Campeonato Nacional de Remo com pouca emoção

Estevão PapeJulho 6, 20185min2

Campeonato Nacional de Remo com pouca emoção

Estevão PapeJulho 6, 20185min2

No passado fim de semana, dia 30 Junho e 1 de Julho, decorreu o Campeonato Nacional de Remo na pista de Montemor-o-velho. Foram dois dias intensos de competição, com todos os escalões presentes. No escalão principal, de seniores, vimos poucas regatas com emoção mas mesmo assim o skiff (1x) e o shell 8 (8+), ambos masculinos, foram as regatas mais emocionantes e esperadas do programa.

A competição

As regatas começaram no sábado, logo pelas 8h30, com as eliminatórias dos mais novos, os benjamins que competiram na distância de 500 metros, até aos juvenis,  competir em 1500 metros. Só ao final do dia, Juniores e Seniores, a competir na distância total de 2000 metros, iniciaram as eliminatórias.

E foi logo nas eliminatórias, no escalão superior, que começou a pouca emoção deste fim de semana: o contra-relógio no skiff sénior masculino. Como antecipámos, no nosso artigo antes do Campeonato, a luta por um lugar no 6 melhores e na Final A foi aguerrida. Vários atletas que trabalham com a Equipa Nacional estavam presentes e também outros com provas dadas no remo nacional. Miguel Duarte, da Associação Naval de Lisboa, venceu o contra-relógio com um tempo de 7:43.9, logo seguido do Olímpico Nuno Mendes com 7:44.85. Diogo Coelho (Sport) , Eduardo Sousa (Académica), João Moreira (Galitos) e Henrique Moreira (Galitos) fecharam o lote dos 6 melhores. Carlos Cruz, ex-remador da Equipa Nacional e vencedor desta prova no passado, ficou em 7º lugar, não conseguindo a qualificação. A Final A de domingo prometia ser interessante.

O dia de sábado teve ainda um pequeno percalço, com a paragem das provas por cerca de 1 hora, durante as finais dos mais novos, devido à forte chuva que se fez sentir. Esta paragem atrasou bastante o dia, sendo o momento do dia que criou mais protestos por parte dos clubes.

No segundo dia de competição, antes das finais de juniores e seniores, competiram os mais velhos: os veteranos. O sistema de handicaps torna a conquista de uma medalha mais difícil, mas também mais competitivo.

No domingo, começando pelos femininos, o destaque vai para o Sport Club do Porto e para a sua atleta Eva Gonçalves. O Sport venceu os 6 títulos de seniores femininos e Eva Gonçalves esteve presente em 5 deles: 1x Absoluto, 1x ligeiro, 2x Absoluto, 2x Ligeiro e 4x Absoluto. Este clube tem dominado o remo feminino ano após ano, embora o Viana Remadores do Lima e o Caminhense continuem a trabalhar para “roubar” títulos ao clube do Porto.

Em relação aos seniores masculinos, as provas mais esperadas eram do 1x e do 8+. As provas de 2x, 4x e 4- foram ganhas pela ANL, Académica e Caminhense respectivamente, com revalidação dos respectivos títulos do ano passado.

O titulo de 4- já pertence ao Caminhense desde 2014, sendo este o 5º titulo consecutivo. As restantes equipas ficaram longe dos respectivos vencedores, que sem dúvida trabalharam bem durante o ano para vencerem confortavelmente as suas provas.

Em relação ao 4x, a equipa da Académica, com remadores muito experientes e fortes, dava pouca esperança aos seus competidores. Do mesmo modo, Manuel Pita e Ricardo Russo, da ANL, mostraram uma boa performance em Gondomar, afastando as esperanças da vitória fugir ao clube de Lisboa.

A prova de 2- sénior previa uma luta entre a ANL e a Académica, depois dos resultados na regata de Gondomar e Litocar. A vitória sorriu à equipa da Académica, que também conquistou a medalha de bronze.

No 1x, prova bastante esperada, Miguel Duarte, Nuno Mendes e Eduardo Sousa chegavam aos últimos 500 metros de prova bastante perto uns dos outros. Nuno Mendes com um ligeiro destaque sobre os mais novos, acabaria por vencer com cerca de 2 segundos de vantagem. A decisão do 2ª e 3ª lugar ficava para o photofinish. O atleta da Académica e da equipa nacional de sub23, Eduardo Sousa, levava a melhor sobre Miguel Duarte. Embora uma prova muito dura e disputada, todos os três atletas pareciam bastante satisfeitos no fim da prova. Um referência para o atleta do Sport, Diogo Coelho (terminou em 4º) que largou muito rápido e com muita garra, demonstrando a sua enorme vontade de fazer um bom resultado e tentar surpreender os seus adversários.

Na última prova do dia, o 8+ masculino, uma vez que não houve eliminatórias e em Gondomar as equipas não fizeram a regata totalmente frescas fisicamente, havia alguma incógnita. Sabíamos que as equipas do Infante e do Fluvial não tinham disputado qualquer prova durante o fim de semana e a equipa do Caminhense, apenas metade tinha disputado o 4-. A equipa da Académica também fazia parte da equação para o pódio, mas uma falsa largada desclassificou-a da prova.

No final era a equipa do Fluvial, que perseguia este titulo desde 2012 (ultimo ano que venceu a prova), que vencia a Taça Lisboa e fazia a festa. A equipa campeã e supostamente mais forte fisicamente, o Infante, não conseguiu melhor que o 3ª lugar, após uma época mais atribulada. O segundo lugar ficava para o Caminhense, que voltava assim ao pódio do 8+, após o 4ª lugar de 2017 e 8º lugar de 2016.

Para terminar o dia, ainda houve tempo para uma prova de demonstração de 8+ Femininos, com 9 equipas mistas a disputar a distância de 1000 metros em duas eliminatórias.

Mais informações, resultados e fotos podem ser consultados na página de Facebook e site da Federação Portuguesa de Remo 


2 comments

  • Manuel António

    Julho 9, 2018 at 8:58 am

    Onde está o FAIR PLAY desta noticia, realmente esta noticia demonstra motivos de preocupação uma vez que se trata de um vice presidente da FPR.

    Onde estão os resultados dos juniores? Se calhar não competiram!!! Se calhar não teve emoção suficiente e não mereceu qualquer referencia ou não deu jeito.

    Quem comenta este espaço percebe de remo? Que história tem na modalidade que lhe dê conhecimento para comentador?

    Qual a veracidade da noticia, alguém quer falar na justificação dada, alguém que comentar o facto de algumas equipas serem tratados pelo nomes próprios e os outro pelo seu Clube?

    VIVA A ESTE TIPO DE FAIR PLAY QUE DE FAIR PLAY NÃO TEM NADA.

    Desculpa se te aleijamos:)

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    • Estevão Pape

      Julho 9, 2018 at 1:00 pm

      Olá Manuel António, escrevo neste espaço a titulo pessoal e faço o que posso. Posso debitar os resultados dos juniores, mas não os conhecendo, seria apenas isso. Fará sentido falar nos nomes de equipas de 4 ou de 8? Fará sentido não falar de nomes em barcos com o skiff? Triste que em vez de participarem, ajudarem, opinarem, vêem perseguição em tudo o que se faz. Poderia também discutir aqui, mas conhecendo-me e facilmente obtendo os meus contactos, poderias ter-me passado a tua opinião.

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