O Regresso da Competição, versão “2020-b”

Francisco FigueiredoSetembro 21, 20202min0

O Regresso da Competição, versão “2020-b”

Francisco FigueiredoSetembro 21, 20202min0
Tem sido difícil para o desporto regressar à normalidade e o Professor Francisco Figueiredo deixa uma mensagem de força e algumas questões para o futuro próximo do desporto português e mundial

Vivemos um momento de grandes incertezas e o tempo que atravessamos pede alguma cautela, mas também pragmatismo. As questões sanitárias que se colocam atualmente levam a que toda a atividade da sociedade, tal como a conhecemos, está sujeita a ajustes, e teremos efetivamente que nos adaptar a uma nova dinâmica. Como é obvio, o mundo do desporto não foge à regra.

A retoma da atividade desportiva tem sido feita de forma progressiva e pese embora se possam sempre questionar a estratégia seguida, a pouco e pouco vamos entrando numa nova “normalidade”: procedimentos sanitários, distanciamento físico e todo um conjunto de normativos da Direção Geral de Saúde (DGS) a seguir. Não gosto do termo “distanciamento social”, porque o homem, enquanto ser que vive em sociedade, não pode (ou no mínimo, não deve…) fechar-se em si mesmo e isolar-se dos seus pares. A vida em comunidade deve, na minha opinião, manter as suas dinâmicas, embora tenhamos que ajustar alguns comportamentos. Assim, a atividade física e o Desporto enquanto atividades promotoras da saúde e bem estar quer físico, quer psicológico, deve ser uma área onde devemos prestar atenção.

Vamos recomeçar a atividade competitiva da Patinagem de Velocidade. Estão já calendarizadas algumas das competições que ficaram por realizar, mas toda a envolvência desta atividade implica um grau de responsabilização de todos os intervenientes: pais, atletas e dirigentes.

Não basta que haja regras definidas para orientar a conduta nas provas se não estivermos todos conscientes de que toda a prevenção passa pela nossa postura. Vai ser um arranque com alguma “estranheza”, pois não devemos estar como estávamos anteriormente, sem no entanto perder de vista o grande objetivo social e sanitário do desporto. As crianças e jovens necessitam destas interações para que possam crescer de forma adequada, sendo esta fase importante também para, em termos educativos, fomentar a responsabilização em todos pelas suas atitudes enquanto membros da sociedade.

Que “preço desportivo” iremos pagar? Está por calcular… mas com certeza que depois de quase seis meses sem competição, e mesmo mantendo um nível de treino aceitável, não há nada que substitua o peso da interação com o adversário em termos da evolução do atleta. E este ano essa interação foi muito reduzida (ou quase nula em muitos casos).

Vamos então retomar a prática, sempre com elevado sentido de responsabilidade e cidadania, porque nunca foi tão importante preocuparmo-nos com o outro: existe sempre alguém por perto pertencente a um grupo de risco, e os nossos comportamentos serão, como sempre foram mesmo antes da Pandemia, determinantes para que tudo corra bem.


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