Iniciação à Patinagem de Velocidade – Percursos Alternativo, o que são?

Francisco FigueiredoFevereiro 28, 20183min0

Iniciação à Patinagem de Velocidade – Percursos Alternativo, o que são?

Francisco FigueiredoFevereiro 28, 20183min0
O que são os percursos alternativos na Patinagem de Velocidade? Francisco Figueiredo explica do que se trata e como se insere na vossa iniciação à modalidade

Para quem não conhece a modalidade poderá ficar a pensar: “percursos alternativos? Mas a Patinagem de Velocidade não consiste em provas num circuito estilo pista de atletismo?”. Pois, nem sempre… é que para além dos percursos tradicionais de pista e indoor (pavilhão), temos a variante de estrada, onde podem existir também contracurvas no percurso.

Para além disso, mesmo num percurso “tipo pista de atletismo” existem muitas nuances no decorrer da prova que exigem aos patinadores outras competências para além do patinar para a frente e cruzar nas curvas.

Neste sentido, os percursos alternativos podem (e devem…) ser utilizados nas camadas mais jovens para potenciar competências que já abordamos em artigos anteriores (destreza, agilidade), mas também noções táticas interessantes, como a trajetória a efetuar em função dos adversários, como ganhar terreno ao adversário que segue à nossa frente ou proteger a posição dos ataques do adversário que segue atrás de nós.

Esta componente tática é muito importante para que o patinador possa depois aplicar estas competências a outro nível competitivo, sabendo defender a sua posição num pelotão ou adotar trajetórias mais ofensivas ou defensivas, de acordo com os objetivos a atingir na prova.

Neste sentido, a organização de provas nos escalões de formação com percursos diferenciados irá proporcionar todo um conjunto de circunstâncias em competição que exigirão dos patinadores o desenvolvimento das competências de antecipação, colocação do corpo relativamente às curvas, retas e adversários em prova. Irá assim aumentar-se a capacidade de resposta do patinador para situações que decorram de uma prova exigente.

O facto de este tipo de percurso também reduzir a velocidade de prova faz com que as assimetrias decorrentes da diferença de estatura pela maturação biológica diferenciada se esbatam, colocando assim todos os adversários mais perto uns dos outros. Proporciona-se assim mais interação entre os mesmos.

Com o circuito dito “tradicional” o patinador “maior” (ou mais maduro biologicamente) tende a evidenciar-se sem que isso reflita de forma direta maior qualidade de patinagem ou capacidade de gerir este tipo de situações.

Por serem indivíduos que geralmente não têm concorrência e se habituam a correr sozinhos na frente ficam sem este tipo de experiência, que mais tarde se pode revelar impeditiva de maior desenvolvimento técnico-tático. Revelam-se dificuldades em andar em pelotão, negociar ultrapassagens e outras situações a que nunca foram sujeitos.

Assim, pretende-se que estas provas em percursos alternativos (em sentido contrário, com contracurvas, com mudanças de direção e sentido…) sejam um garante de maior preparação dos patinadores no sentido de estarem mais habilitados a encarar as provas de futuro e não apenas de serem os “campeões da sua rua” enquanto estão em idade de formação.


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