NHL: Acontecimentos marcantes durante uma quarentena não adormecida


NHL: Acontecimentos marcantes durante uma quarentena não adormecida

A quarentena não é razão para não haver novidades em qualquer desporto e a NHL reservou algumas novidades nas últimas semanas!

Partida de Colby Cave (Edmonton Oilers)

Não é todos os dias que inicio uma crónica com uma notícia terrível e devastadora, mas penso que por uma questão de respeito e solidariedade para com o ex-atleta é o mais correto começar por desejar os meus sentimentos a toda a família e amigos do Colby e que apesar de nunca ter sido um dos meus jogadores favoritos, não é difícil reconhecer que era um jogador bastante batalhador e com qualidades e que o facto de esta morte inesperada ter surgido provavelmente no início ou mesmo no auge da sua carreira na NHL, visto que teve um papel ativo (23 jogos) na surpreendente caminhada dos Edmonton Oilers que se encontram neste momento bem encaminhados na luta para os playoffs.

Resumindo os factos deste triste episódio, Cave de apenas 25 anos teve subitamente de ser colocado em coma induzido devido a uma hemorragia cerebral e por conseguinte faleceu durante uma intervenção cirúrgica enquanto os médicos lhe tentavam retirar um quisto coloide. Ninguém sabe ao certo na imprensa norte-americana se Cave já sabia ou não da existência do quisto e se tinha tomado algum tipo de prevenção, mas o que é certo é que foi realmente um episódio cruel não só por ser um jovem em ano de afirmação e com muita vida pela frente, como também por ser conhecido por ser um homem às direitas a todos os níveis e penso que quando alguém “do bem” parte repentinamente, o mundo do hóquei perde e muito.

Colby Cave Tribute

O foco dos campeões em arrumar a casa com o intuito de construir uma família sólida para o futuro?

Não foram 1 nem 2, mas sim 3 o número de extensões contratuais feitas pelos St. Louis Blues durante esta quarentena, a começar por Sammy Blais (1,5 Milhões por 2 anos) que, passando despercebido nos números, é um daqueles jogadores fundamentais para criar química nomeadamente na 2ª linha ofensiva mais tenebrosa da NHL composta por Blais e pelas superstars David Perron e Ryan O’Reilly (provavelmente os ativos mais influentes dos Blues) e quem disser que o papel de Blais não é assim tão crucial para o sucesso desta linha é porque não percebe muito de hóquei e o facto dos Blues terem conseguido “mão-de-obra gratuita” para mais 2 anos é de facto uma das melhores e astutas renovações feitas este ano.

Contudo, após este contrato fantástico, penso que os Blues “estragaram a pintura” ao renovar por mais 4 anos com o veterano Scandella (3,275 Milhões ao ano), que apesar de ser um defesa robusto e ter um jogo muito físico, é um atleta para o qual eu olho e não vejo nada que valha nem de perto nem de longe os valores conseguidos neste novo contrato…não tem números, não tem grande patinagem ou jeito de stick e não tem um impacto muito significativo no modelo de jogo, podendo mesmo resultar num Buyout nos próximos tempos, mas claro, eu sou apenas um mero espetador e Doug Armstrong (GM dos Blues) lá terá as suas razões para tal.

Por fim a extensão por mais 2 anos com MacEachern por valores mínimos (900 Mil) é a confirmação de que os Blues estão a apostar em estabilizar o mercado de saídas e entradas e ficarão certamente com um 4th liner que dá minimamente conta do recado. Veremos nos próximos tempos como decorrem estas intervenções cirúrgicas dos campeões.

Aposta confiante para a baliza dos Colombus Blue Jackets

No início da época ninguém diria que houvesse 1 quanto mais 2 renovações dos contratos  dos patrões da baliza dos Blue Jackets, mas desde o início até agora aconteceu quase de tudo dramático que poderia ter acontecido a esta equipa, desde exibições miseráveis a séries de vitórias impressionantes e de grande superação desportiva contra todas as expetativas (visto que alguns críticos colocavam os Jackets no fundo da tabela da divisão Metropolitana) e para aumentar mais o pico desta novela, 6 dos jogadores mais cruciais da equipa (entre eles Seth Jones, Atkinson e Bjorkstrand) tiveram lesões graves ao mesmo tempo o que os fez descer uns lugares na tabela mas por incrível que pareça, mesmo assim eles continuam num lugar de playoff e na luta e deveu-se não só ao facto de Tortorella ser um dos head coaches mais competentes e com uma capacidade de reação às adversidades fantástica como também ao aparecimento de um monstro improvável na baliza, Elvis Merzlikins, que foi agora recompensado com uma renovação por mais 2 anos (4 Milhões por época) e ao mesmo tempo também o backup ideal Korpisalo (2,8 Milhões por 2 anos).

Estamos a falar de quase 7 Milhões que os Blue Jackets terão de gastar do seu salary cap só para a baliza e apesar de parecer uma aposta ousada, arrojada e talvez precoce, neste momento penso que faz todo o sentido, mas veremos o que ditará o futuro.

Fantástico Elvis, Columbus Blue Jackets (Foto: 1st Ohio Battery)

Gary Betman discute a possibilidade da finalização da temporada e Playoffs

Comecei este artigo com uma péssima notícia, mas creio que o facto de estar em cima da mesa a possibilidade da NHL poder ter um final e de podermos saber se há ou não um campeão, é uma boa notícia, tendo em conta que outros desportos relevantes já acabaram com as temporadas devido ao Covid19.

O comissionário da NHL deu uma entrevista há 3 dias à Sportsnet onde referiu estar a tentar encontrar a melhor solução possível para a resolução deste problema e para já a melhor hipótese em cima da mesa para todos os amantes da modalidade, seria acabar os jogos da regular season com jogos à porta fechada e acelerando o calendário para depois se poderem desenrolar os playoffs no formato habitual, sendo que a grande dúvida aqui é se os jogos dos playoffs também terão de ser à porta fechada ou não e apesar de acha que qualquer desporto não sentido sem a emoção e vibração dos adeptos, tenho de ter em conta que esta é uma situação sem jurisprudência na história da NHL e que prefiro ver a época terminada com jogos à porta fechada do que a época em “águas de bacalhau” à porta fechada, mas digam-me vocês o que pensam sobre este dilema.

Entrevista da Sportsnet a Gary Betman


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