3 Pontos do SR 2019 Ronda 18: os 8 finalistas estão apurados!
KIWIS PASSAM DE 2 EQUIPAS PARA 4 NOS QUARTOS-DE-FINAL
Foi um final de fase-regular peculiar e estranho já que três das oito equipas com claras hipóteses de chegar aos quartos-de-final do Super Rugby foram derrotados por números excessivamente “gordos”, em especial as equipas australianas dos Waratahs e Rebels, com a equipa de Nova Gales do Sul a ser vergada pelos Highlanders por uns 49-12 e a formação liderada pelo duo Will Genia e Quade Cooper a serem autenticamente esmagados em casa ante os Chiefs nuns incríveis 59 pontos a 8.
Com estes dois resultados tanto a equipa treinada por Aaron Mauger e Colin Cooper passavam a fazer parte dos 8 finalistas desde que no dia seguinte não houvessem vitórias dos Lions e Stormers, duas equipas que com 4 pontos de vitória afastavam as suas congéneres neozelandesas da fase-final. Chegou o dia e nem os tri vice-campeões do Super Rugby foram capazes de vergar os Bulls em Loftus Versfield (no 3º destaque desta 18ª ronda explicamos o que se passou por lá), nem os Stormers tiveram capacidade mental ou técnica para ganhar a uns frágeis Sharks desprovidos de Curwin Bosch mas bem liderado pelos irmãos Du Preez.
Ou seja, Chiefs e Highlanders estiveram pelo menos 6 semanas fora da qualificação para a fase-final, iniciando uma recuperação, que no caso dos Chiefs será para sempre relembrada já que entre as vitórias memoráveis a conseguida frente aos Crusaders em Suva (o melhor jogo do Super Rugby 2019, a par dos Chies-Blues) ficará nos pergaminhos da edição de 2019 do Super Rugby.
Nos quartos-de-final então ficam assim os jogos escalonados:
THOMAS BANKS… UM “DESCONHECIDO” CANDIDATO AO LUGAR DE Nº15 NOS WALLABIES?
Os Brumbies foram a melhor equipa da Austrália de forma completamente diferenciada (14 pontos de diferença para o 2º lugar da conferência aussie) e a 4ª melhor franquia da classificação geral do Super Rugby, só atrás de Crusaders, Hurricanes e Jaguares (espectacular época dos argentinos que estão há 5 jogos consecutivos a ganhar), numa reviravolta de cenários espectacular já que as equipas mais badaladas pela imprensa e lendas do rugby aussie eram os Rebels (Cooper e Genia encheram páginas de jornais durante semanas a fio), Reds (a revolução de Brad Thorn) e Waratahs (Foley, Folau, Phipps, Ashley-Cooper, etc).
No final quem saiu por cima foi então a equipa de Canberra que nem teve o prazer de poder alinhas David Pocock em 90% da temporada, uma vez que o 3ª linha está lesionado e sem qualquer hipótese de prestar ajuda agora nos quartos-de-final.
O último jogo de encerramento da época regular colocou Brumbies e Reds frente-a-frente, numa última tentativa de Brad Thorn provar que os seus miúdos tinham competências suficientes para ganhar aos 1ºs classificados da divisão australiana, enquanto que para os Brumbies era importante ganhar com ponto de bónus ofensivo para chegar à fase a eliminar com a melhor classificação possível e motivação em alta. Qual dos dois cenários aconteceu? O segundo!
Os Brumbies foram arrasadores a partir dos 10 minutos de jogo, operando não só uma reviravolta bem conseguida mas também uma exibição categórica, intensa e apaixonada que viu Lachlan Mccaffrey a liderar os avançados com uma prestação totalmente demolidora, não sendo necessário colocar Peter Samu (tem sido um dos cinco melhores jogadores da franquia de Canberra) muito tempo em campo, para além de duas flechas altamente velozes e quase impossíveis de apanhar em campo aberto: Tom Wright (22 anos) e Thomas Banks, e é precisamente por este último que vamos acabar o 2º destaque da 18ª ronda.
Banks tem 24 anos, já alinhou pelos Wallabies por 4 ocasiões e tem qualidades que podem dar outra cor e forma à posição de nº15 da selecção australiana: leitura dos espaços e aceleração para cima desses nos momentos X; facilidade em transitar do jogo de bola corrida para os pontapés altos, onde efectua uma perseguição bem composta; pormenores e skills bem apetrechados que conferem outra forma de atacar a linha de defesa; bom comunicador na defesa e apresenta timings de excelência no momento de intervir na linha defensiva.
Frente aos Reds somou cerca de 140 metros conquistados, 1 quebra-de-linha e 5 defesas batidos, abrindo espaço para que depois da incursão ofensiva se desse um ataque rápido e voraz que acabou em ensaio em menos de três fases nas oportunidades dispostas pelos Brumbies. Uma época espectacular de um atleta que aos 24 anos reclama um lugar nos Wallabies. Vai consegui-lo?
HANDRÉ POLLARD A DAR A ESTOCADA FINAL NOS LIONS
Foi talvez o jogo mais caótico da última ronda da fase regular do Super Rugby 2019, o encontro que opôs Bulls de Pretória e Lions de Joanesburgo e o resultado de 48-27 a favor dos “touros” é uma das provas em defesa dessa tese. Bulls já tinham praticamente o lugar assegurado nos quartos-de-final da competição e só um cataclisma poderia mudar o quer que seja, contudo não foram de modas e seguiram para uma exibição totalmente dominadora com Handré Pollard ao leme.
O médio-de-abertura foi responsável por um ensaio e duas assistências, para além de uma dezena de jogadas de alto capricho abrindo a defesa dos Lions de uma forma constante e complicada, com a franquia de Joanesburgo a ter grandes problemas em encontrar alguma forma de estancar o jogo corrido dos Bulls, registando consecutivas falhas de placagem ou más abordagem às unidades adversários ofensivas.
Pollard foi um génio em demolir os Lions, seja por passes com 30 metros de distância (realmente quando tem espaço consegue colocar a oval ao pé ou à mão onde e como quer), na saída do jogo ao pé ou na aceleração no contacto para depois encontrar um offload mordaz e letal que acaba por dar ensaio (ver o último ensaio dos Bulls da autoria de Manie Libbok) e especialmente na saída em contra-ataque.
Foi na forma como o abertura montou o jogo ofensivo de uma forma excepcional surgindo numa forma verdadeiramente eléctrica que tem de fazer a diferença nos quartos-de-final. Não estando forte na conversão dos pontapés de penalidade ou de conversões de ensaio (67% de eficácia neste último jogo) é pela forma como carrega a oval e lidera os Bulls que pode e vai fazer a diferença.
OS JOGADORES-PORMENORES DA SEMANA
Melhor Chutador: Elton Jantjies (Lions) – 14 pontos (4 penalidades e 1 conversão) e 90% de eficácia
Melhor Placador: Ernest Van Rhyn (Stormers) – 19 placagens (95% de eficácia)
Melhor Marcador de Ensaios: Shaun Stevenson (Chiefs) – 3
Melhor Marcador de Pontos: Shaun Stevenson (Chiefs ) – 15 pontos
O Rei das Quebras-de-Linha: Shaun Stevenson (Chiefs) e Sebastian Cancelliere (Jaguares) – 5
O Jogador-Segredo: Peter Umaga-Jensen (Hurricanes) – 2 ensaios, 2 quebras-de-linha, 5 defesas batidos, 6 tackle busts;
Lesionado preocupante: Nada a apontar
Melhor Ensaio: Sam Cane (Chiefs) vs Rebels: o verdadeiro ensaio de equipa!