O “player” do mês da NBA 23/24 – Maio 2024

Fair PlayJunho 10, 20246min0

O “player” do mês da NBA 23/24 – Maio 2024

Fair PlayJunho 10, 20246min0
Com as finais da NBA muito perto do final, o grupo do Pausa Técnica escolhe o MVP do mês de Maio com Luka Doncic a levar o galardão

Numa estreia no FairPlay, a equipa do Pausa Técnica criou e elegeu o prémio de MVP dos Playoffs da NBA 2023/2024 com a 1ª edição a ser entregue, quase unanimemente, a Luka Doncic.

CRISTIANO PINTO: LUKA DONCIC

O esloveno é o principal responsável pela chegada da equipa dos Mavericks à sua primeira final desde 2011, ano em que conquistaram o único título na história da franquia. Também este ano, mais do que performances individuais memoráveis por parte das superestrelas temos assistido a excelentes exibições coletivas e a prova de que são os role players que transformam uma boa equipa numa equipa que chega à final da competição.

As percentagens de Luka nem sempre foram as melhores ao longo desta run dos Mavericks, em que derrotaram 3 equipas que tinham ganho mais de 50 jogos na fase regular (feito que tinha sido alcançado pela última vez pelos Los Angeles Lakers que se sagraram campeões batendo na final… os Boston Celtics), mas a sua gravidade e a forma como criou lançamentos abertos para os companheiros que os converteram a um clip muito interessante, tendo em conta aquilo que tinham feito na fase regular (PJ Washington passa de um atirador abaixo de 30% dos cantos na fase regular para ser o melhor atirador dos cantos nos playoffs), levaram os texanos à final.

De salientar uma melhoria defensiva significativa do esloveno que num esquema defensivo onde existe um número considerável de trocas conseguiu muitas vezes manter-se à frente do seu opositor direto mesmo quando estes eram James Harden, Shai Gilgeous-Alexander ou Anthony Edwards.

No fundo, esta postseason é a consagração do esloveno como um dos 4 melhores jogadores da NBA, algo que muitas vezes não era reconhecido pela imprensa norte-americana.

CYRILLE ALOÍSIO: LUKA DONCIC

O MVP vai para Luka Doncic, o mágico/maestro da equipa de Dallas que tem sido a principal figura da equipa finalista da NBA, sendo que é (bem) dito que é o melhor jogador desta final contra os Boston Celtics. A nível de média de stats nestes playoffs está perto do registo de triplo duplo com 28.8 pts, 8.8 assistencias (que lidera nestes playoffs) e 9.6 ressaltos.

Se formos pelas estatísticas totais, Luka Doncic é o jogador com mais pontos, assistências, roubos de bola, ressaltos e triplos nestes playoffs.

GONÇALO FERREIRA: KYRIE IRVING

“Wizard”. É a última palavra proferida por LeBron James quando se falava deste jogador. É verdade que Luka Doncic teve uma série espetacular frente aos Timberwolves, mas para mim, não faltam elogios para aquilo que Kyrie Irving tem feito nestes playoffs e seria a minha escolha para MVP das finais de conferência.

O base norte-americano, ao fim de alguns anos mais “atribulados”, encontrou finalmente alguma paz na equipa do Texas. Em alguns momentos que Luka não encontrava a eficiência que o caracteriza, eis que o mágico Kyrie marcava sempre presença não só na final de conferência, mas ao longo de todos os playoffs.

Polémico fora de campo, mas não podemos deixar de aplaudir por tudo aquilo que Irving faz dentro de campo.

MARTIM PARDAL: LUKA DONCIC

É uma missão particularmente ingrata escolher o MVP dos playoffs desta época. E se à partida a dificuldade da decisão poderia ser fruto de ainda não sabermos o que vai acontecer na mais importante e consequente série de jogos (provavelmente a única que alguém se irá realmente lembrar daqui a vários anos), na realidade o problema é na NBA em que a paridade reina mais forte – pelo menos mais do que em qualquer ponto da vida de quem vos escreve – o resultado é que as duas equipas que chegam às finais deste ano, fazem-no sem terem nenhuma estrela a ter uma prestação dominante ao longo de todas as diferentes fases da postseason.

Muitas das superestrelas que estavam a “carregar” as suas equipas caíram pelo caminho, como os casos de Jokic, Brunson, Shai ou Donovan Mitchell. Todas elas talvez tenham tido prestações a alto nível de forma mais consistente que os candidatos a MVP com que ficamos olhando apenas para os dois grupos finalistas. No entanto, preparem-se para este inovador pedaço de sabedoria: chegar mais longe nos playoffs importa mesmo! E há realmente mais valor e maior separação face ao “jogador comum” em ter bons jogos numa fase mais avançada nos playoffs, nem que seja apenas porque há partida os adversários ficam mais difíceis.

A última parte do meu processo de exclusão relaciona-se com o que foi o respectivo caminho das equipas. A ideia de que “apenas podemos ganhar a quem está no nosso caminho” é um facto inegável mas parece-me igualmente pertinente reconhecer que se jogaram dois níveis muito diferentes de basquetebol entre cada uma das metades deste bracket. É um acto de grande esforço procurar um MVP nos Boston Celtics quando acabam por ter enfrentado um grupo de equipas que se estava a desfazer em lesões, no que se pode argumentar com algumas abordagens estatísticas como o percurso mais fácil de sempre até às finais. Para mais, fá-lo com uma abordagem unicamente igualitária no qual Derrick White pode liderar a equipa em Estimated Plus-Minus enquanto Jaylen Brown e Jayson Tatum dividem a votação para MVP das finais de conferência da forma mais renhida possível (5-4).

Resta-me olhar para a equipa que sobreviveu ao banho de sangue da conferência do Oeste da NBA. Apesar de ter limitações físicas a entrar para a fase de torneio (sim, estou a dizer isto de quem está com uma média de 29/10/9 em 17 jogos), Luka Doncic foi recuperando forma em campo e revelou-se particularmente imparável perante uma defesa dos Timberwolves que tinha acabado de eliminar os campeões em título, liderados pelo melhor jogador ofensivo do mundo, Nikola Jokic. Doncic teve uma média de 32.4 pontos, 9.6 ressaltos e 8.2 assistências nas finais de conferência, apresentou uma True Shooting de 63% e tem jogado a melhor defesa da sua carreira. Fica claro que ele combina a sua imperial leitura de jogo e controlo de bola com um envergadura física que inutiliza jogadores de nível All-defense como Jaden McDaniels. Tudo nos Mavericks gira à volta do que Luka faz com a bola ou de todo o espaço que abre no campo quando uma desesperada defesa obriga Luka a livrar-se da bola enviando dois jogadores quase para a linha de meio-campo.

Não sabendo o desfecho das finais, sei quem é o melhor jogador que as vai disputar. Doncic já está num patamar que mais nenhum jogador nessa série pode aspirar – um que não impossibilita um caso de Finals MVP, mesmo com um título sofrido de Boston. E tendo em conta o percurso dos Celtics, não vejo nenhum jogador que consiga acumular um percurso cuja totalidade se compare à do esloveno. E tendo apenas uns frescos 25 anos, estamos a ver apenas o início do pico…

Nota: apesar de não terem escrito neste artigo, Marcos Santos e Nuno Canossa também votaram no base esloveno dos Dallas Mavericks, que está em grande nesta NBA.


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