O que muda para os históricos LA Lakers
Desde a chegada de Magic Johnson ao cargo de presidente das operações dos Lakers que o “namoro” com LeBron se intensificou. A lenda do clube de Los Angeles fez, juntamente com todo o staff, um excelente trabalho para conseguir o melhor jogador do mundo. Para os Lakers, a chegada de James simboliza um passo (bem grande) em frente, rumo ao 17º título da NBA.
A histórica franquia não chega aos playoffs desde a temporada 2012/2013 e tem sido das piores equipas da liga. A chegada da maior estrela do basquetebol faz deles uma das melhores equipas no Oeste — e isto sem falar nas aquisições que os Lakers foram capazes de fazer com a presença de LeBron.
Os últimos anos trouxeram a Los Angeles boas picks [escolhas] nos drafts e, com isso, jovens muito talentosos. Brandon Ingram (2 anos na liga), Lonzo Ball (1 ano na liga) e Kyle Kuzma (1 ano na liga) podem tornar-se, em breve, jogadores de topo. O “projeto LeBron” não esbarra no desenvolvimento destes jovens, pelo contrário. A presença de um mentor experiente pode elevar ainda mais o seu jogo.
Depois de LeBron assinar contrato no dia 1 de julho, uma avalanche de mudanças chegou a Los Angeles. Até agora, 4 experientes jogadores assinaram contratos de 1 ano com os Lakers: Rajon Rondo, JaVale McGee, Michael Beasley e Lance Stephenson. Estes contratos curtos possibilitam que os Lakers atraiam mais uma estrela no próximo mercado e sejam, no imediato, competitivos. Mais uma vez, esta presença experiente só trará benefícios para os jovens em ascensão.
Em resumo, para os Lakers a chegada de LeBron significa um renascimento. Um reerguer desportivo que é natural com a aquisição do melhor do mundo, mas também um reerguer enquanto marca. LeBron James custará aos Lakers mais de 150 milhões de dólares [129 milhões de euros] ao longo de 4 temporadas, mas quantos milhões não “dará” o jogador à equipa em venda de camisolas, bilhetes e muito mais?
O eco da mudança por toda a liga
Se nos LA Lakers tudo muda, o que acontece com a NBA? A primeira mudança que podia acontecer era a chegada de Paul George aos Lakers. Apesar disso, George assinou contrato com os OKC Thunder, desfazendo a hipótese de juntar dois all-stars em Los Angeles. Mas isso não afeta o plano de mudança.
No próximo ano haverá mais free agents e um deles irá, certamente, aterrar em Los Angeles para, juntamente com LeBron, fazer o ataque ao título. De Kawhi Leonard a Kristaps Porzingis, passando por… Klay Thompson e Kevin Durant! Sim, a chegada de LeBron à Conferência Oeste pode abalar a dinastia dos Warriors a ponto de uma das peças fulcrais abandonar o barco!
Mas a mudança não termina nos jogadores que poderão seguir James até à “cidade dos anjos”. O Este ficou sem o seu “Rei” e nunca foi tão fácil de dominar. A saída de LeBron é uma oportunidade para os Boston Celtics, os Philadelphia 76ers e até os Toronto Raptors chegarem à final da NBA. Nos últimos 8 anos todas as equipas do Este “esbarraram” numa equipa de LeBron na caminhada para o tão desejado título.
Também no Oeste as coisas mudam. Se a Conferência já era a mais difícil de conquistar, a chegada do melhor do mundo só piora (ou melhora) as coisas! A concorrência para a chegada aos playoffs torna-se ainda mais complicada e feroz. Veremos que equipas ficarão pelo caminho com a chegada de mais um peso-pesado ao Oeste.
A mudança para LeBron e a sua nova fase
Para LeBron a mudança é algo natural. Muda de equipa pela terceira vez na carreira, mas esta será a maior mudança. Muda de equipa, de conferência, de objetivos.
A primeira mudança (a saída de Cleveland para Miami) foi uma clara procura por títulos. A equipa da sua terra natal não tinha capacidade de vencer a liga e a junção com Wade e Bosh nos Heat garantiu-lhe 2 títulos em 4 anos. Conseguido o objetivo principal, era hora de voltar a casa e fazer o mais difícil: redimir-se e levar um título para Cleveland.
Com uma equipa renovada (muito superior à que LeBron deixou em 2010) e com Irving e Kevin Love, o título chegou em 2016. Frente a uma superequipa dos Golden State Warriors, LeBron (e os seus Cavs) virou (viraram) uma desvantagem de 3-1 para conquistar o título para o “seu” clube.
Esta mudança para Los Angeles nada se prende com a conquista de títulos ou redenção. LeBron tem 3 títulos e é um dos melhores jogadores da história da NBA. A chegada aos Lakers tem duas vertentes: transformar o seu legado e garantir o seu futuro.
A transformação do legado prende-se com o peso dos Los Angeles Lakers no mundo do basquetebol. Ganhar um título em Los Angeles (ou até 2) colocará LeBron num novo patamar, por devolver o sucesso a um histórico que não vence desde 2010 com Kobe Bryant e Pau Gasol. Ganhar com os Lakers é um feito que automaticamente coloca qualquer jogador como um ídolo numa das cidades mais importantes da NBA.
Fora do basquetebol, a vida de LeBron ganha uma nova dimensão em Los Angeles. Com Hollywood ali ao lado e empresas multimilionárias em cada esquina, LeBron pode aumentar o seu património facilmente. James já tem um programa de televisão agendado e já teve reuniões com várias estrelas de cinema. LeBron é um dos jogadores mais inteligentes da NBA e aproveitará da melhor forma a cidade de LA para aumentar a sua marca e fazer (ainda mais) dinheiro com isso.
No fundo, ganhamos todos
Esta é, talvez empatada com a chegada de Cristiano Ronaldo a Turim, a maior mudança do ano (no que a desporto diz respeito). E a mudança, por mais complicada que possa ser de aceitar, é refrescante. A mudança leva à evolução, à adaptação e a mais emoção. E claro, quanto maior a mudança, maiores serão as suas repercussões.
Os Lakers ficam inquestionavelmente melhores, o Oeste fica ainda mais feroz, o Este fica mais animado e a NBA fica em alvoroço! Nós, os adeptos, ficamos em pulgas por ver um dos maiores de sempre num dos mais icónicos equipamentos do mundo. LeBron James de amarelo? Não há mudança mais empolgante do que esta!