3 destaques da 1ª jornada do Super Rugby Trans-Tasman 2021
Primeira jornada do Super Rugby Trans-Tasman com vitórias só das franquias neozelandesas, apesar dos sustos que os Burmbies e Western Force ofereceram aos Crusaders e Chiefs (curiosamente, os finalistas do Super Rugby Aotearoa), marcando uma excelente primeira jornada carregada de ensaios, pormenores técnicos de alto calibre e muito mais.
O DESTAQUE: HIGHLANDERS EM MODO CAÇA DE CAMPEÕES
Ninguém achava que os Queensland Reds, campeões do Super Rugby AU em 2021, aguentassem o Trans-Tasman todo sem consentir uma derrota, mas foi estranho ver os comandados de Brad Thorn sucumbir logo no 1º encontro com uma franquia neozelandesa, ainda por mais por uma diferença substancial de 40-19 a beneficiar os Highlanders. Sim, os Reds não entraram em campo com Hunter Paisami, Harry Wilson, Jordan Petaia (não foram convocados por opção ou lesão), Taniela Tupou, Fraser McReight ou Lukhan Salakaia-Loto (todos no banco), só que esse facto não explica totalmente os 21 pontos de diferença ostentados no final do encontro, que poderiam ter sido 28 caso a equipa neozelandesa tivesse optado por chutar para fora para terminar o jogo dois minutos antes.
Como é que os Highlanders, o 4º classificado do Super Rugby Aotearoa e massacrado por lesões em alguns dos seus jogadores principais, foram capazes de derrubar a franquia campeã da Austrália? Competência nos básicos, conexão entre as 15 unidades de campo e eficácia nas acções incisivas dentro dos 30 metros finais da defesa dos Reds. Aaron Smith e Mitch Hunt estiveram naquele patamar fulcral para os Highlanders conseguirem marchar com certeza quando tinham a oval em seu poder, encontrando bons portadores em Billy Harmon (uma prestação de excelência do asa que foi considerado a melhor contratação do AU/Aotearoa pelo Fair Play), Jona Nareki (excelentes linhas de corrida e capaz de agarrar defesas adversários) ou Kazuki Himeno, com isto a possibilitar criar boas situações de ensaio ou de ataque, com os Reds, no limite, a serem forçados a parar esta volatilidade dos seus adversários através de penalidades em zonas proibidas.
Com um maul dinâmico letal, como revelam os três ensaios dos talonadores Ash Dixon e Liam Coltman, um combo rico entre o 9 e 10 que abriu espaço para depois alargarem o perímetro de jogo e assim chegar à área de validação por Sio Tomkinson e Ngatungane Punivai e um bloco compacto na defesa (de todos os jogos deste Trans-Tasman, foram os Highlanders com melhores números na eficácia na placagem), a franquia de Dunedin garantiu uma vitória por 5 pontos que relança a temporada, sem o apoio de Tony Brown no comando, pois está ao serviço da selecção japonesa neste momento.
Foi a exibição mais completa entre as 10 franquias deste campeonato cruzado entre Austrália e Nova Zelândia, e, também, a mais surpreendente seja pelo resultado final, a capacidade para limitar os super Reds e força para se reinventar.
GONE IN 35 SECONDS! ?
The @Highlanders score first against the @Reds_Rugby in Dunedin. Don't miss the action LIVE NOW on @skysportnz #SuperRugbyTT #HIGvRED pic.twitter.com/ZH3VHwYgBw
— Super Rugby (@SuperRugbyNZ) May 14, 2021
O “DIAMANTE”: SALESI RAYASI (HURRICANES)
Quase 200 metros na visita ao campo dos Waratahs, valeu a Salesi Rayasi o destaque de melhor jogador da semana, não só pelos impressionantes números, como também pelo facto de ter conferido profundidade e letalidade às acções de ataque dos Hurricanes. Foi quem mais quebras-de-linhas e defesas batidos somou nesta primeira jornada do Super Rugby Trans-Tasman, com 6 e 10 respectivamente, iniciando quatro jogadas que resultaram em ensaio da franquia de Wellington passados dois passes, representando sempre perigo a cada recepção de bola e arrancada, com cada um desses arranques a serem pulsadso por um brilhantismo e um génio diabólico puro, que tira, por completo, a monotonia de qualquer jogo.
