[Super Sprint] Bem-vindos à terceira divisão

João BastosNovembro 1, 20176min0
A fase de qualificação para a terceira divisão do campeonato nacional de clubes decorreu no passado fim-de-semana e o Fair Play faz-lhe o resumo

O Fair Play continua o périplo pelas competições de natação que vão acontecendo por todo o país. Esta semana o destaque não poderia deixar de ser a fase de qualificação para a terceira divisão


Os campeonatos nacionais de clubes versão 2017/2018 já mexem. Este ano sem a quarta divisão e com uma terceira divisão alargada, a fase de qualificação disputou-se para o escalão terciário.

Assim, no dia 28 de Outubro, 24 clubes femininos e 22 clubes masculinos competiram em Bragança para se apurarem para a fase seguinte.

Os nove apurados no sector masculino

Havia nove vagas para preencher na 3ª divisão masculina. No final da competição do fim-de-semana passado, a hierarquia ditou que seriam os seguintes clubes a passar à próxima fase:

  1. Clube de Natação de Lisboa
  2. Associação Desportiva de Fafe
  3. Clube União de Coimbra
  4. A Onda – Azeitão
  5. Clube Naval Povoense
  6. Clube Desportivo da Cova da Piedade
  7. Clube Propaganda da Natação
  8. Clube Naval Praia da Vitória
  9. Clube de Natação da Guarda

Já no sector feminino apenas sete equipas poderiam garantir o passaporte para voltar a nadar na Guarda, no próximo dia 1 de Dezembro. Foram elas:

  1. Clube de Natação de Lisboa
  2. Clube Desportivo da Cova da Piedade
  3. Portinado
  4. Clube União de Coimbra
  5. Associação Desportiva Sanjoanense
  6. Palmela Desporto
  7. Clube Naval de Ponta Delgada

Os 5 destaques individuais

Como sempre no Super Sprint, destacamos 5 nadadores que tenham estado em grande plano. Apesar desta edição ser dedicada a uma prova por equipas, não fugiremos à regra. Assim, estes foram os 5 principais nadadores em evidência na fase de qualificação para a 3ª divisão:

1. Ana Rodrigues (Sanjoanense)

Logicamente que uma nadadora olímpica numa fase de qualificação para a 3ª divisão é sempre o maior destaque. Na segunda vez que representa o seu novo clube, Ana Rodrigues não pôde nadar as três provas do calendário onde é mais especialista – 50 e 100 livres e 100 bruços – para benefício da equipa. Nadou os 50 livres, 200 bruços e 200 estilos.

Na prova onde é mais cotada (50 livres) nadou muito bem, no tempo de 25.74, o seu segundo melhor de sempre, a 29 centésimos do seu melhor em piscina curta que é de 25.45.

Nas provas de 200 não esteve tão bem mas ainda assim com diferentes sortes: a bruços chegou para vencer, mas em estilos apanhou pela frente uma nadadora especialista na distância que cada vez se afirma mais no panorama da natação nacional – Ana Pina.

Foto: Luís Filipe Nunes

2. Catarina Mestre (Natação de Lisboa)

A ex-nadadora do Sporting, que já compete pelo CNLX há um ano, esteve sublime na sua melhor prova, os 100 metros costas. Catarina já se tinha mostrado no seu melhor em piscina longa no final da época passada, depois de dois anos sem melhorar o seu record pessoal e agora confirmou que já está noutro patamar competitivo, também em piscina curta.

Nadou em 1:03.61 na abertura da estafeta e em 1:03.65 na prova individual, quando o seu máximo pessoal era de 1:04.31, datado de 12 de Dezembro de 2015. O facto de ter nadado por duas vezes com marcas tão próximas mostra que é uma evolução sustentada e consistente e que não deverá demorar muito para voltar a baixar o seu melhor tempo (até porque esta foi a primeira vez que competiu nesta época).

Também nos 200 costas esteve em altas. Marcou 2:18.61, retirando mais de 2 segundos ao seu melhor tempo.

Antecipando os nacionais individuais de piscina curta, Catarina junta-se ao vasto pelotão de candidatas a vencer os 100 metros costas. É que se olharmos ao ranking de piscina curta do ano passado, encontramos quatro nadadoras a nadar em 1:01, uma nadadora a nadar em 1:02 e três nadadoras na casa do 1:03.

Foto: Luís Filipe Nunes

3. Ana Pina ( O Crasto)

Ana Sofia Pina inicia a sua primeira época de juniores, uma nadadora que no escalão de juvenis começou a dar nas vistas quando ficou em cima do record nacional do escalão juvenil-A nos 400 metros estilos.

Esta época será decisiva para a jovem nadadora e num primeiro teste correspondeu bastante bem ao vencer os 200 estilos à frente de Ana Rodrigues.

O tempo feito (2:21.01) não é nada de especial, tendo em consideração que o seu melhor é de 2:18.48, mas para acabar a época passada em 2:18, começou por fazer 2:28 em Outubro de 2016, pelo que as perspectivas são bastante boas.

A versátil nadadora d’O Crasto foi a única em competição (quer na competição feminina, quer na masculina) que levou de vencida as suas três provas individuais. Nos 100 bruços venceu com 1:15.94, ficando a apenas 9 centésimos do seu melhor e nos 200 mariposa fez mesmo record pessoal ao nadar em 2:23.01.

Foto: Luís Filipe Nunes

4. Diogo Teodoro (Propaganda da Natação)

O nadador do CPN foi, pela tabela FINA, o nadador com o melhor desempenho em competição, graças ao seu tempo nos 100 metros bruços.

1:05.39 foi de facto um grande tempo, sobretudo tendo em conta que o nadador, a cumprir a sua primeira época de sénior, tinha de melhor 1:07.10.

Uma melhoria de quase dois segundos e um contributo para a equipa, 7ª classificada, de dois primeiros lugares, uma vez que para além dos 100 metros, também conquistou os 200 metros bruços. O tempo na prova mais longa não foi tão bom mas a tarefa estava cumprida…e bem cumprida.

Foto: Luís Filipe Nunes

5. Maria Rebelo (União de Coimbra)

Houve outros nadadores que ganharam mais provas ou fizeram marcas mais pontuadas na tabela FINA, mas escolhemos dar o destaque à jovem do clube coimbrão porque foi, sem dúvida, a melhor juvenil em prova.

A nadadora nascida em 2003 nas três provas que nadou estabeleceu dois recordes pessoais, com destaque para a marca que obteve nos 200 mariposa de 2:24.85, uma marca bastante boa para uma juvenil-A.

Maria não venceu nenhuma prova mas teve o mérito de dar muita luta a Ana Pina nos 200 mariposa e a Mariana Mendes (Portinado) nos 100 mariposa. Nos 200 estilos terminou na terceira posição atrás das mais cotadas Ana Pina e Ana Rodrigues.

Sem dúvida, uma nadadora a seguir esta época.

Foto: Luís Filipe Nunes

Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS