Damian Lillard reforça Milwaukee Bucks
Numa troca de três equipas, com Suns a facilitarem o negócio entre Portland e Milwaukee, Damian Lillard junta-se a Giannis Antetokounmpo para tentar revalidar o título conquistado pelos Bucks em 2021.
Após longos meses de rumores provocados pelo pedido de saída de Lillard, os Trail Blazers acabaram por não concretizar o desejo do 7x All-Star. As duradouras conversas entre Miami e Portland não terminaram em acordo, com as hipotéticas combinações de retorno a não satisfazerem as ambições de Joe Cronin que, para além de Jrue Holiday, uma pick de 1ª ronda (2029) e duas picks swaps (2028 e 2030), reforçou ainda o seu plantel com Deandre Ayton e Toumani Camara provenientes de Phoenix.
Em sentido inverso, os Suns terão em Jusuf Nurkic, Grayson Allen, Nassir Little e Keon Johnson novos ativos para juntar aos nomes pesados de Kevin Durant, Devin Booker e Bradley Beal.
Dias depois, os Blazers acrescentariam Malcom Brodgon, Robert Williams e duas picks de primeira ronda provenientes dos Celtics, em troca de Jrue Holiday que não chegou a viajar para Portland, tendo em Boston a sua nova casa para a próxima temporada. Assim, resta saber: quão bem se saíram os envolvidos na troca?
MILWAUKEE BUCKS: A
Quando os Bucks trocaram Jrue Holiday para ter Damian Lillard, provavelmente não contavam que o base fulcral para o campeonato de 2021 pararia num dos rivais mais diretos. Ainda assim, desfazer-se de um dos pilares da equipa (Jrue) e de alguma da sua profundidade (Grayson Allen) por um dos melhores jogadores ofensivos da liga (Lillard) poderá significar algo mais do que a produção do ex-Blazers dentro de campo.
Poucos contestarão que um cinco inicial com Lillard-Middleton-Antetokounmpo-Lopez é automaticamente um dos mais fortes candidatos a vencer o próximo anel, o que pode muito bem significar uma extensão da estadia de Giannis em Milwaukee. Depois dos vários apelos, o grego terá nova oportunidade de lutar pelo Larry O’Brien, agora ao lado daquele que, mal pise o campo com as cores dos Bucks, se distinguirá imediatamente como o teammate mais talentoso do irmão do meio dos Antetokounmpo.
PORTLAND TRAIL BLAZERS: A+
Após longos meses de rumores entre Heat e Blazers, um desejo expresso de Damian Lillard, Joe Cronin, General Manager de Portland, encaixa um retorno superior a qualquer das combinações alegadamente propostas por Miami. Sem interesse em reforçar o backcourt – a cooperativa Scoot, Sharpe, Simons não justificava a vinda de Herro -, os Blazers recebem dois talentos nas posições interiores que, por razões diferentes, poderão atingir outro patamar ao serviço da equipa do estado de Oregon.
Williams procurará a sua melhor condição física, Ayton um maior conforto mental e ambos encaixam perfeitamente na jovem timeline da equipa.
Os Blazers fortificaram ainda o seu capital de picks, podendo ter ainda em Malcom Brogdon uma nova moeda de troca para pescar algum talento jovem e/ou escolhas no draft (consoante saúde e rendimento do base ex-Celtics).
PHOENIX SUNS: B-
Do plantel de 22/23 para aquele que se estreará nas próximas semanas na nova temporada, sobreviveram 4 nomes: Kevin Durant, Devin Booker, Josh Okogie e Damion Lee. Aliás, o roster dos Suns tem sofrido sucessivas alterações desde as finais de 2021, com a particularidade de este ano contar-se também com uma nova equipa técnica comandada por Frank Vogel.
Sem que a remodelação quase total do plantel seja significado de insucesso – ainda que na NBA se tenda a ser-se mais bem sucedido com projetos de continuidade -, a troca direta de Nurkic por Ayton aparenta-se pouco vantajosa para os Suns, ainda que a vinda de Grayson Allen e Nassir Little reforce a profundidade de uma equipa que se contruiu através de contratos mínimos.
BOSTON CELTICS: A-
Após uma série de épocas a atingir as fases finais da postseason com o mesmo core, Brad Stevens optou por reformular o plantel, tentando melhorar as condições para Jayson Tatum e Jaylen Brown atingirem o 18º troféu tão ambicionado pelos celtas. Assim, e depois de trocar Smart por Porzingis, não surpreendeu o forte interesse dos Celtics mal Jrue Holiday se demonstrou disponível no mercado.
Melhorando aquilo que se havia perdido com a saída de Marcus Smart – mesmo impacto defensivo, mas melhor capacidade de criação e lançamento no ataque -, a chegada de Holiday a Boston permite aos Celtics apresentarem um dos top6 mais fortes da NBA (Holiday/White/Brown/Tatum/Horford/Porzingis), ainda que em detrimento de uma maior profundidade, que peca pela saída do 6º homem do ano (Brogdon) e um dos melhores rim protectors da liga (Williams).
MIAMI HEAT: F
Por fim, o maior perdedor de todas estas trocas: os Miami Heat. Todo o verão da equipa de South Beach passou por resolver a novela Damian Lillard, cuja chegada a Miami parecia mais do que inevitável. Tendo resolvido toda a sua offseason à volta de Lillard, os Heat chegam a outubro sem Gabe Vincent e Max Struss e com o reforço mais sonante a ser Josh Richardson. Ainda assim, esta é apenas a nota para aquilo que fizeram durante o verão. Durante o media day, Jimmy Butler já avisou que os Heat voltarão a jogar basquetebol em junho e não serei eu a contradizê-lo.