Os Hurricanes caíram num jogo frenético, de pouca competência defensiva e onde o apoio à placagem foi várias vezes esquecido por vários dos seus elementos (Dane Coles criticou a prestação da sua equipa após o apito final), mas Rayasi conseguiu não ser um problema na defesa, seja na placagem (3 placagens efectivas) ou no saber limitar dos espaços aos pontas dos Waratahs, tendo só cometido dois erros na subida rápida aos pontapés, expondo as suas costas.
De qualquer forma, compôs com Jordie Barrett e Julian Savea um excelente trio, que significou pontos e um caminho para uma espectacular vitória no que toca ao ataque.
O “DIABRETE”: REBELS NA QUEDA PARA UM ABISMO?
Os Waratahs foram a pior franquia australiana no Super Rugby AU, arredados para o último lugar e criticados tanto pela falta de soluções, ausência de carisma ou a inércia para lutar contra as adversidades, trocando de lugar com a Western Force e, claro, Melbourne Rebels. Todavia, no arranque do Super Rugby Trans-Tasman, o “prémio” da pior formação australiana em campo coube aos Rebels, que consentiram uma derrota por 03-50 na recepção aos Blues, a mais “pesada” da 1ª jornada da competição, enquanto Waratahs ofereceram um bom desafio aos Hurricanes e a Western Force ficou a um pontapé da vitória.
Era esperado? A vitória dos Blues de Leon MacDonald, sim. A derrota por números tão significativamente pesados? Não. Os Rebels tiveram uma oportunidade para se aproximar do resultado a 4 minutos do intervalo, quando se viram a jogar contra 14 (amarelo a Adrian Choat) e com um alinhamento a escassos 5 metros da área de ensaio dos Blues, ficando tudo e todos à espera de novo maul dinâmico e o ensaio.
Mas, e há sempre um “mas” neste tipo de momentos, os Rebels não só perderam a oval, como possibilitaram aos seus rivais começarem um contra-ataque que terminaria no primeiro ensaio do jogo, estendendo quase uma passadeira vermelha aos Blues para continuarem a somar ensaios e pontos. Estes 7 pontos sofridos acabaram por ser o ponto final do jogo dos Rebels, uma vez que a partir deste momento todo o domínio ficou nas mãos dos Blues, que pacientemente construíram boas fases de ataque, para se seguir um espectáculo no handling com uma série de offloads que tiraram expressão à capacidade de placagem dos Rebels, ficando assim reféns daquela dinamismo eletrizante e que acabou por tornar interessante este encontro.
A falta de qualidade na formação-ordenada, que resultou em 5 penalidades a favorecer os Blues, os erros nas opções estratégicas (os pontas longe dos acontecimentos e a 3ª linha algo desalojada do jogo corrido) e a falta de forças oferecidas pelos suplentes, ajudaram também caminhar para esta derrota que os coloca no último lugar, para já, do Super Rugby Trans-Tasman.
? Just framing this try because WOW! ?@BluesRugbyTeam make a statement with a 50-3 win over the Rebels in Melbourne ?
Sky Super Rugby Trans-Tasman is a try fest! Don't have Sky? Get instant access when you start your Free Trial of Sky Sport Now >> https://t.co/hjQvDJNXPt pic.twitter.com/URk0pEXddD
— Sky Sport NZ (@skysportnz) May 15, 2021
OS STATS DA JORNADA
Melhor marcador de pontos (jogador): Jordie Barrett (Hurricanes) – 19 pontos
Melhor marcador de pontos (equipa): Hurricanes – 64 pontos
Melhor marcador de ensaios (jogador): Vários – 2
Melhor placador: Ash Dixon (Highlanders) – 17 placagens
Maior diferencial no ataque (jogador): Salesi Rayasi (Hurricanes) – 172 metros conquistados, 6 quebras-de-linha, 10 defesas batidos, 5 tackle-busts e 1 assistência