Crono-Post com Aurélien Gabert

João BastosDezembro 7, 20172min2

Crono-Post com Aurélien Gabert

João BastosDezembro 7, 20172min2
Aurélien Gabert é o primeiro convidado do Crono-Post, uma rubrica mensal que pretende dar a conhecer o processo por trás dos resultados.

O Fair Play inaugura uma nova rubrica onde dá a palavra aos treinadores de natação, de forma a que os leitores tenham maior conhecimento do processo que está por detrás da formação de um campeão. O Crono-Post é o espaço dos homens do cronómetro.


O primeiro convidado do Crono-Post é o treinador Aurélien Gabert, o ex-responsável técnico pelo Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Natação em Rio Maior, que treinou três dos sete nadadores que estiveram presentes nos últimos Campeonatos do Mundo em Budapeste.

É sobre a preparação de Diana Durães, Guilherme Pina e Miguel Nascimento que versa este episódio.

Fomos perguntar sobre quatro aspectos operacionais do processo de treino do macrociclo que conduziu os três internacionais até Budapeste: Volume, intensidade, treino seco e plano de treino.

Tem a palavra, Aurélien Gabert:

Antes de mais, obrigado pelo convite. Agradeço ao Fair Play dar-me a oportunidade de falar do meu trabalho. Penso que o treinador é às vezes um pouco esquecido e acho muito bem um blog dar a oportunidade aos treinadores de falar. Muitas vezes o treinador é visto com um tirano que gosta de fazer sofrer ao atleta, mas eu não gosto desta imagem de sádico. Quando o atleta não alcança os seus objetivos, a culpa é do treinador, mas quando há resultados pouco se ouve sobre o treinador que está por trás.

Chega até a ser criticado porque faz trabalhar muito o nadador. Mas a verdade é que é a segunda pessoa (a seguir ao próprio nadador) que quer o sucesso dos seus atletas e que faz tudo para que eles atinjam os seus objectivos, mesmo que sacrifiquem uma parte da sua vida pessoal, assim como acontece com o treinador. Nas falhas, poucas vezes a culpa é 100% do atleta ou do treinador e por trás do sucesso há muitas vezes um treinador que tem uma parte de responsabilidade. Em Portugal conheci treinadores dedicados que tem paixão, dedicação e competências e acho que dedicar-lhes uma rubrica os valoriza. Obrigado Fair Play.

Exemplos de tarefas realizadas por Diana Durães, Guilherme Pina e Miguel Nascimento na preparação para os Mundiais de Budapeste | Cortesia: Aurélien Gabert

2 comments

  • Ricardo Fernandes

    Dezembro 9, 2017 at 10:48 pm

    Parabéns pelo artigo (ao João pela iniciativa e ao Aurélien pela partilha). Só gostaria de referir que, embora esta filosofia de treino seja a maioritariamente utilizada em Portugal (e nos outros países), não é a única. Seria interessante, no futuro, falar-se sobre formas efetivas de controlo da intensidade de treino. Um dos especialistas deste tema é o Inigo Mujika. É só uma ideia… Cumprimentos a todos os amantes da natação.

    Reply

    • João Bastos

      Dezembro 10, 2017 at 3:49 pm

      Caro Ricardo, obrigado pelo comentário e pela sugestão.
      A ideia desta rubrica é mesmo encontrar diferentes metodologias de treino, que, apesar de diferentes, tenham resultado em igual sucesso.
      Penso que estará aí a parte fascinante da ciência por trás do treino: diferentes caminhos para chegar ao mesmo destino.

      Mais uma vez obrigado pela sua participação,
      Cumprimentos.

      Reply

Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS