[Bisca da Primeira Divisão Feminina] Ginásio Clube de Vila Real
O Campeonato Nacional de Clubes da 1ª divisão realiza-se em Coimbra nos dias 17 e 18 de Março. O Fair Play faz a análise das 12 equipas masculinas e das 12 equipas femininas que disputarão o título de clubes mais importante da natação nacional
A equipa feminina do Ginásio Clube Vila Real, orientada pelo técnico João Matos, conseguiu, na época passada a manutenção por apenas um ponto sendo uma das três equipas envolvidas (conjuntamente com EDV e SFUAP) na renhida disputa pela manutenção.
Para este ano prevê-se que volte a estar nessa disputa. Se as vila-realenses obtiverem o mesmo desfecho da época passada, terão razões para sorrir.
Ás – Ana Sofia Leite
Na primeira divisão feminina só haverá quatro clubes que apresentarão recordistas nacionais absolutas individuais. O GCVR apresenta logo uma nadadora tetra-recordista nacional absoluta e é nessas suas especialidades que deverá alinhar: 50 e 100 livres, 50 e 100 costas. Os seus recordes datam maioritariamente da época 2014/2015. Na época seguinte representou Portugal nos Europeus de Londres e desde então tem estado um pouco abaixo do seu melhor. O GCVR precisa do melhor da sua melhor nadadora para atingir o seu objectivo de permanência na 1ª divisão.
Rainha – Ana Margarida Guedes
A nadadora júnior é um dos maiores talentos portugueses dos escalões de formação, contando no seu currículo com 22 recordes nacionais de categoria. Tal como Ana Sofia, Ana Margarida também é uma grande velocista e irá a Coimbra à procura dos mínimos para o Campeonato da Europa de Juniores, onde esteve quando ainda era juvenil. No ano passado falhou o apuramento, mas volta a ter uma oportunidade de o fazer. Infelizmente para ela não há mínimos em provas como 50 costas e 50 mariposa, caso contrário já estaria garantida em Helsínquia.
Dama – Ana Sofia Nóbrega
O triunvirato das Anas de Vila Real completa-se com a olímpica angolana Ana Sofia Nóbrega que até pode assumir provas de maiores distâncias, mas tal como as anteriores Anas é melhor nas provas mais curtas e a aposta do clube vila-realense deverá passar por ser a equipa mais pontuada no conjunto das provas 50 e 100 livres, 50 e 100 costas e 50 e 100 mariposa. A Ana Sofia deverá caber as provas de mariposa.
Manilha – Joana Pinto
Desde a época 2015/2016 que a única competição que Joana Pinto nada em toda a época são os Nacionais de Clubes e continua a ser uma nadadora absolutamente essencial para o Ginásio, sobretudo por ser a única brucista da equipa. Na época passada Joana não participou na 1ª divisão e o GCVR teve uma competição cheia de sobressaltos. Este ano Joana já tem competido, de forma a apresentar-se numa forma aceitável.
Joker – Maria Margarida Fernandes
Maria Margarida Fernandes também tem predilecção pelas provas rápidas, mas costuma ser a ela que cai em sorte nadar as provas mais longas. Na época passada alinhou nos 800 livres e 200 mariposa. Este ano deverá alargar o seu número de provas.
Trunfos – Alexandra Afonso, Rita Cabral, Francisca Baptista e Ana Margarida Leandro
Alexandra Afonso ainda não competiu esta época mas é, à partida, o melhor complemento a Joana Pinto nas provas de bruços. Rita Cabral poderá ser útil nas provas de livres e costas e ainda nas estafetas, enquanto Francisca Baptista é mais uma nadadora que tem nos 50 e 100 livres as suas melhores provas, mas deverá ter de assumir provas como os 200 e os 400 estilos. Ana Margarida Leandro é juvenil-B e uma nadadora que esta época tem vindo a melhorar bastante os seus tempos, sobretudo na técnica de livres.
Prognóstico Fair Play
Há duas características que influenciarão a carreira do GCVR na 1ª divisão:
- É um equipa de extremos: é muito forte em provas rápidas e é muito fraca em provas longas;
- Para além da heterogeneidade entre provas, a equipa também é heterogénea entre valores, ou seja, a diferença de nível entre as suas três principais nadadoras para as restantes é muito acentuada.
Estes dois factores levam a intuir que a última alteração que ocorreu no modelo da 1ª divisão (acréscimo das provas de 50 metros) beneficiou a equipa da região do Nordeste, que subiu ao principal escalão aquando da entrada dessa alteração, mas que as mudanças agora realizadas (duas nadadoras por prova) provocarão um efeito contrário nas hipóteses da equipa vila-realense.
Um terceiro factor é o momento de forma das principais nadadoras do Ginásio. Ana Leite não conquistou qualquer medalha nos últimos nacionais de piscina curta, Joana Pinto já abandonou a competição há muito tempo e esse tempo corre agora contra o tempo de preparação que tem até 17 de Março. Também Ana Nóbrega não esteve no seu melhor nos nacionais de curta. Em suma, só Ana Guedes tem estado ao seu mais alto nível.
As incógnitas são muitas mas o talento também e acreditamos que o problema maior do GCVR não serão as incógnitas, mas sim o modelo da 1ª divisão que prejudicará a equipa de Trás-os-Montes e que, ao contrário da época passada quando se salvou da descida por apenas um ponto, pensamos que desta vez o GCVR não vai conseguir resistir e acabará por ficar no 10º lugar.