Patinagem de Velocidade: O balanço Internacional de Portugal em 2021
Como todos sabemos, esta fase pandémica provocou uma série de constrangimentos ao nível da prática física em geral e do treino desportivo em particular – e Portugal não fugiu à excepção, onde se inclui a Patinagem de Velocidade. No entanto, abriu também uma série de oportunidades para que todos os agentes desportivos pudessem refletir um pouco mais a frio sobre as suas práticas sem a pressão do contexto competitivo.
Com o retomar da atividade desportiva e da competição acabámos por ver postas à prova as competências de adaptabilidade e inovação de treinadores, atletas e dirigentes, sendo que após tão longo período de inatividade competitiva a expetativa relativamente à condição dos atletas era grande.
Desde maio, altura em que as competições de Patinagem de Velocidade em Portugal retomaram, fomos verificando o nível de preparação que existiu nas fases de maiores restrições e havia grande expetativa com o trabalho efetuado nos outros países. Sabíamos, pelas redes sociais e alguns contactos com técnicos estrangeiros, que Itália, França e Espanha tinha traçado o seu caminho ao nível das seleções, beneficiando também da conjuntura dos seus países ao nível das autorizações para treino desportivo. Com a aproximação das grandes provas internacionais como o Campeonato da Europa, a expetativa aumentou.
Passado que foi o Europeu, o balanço só pode ser considerado extraordinário, pois mesmo neste cenário pandémico, com uma competição organizada em casa, mas sem a presença de público, os patinadores portugueses estiveram em excelente plano, atingindo o melhor resultado de sempre num Campeonato da Europa, com a particularidade de Portugal atingir o tão ambicionado Título Europeu em Seniores, através de Diogo Marreiros que deu corpo a um excelente trabalho de equipa protagonizado por Martyn Dias e Miguel Bravo. Aliás, não foi um título, mas sim quatro!
Acresce ainda que, também no escalão maior da modalidade, Portugal obteve a primeira medalha de sempre na especialidade de velocidade por João Afonso. Para além destes feitos históricos, medalhas ainda em juniores masculinos, juvenis masculinos e juvenis femininos, sendo que em todos os escalões os resultados foram bastante positivos.
Com os resultados obtidos no Campeonato da Europa nos escalões de formação, nomeadamente as medalhas de Marco Lira, Gonçalo Abreu, Luís Silva, António Piteira, Tiago Monteiro, Jéssica Rodrigues, Bibiana Silva, Joana Vieira, João Branco, e as boas classificações dos restantes atletas, perspetiva-se também um caminho de sucesso para Portugal a nível internacional.
A estes resultados da formação somam-se ainda as excelentes classificações no Challenge de Cadetes através das vitórias de Francisca Henriques e Martim Vieira, e o pódio de Pedro Brito, o que deixa antever que, com grande trabalho e visão de futuro, poderemos ambicionar a elevar ainda mais a fasquia qualitativa dos resultados obtidos.
Em resumo, os países que mais cedo conseguiram voltar ao terreno tiraram partido da situação, com a Itália a ser a grande dominadora no panorama europeu, seguida da França, Espanha e Bélgica. Portugal afirmou-se como a 5ª melhor seleção de todo o Europeu, mostrando que pode ambicionar chegar aos três primeiros lugares a médio prazo.
Importa agora que estes resultados não sejam apenas um episódio, mas que sirvam de ponto de partida e motivação para um projeto alicerçado em organização, planeamento e procura pela excelência desportiva. Compete agora a todos os agentes desportivos da modalidade, com início na Federação, em conjunto com as Associações, Clubes e atletas, traçar o rumo em direção ao futuro que todos pretendemos que seja de grande sucesso.
Próximo objetivo: Mundial na Colômbia, entre 6 e 13 de novembro!