3ª ronda do Mundial de Rugby Feminino: quartos-de-finais confirmados

Helena AmorimOutubro 23, 20224min0

3ª ronda do Mundial de Rugby Feminino: quartos-de-finais confirmados

Helena AmorimOutubro 23, 20224min0
Já temos os quartos-de-finais do Mundial de Rugby feminino apurados, e a Itália conseguiu a sua primeira classificação para fase-final

Realizou-se a terceira e derradeira jornada da fase de grupos do Mundial feminino, com os quartos de final já definidos. No Grupo A, a Austrália defrontou e venceu Gales por 13-7, num jogo muito disputado e a Nova-Zelândia voltou a cilindrar, desta feita, a Escócia por 57—0, tendo marcado nove ensaios.

Nova Zelândia passa com 15 pontos, o que significa que as três vitórias foram majoradas, Austrália com oito pontos e Gales passa também, pois apesar de ter ficado em terceiro lugar com cinco pontos, foi uma das duas melhores classificadas naquela posição.

No Grupo B, Japão voltou a sucumbir, desta feita frente à Itália, por 8-21. Canadá e EUA defrontaram-se num jogo muito entretido, tendo o resultado final ficado em 29-14. Canadá passa em primeiro com quinze pontos e máxima bonificação, seguida de Itália com nove pontos e ainda Estados Unidos com um dos melhores terceiros lugares e cinco pontos.

No Grupo C, Inglaterra defrontou a África do Sul, tendo ganho por 75-0 e a França ganhou a Fiji por 44-0. Assim, Inglaterra passa em primeiro com catorze pontos, França em segundo com onze e Fiji fica de fora com quatro pontos.

A Inglaterra teve algumas mexidas no 15 inicial mas se este resultado de 11 ensaios a 0, veio provar alguma coisa, é que o banco de Inglaterra tem muita qualidade. Os ataques clínicos e sempre com muito apoio, o poderio físico nos contactos (que inclusivamente motivaram dois amarelos para as Sul-Africanas) e o movimento assinatura das Inglesas, estiveram mais uma vez em alta.

Quatro ensaios de lineout drive (ou rolling maul ou driving maul e ainda há quem lhe chame “poesia em movimento”), com a talonadora Connie Powell a colher os frutos de três toques de meta, marcaram novamente a ideia de uma equipa bem treinada. Sobre este movimento de assinatura em particular, Poppy Cleal (nº 8) diz que têm um plano B e C prontos mas que o Plano A tem estado a funcionar muito bem e isso é inegável! De mencionar que todos os ensaios, menos um, foram marcados pelas avançadas.

O hat-trick da segunda linha dos Quins e de Inglaterra, Rosie Galligan, foi talvez o desempenho mais emocionante do jogo. Depois do regresso de Abby Dow (com mais um ensaio neste jogo), de referir o regresso de Rosie Galligan.

Esta jogadora de 24 anos de idade, esteve três anos parada com risco de amputação das duas pernas por complicações da meningite (actualmente é embaixadora da Meningitis Now) e logo de seguida, não foi bem segura num alinhamento e ao cair, destruiu o tornozelo esquerdo. Apareceu neste jogo com um estado físico impecável e uma genuína alegria a comandar os alinhamentos e a conduzir os mauls dinâmicos e claro, três ensaios marcados.

Conta ela, que as viagens de férias que fazia eram sempre para Portugal e França e que Nova –Zelândia foi o mais longe que viajou até à data mas que poder voltar , ainda por cima no maior palco de rugby a nível mundial, é uma inspiração em si mesma. Neste jogo em particular, esteve ao lado de Marlie Packer e Zoe Harrison, capitã e vice-capitã, além de antigas companheiras por cinco anos nos Saracens e no que parece ser uma equipa muito unida e conhecedora mútua dos seus elementos, viu-se toda a excelência técnica e poderio mental desta jogadora, que venceu perante as piores probabilidades.

A Player of the Match foi a primeiro centro Tatyana Heard, a top playmaker neste embate.

 

Os quartos de final estão assim delineados:

As Black Ferns não deverão ter muito trabalho para ultrapassar um lado, trabalhador é certo mas menos capaz, que é a equipa de Gales e mais um embate entre Canadá e Estados Unidos não deverá ser muito mais que morno.

O verdadeiro interesse virá do jogo entre França e Itália, com a equipa Italiana a passar pela primeira vez a esta fase de um Mundial e com boas indicações nos três jogos que fez na fase de grupos além de ter batido a França num jogo pré-mundial.

A Inglaterra também terá de estar muito afinada para defrontar um pack Australiano forte e no fundo, a única equipa que até agora deu algum trabalho mais que nenhum à Nova Zelândia. A tarefa será inda mais difícil com algumas lesões junto das pilares e uma possível citação a Sarah Bern.

 


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