (INGLATERRA)
A maldição Tuilagi pelos vistos mudou de nome e passou a ser maldição Vunipola, pois se o centro regressa às convocatórias de Eddie Jones o nº8 dos Saracens volta a ficar de fora por lesão. Manu Tuilagi foi durante largos anos considerado um dos melhores na sua posição, um centro letal no contacto, com um poder de propulsão e explosão que poucos ou nenhuns têm.
Depois de muitas maleitas, pequenas e graves lesões, o centro nascido na Samoa (mas que se mudou para Inglaterra com só 12 anos) voltou ao seu melhor no início desta época e tem sido decisivo nos “seus” Leicester Tigers não só com ensaios, mas sobretudo pela forma como garante uma defesa coesa e também pela agilidade de movimentos no ataque. Com 27 anos nas pernas, Tuilagi só representou a selecção da Rosa por 26 ocasiões, fruto das tais ausências forçadas, mas sempre que jogou fez questão de dizer “presente”.
Nessas 26 aparições pela formação inglesa foi autor de 11 ensaios, um registo notável para Tuilagi e que pode fazer a diferença num grupo que precisa decisivamente de um atleta diferente no par de centros depois de Ben Te’o, Jonathan Joseph e Luther Burrell não terem conseguido agarrar o lugar.
Poderá actuar ao lado de Owen Farrell, naquilo que deverá ser uma parelha de elevada categoria e que apresenta créditos na força de explosão, intensidade física, entrega na placagem e de alto potencial de quebra-de-linha.
É o regresso pelo qual todos esperavam… será que vai dar outra vida ao grupo comandado por Eddie Jones?
DANE COLES (NOVA ZELÂNDIA)
Depois de um ano praticamente de fora por lesão, no qual foi operado e em que se temeu pelo pior, Dane Coles está de regresso aos All Blacks e deverá fazer o seu retorno em pelo menos um dos test matches de 2018.
Foi complicado para os fãs neozelandeses ver um dos melhores talonadores de sempre perto do “adeus”, depois de uma série de concussões que não passavam, um joelho completamente destruído e até de um problema estranho a nível das costelas que pareciam estar a querer enviar uma mensagem subliminar a Coles.
Felizmente, tudo passou e Coles já jogou na Mitre10 (competição nacional neozelandesa de clubes), dando excelentes sinais do seu retorno à competição. Em relação aos All Blacks, Dane Coles foi bem substituído por Codie Taylor, apesar do nº2 dos Crusaders não ter o mesmo jeito para o manuseamento da oval ou para descobrir “buracos” em comparação com Coles.
É um atleta único pela capacidade de resposta no momento em que tem a bola nas mãos, operando bem como um 3/4’s, somando a isso a força e capacidade de choque de um avançado de ponta. Com Dane Coles em campo a movimentação dos All Blacks torna-se bem mais veloz, denotando-se um dinamismo constante e uma procura incessante por criar constantes dificuldades aos seus adversários.
Igual a Tuilagi, é o regresso que muitos anseiam por, resistindo a questão: conseguirá Dane Coles voltar ao seu melhor?
CHRIS ASHTON (INGLATERRA)
Regresso do Bad Boy à selecção inglesa depois de alguns anos afastado devido a suspensões e outras razões extra-rugby que prejudicaram a carreira internacional do ponta. Chris Ashton aparece em velocidade máxima para tentar não só jogar, como assumir o lugar de titular na Rosa e essa introdução no XV de Eddie Jones pode fazer total diferença. Porquê?
Ashton é um ponta completo, até no que toca à placagem, dotado de um pico de velocidade bem trabalhado, impossibilitando que a defesa o consiga apanhar depois de bem lançado. Com um sidestep bem complicado de ler, o ponta dos Sale Sharks (depois de um ano de sucesso a nível individual no RC Toulon, no qual foi o melhor marcador) é bem diferente de Jonny May, Elliot Daly ou Jack Nowell, com outro tipo de agressividade que muitas vezes garante-lhe uma vitória no 1 para 1 ou na recuperação da oval em pleno ar.
Ashton tem uma personalidade por vezes demasiado competitiva ou irascível, suscitando certas situações complicadas que terminam em cartões amarelos ou em erros defensivos complicados tanto a nível individual como colectivo. Todavia, é o melhor momento para voltar a dar uma oportunidade a um dos pontas com melhor rácio de ensaio/jogo (1 ensaio a cada 2 jogos) na selecção inglesa.
Conseguirá Chris Ashton mostrar que cresceu e que está pronto para ganhar um lugar a 1 ano do Mundial de Rugby?
LOUIS PICAMOLES (FRANÇA)
A introdução de Picamoles nesta lista não é de todo “correcta” uma vez que o nº8 francês actuou 22 minutos na derrota da França em Murrayfield, ante a Escócia nas Seis Nações. De lá para cá, o possante avançado nunca mais foi convocado nem para os restantes jogos das Seis Nações ou para a tour na Nova Zelândia.
Estranhou-se este afastamento de Picamoles dos Les Bleus, até pela suprema qualidade que o 3ª linha detém mas a “justiça” foi reposta com o retorno para estes internacionais de Inverno.
O atleta do Montpellier traz toda uma mobilidade única a partir da 3ª linha, como uma dureza no contacto difícil de “aceitar”, empurrando para trás adversários com alguma facilidade. É o típico 8 do Hemisfério Norte que placa com excelência, desafia cada breakdown como se fosse o último, atira-se aos rucks com volatilidade e não vira a cara à luta constante.
Como dissemos, Picamoles é um 8 europeu clássico, que ainda detém detalhes no handling especiais que fazem a diferença no contacto, equiparando-se no seu melhor a Kieran Read. Jacques Brunel não conseguiu recusar a introdução do 8 nestes jogos de Novembro e a dúvida que resta é se vai ou não assumir a titularidade.
Fará Louis Picamoles diferença nos Les Bleus?