Oeste e Este a batalha de sempre da NBA é dominada por quem?
Neste momento, o resultado no confronto directo entre conferências na NBA está em 85-58. A diferença entre os dois lados da liga é muito superior ao ano passado (79-84, há exactamente um ano) e ainda mais superior ao que foi previsto por quase todos os analistas este ano. A ideia da emergência de Philadelphia e Milwaukee, com os Celtics e Raptors muito mais fortes que no ano anterior deixou no ar que iria haver mais paridade entre Este e Oeste, mas tal não se tem revelado suficiente.
Como falámos no mais recente podcast do “Big4”, o próximo draft está recheado de talento muito para além das primeiras escolhas e poderemos ter duas situações a resultarem da actual situação da liga.
A Oeste há 14 equipas perfeitamente na luta pelos playoffs, os texanos dos Rockets (11-14) e Spurs (13-14) estão na mó de baixo, juntamente com os Jazz (13-14), mas são só estas três que têm mais derrotas que vitórias, no grupo das 14. A excepção é unicamente Phoenix (4-22) que tem todas as condições para atacar Zion Williamson em Junho.
Portanto o facto de haver 14 equipas para oito lugares num lado, significa que seis boas-excelentes equipas vão parar à lotaria no Oeste, por outro lado, os grandes nomes do draft 2019, menos um, deverão acabar no Este. Digo isto desta forma porque haverá mudanças em junho, no que toca às probabilidades das bolas de ping-pong e, os franchises com os cinco piores records na NBA têm uma chance de ficar com o top5 do draft de 69,3%. A tabela em baixo mostra em detalhe todas as possibilidades no sorteio.
Continuando, a narrativa de que o Este está mais próximo do Oeste em qualidade ainda deve demorar uns anos a ser construída. É bastante provável, como já indiquei em cima, que quatro do quinteto Williamson, RJ Barrett, Bol Bol, Cameron Reddish e Kevin Porter, acabem a leste, porque o que está a fazer a diferença na tabela classificativa não é a troca de talento que ocorre todos os anos entre os dois lados da NBA, mas sim o desenvolvimento dos projectos de rebuild que aceleraram tremendamente no Oeste.
Na conferência Este estamos a assistir a muitos projectos em fase de explosão, ou seja, terminal, como o caso de Washington e, suspeito que aconteça lá mais para a frente, em Miami e Charlotte, sendo que ainda se pode juntar aqui o dos Cavaliers que acabou de levar um reset com a saída de Lebron James.
Somando a isto, há uma série de rebuilds morosos, como o das duas equipas de Nova Iorque, e o de Orlando. Para além destes exemplos, existe ainda o caso de Atlanta que há dois anos perdeu o seu cinco inicial e só em 2018 conseguiu uma escolha no top5 do draft. Finalmente, em Chicago gostam de interromper os rebuilds com chicotadas psicológicas desnecessárias e que obviamente atrasam o franchise a sair do fundo do poço.
No Oeste o contraste é quase total, até os Sacramento Kings deram um salto qualitativo com as rédeas da equipa entregues a Buddy Hield, como devia ser. Os Timberwolves, mesmo perdendo o melhor jogador para Philadelphia, continua a garantir um projecto ganhador que pode perfeitamente ultrapassar as 40 vitórias, mesmo tendo o pior contracto da NBA, em Andrew Wiggins. Naturalmente que ter Lebron James é fundamental, mas a sua presença também fomentou um melhor aproveitamento do talento jovem que os Lakers vêm a acumular há cinco drafts.
Há ainda uns derradeiros dois casos que valem a pena elogiar pela forma como surgiram de um ano para o outro. Dallas contractou DeAndre Jordan e o melhor jogador de 19 anos que o Mundo viu em muitos anos, Luka Doncic, e os resultados estão à vista. O novo franchise player dos Mavs já produz como starter da NBA, como todos os europeus que o viram ser MVP da Euroliga bem sabiam que ia acontecer.
Basta terem assistido ao jogo em que os Bucks, um dos grandes candidatos a chegar à Final da NBA, levaram 32 em Dallas (79-111), para se perceber que quando uma equipa do Este viaja para o outro lado, não encontra jogos fáceis em lado nenhum a não ser em Phoenix.
Para terminar, a equipa que perdeu DeAndre Jordan no verão, os LA Clippers, que perderam os seus três all-stars num espaço de 12 meses, mas que, muito provavelmente, “criaram” outro, em Tobias Harris.
Para além disso têm a grande surpresa da época. Não há nada mais surpreendente até ao momento do que a emergência de Montrezl Harrell, que vindo do banco, com 25 minutos por jogo, faz médias de 16 pontos e 7 ressaltos e 2,6 stocks (abafos + roubos de bola) por partida, sendo que, os Clippers são superiores ao adversário em 19 (!) pontos por 100 posses de bola com ele em court. É a história da Cinderella de 2018/19.