[Bisca da Primeira Divisão Masculina] Clube Náutico Académico de Coimbra
O Campeonato Nacional de Clubes da 1ª divisão realiza-se em Coimbra nos dias 17 e 18 de Março. O Fair Play faz a análise das 12 equipas masculinas e das 12 equipas femininas que disputarão o título de clubes mais importante da natação nacional
A equipa masculina do Clube Náutico Académico de Coimbra conseguiu, na época passada, igualar a sua melhor classificação de sempre. Pela terceira vez no seu historial foi 4º classificado na primeira divisão, uma classificação que dificilmente a equipa orientada pelo técnico José Marques Pereira conseguirá repetir. É que o CNAC teve perdas significativas no defeso passado, não tanto dos protagonistas da equipa da época passada mas de jovens nadadores que este ano, com as equipas a poderem representar-se com dois nadadores por prova, dariam muito jeito para compor a equipa coimbrã.
Assim sendo, o CNAC vai ter de fazer pela vida para se manter na primeira divisão. Aqui ficam os argumentos da equipa:
Ás – Tomás Veloso
O CNAC é dos clubes mais prejudicados com a nova regra de participação de dois nadadores por prova porque dilui a preponderância do melhor nadador na pontuação da equipa. Ora, Tomás Veloso é destacadamente o nadador com maior capacidade de pontuar da equipa de Coimbra e nas quatro provas que vai nadar, terá sempre a vitória como objectivo exequível. A mais complicada é, naturalmente, a prova de 200 estilos, primeiro porque o coimbrão é melhor na de 400 e segundo porque vai encontrar adversários como Alexis Santos e Álvaro Conde.
Rei – Francisco Gonçalves
Francisco Gonçalves é um nadador que tem evoluído bastante nas provas de livres mas é nas provas de mariposa que melhor servirá o CNAC, dado ser o melhor nadador do clube (excluindo Tomás Veloso) nessa técnica. Se estiver ao seu melhor pode conseguir um lugar no top-5 das suas provas, particularmente nos 400 livres. Será fundamental nos objectivos de classificação do CNAC.
Valete – Lucas Bastos
Os candidatos ao título vêm-se na obrigação de equilibrar ao máximo a equipa de forma a não hipotecarem as suas hipóteses numa única prova. As restantes equipas podem jogar de forma diferente e deve ser a forma como o CNAC vai jogar com o nadador júnior. A melhor prova de Lucas são os 400 estilos onde está próximo do mínimo para os Europeus de Juniores. O facto de ser também a melhor prova de Tomás Veloso não deverá ser impeditivo que alinhem os dois, sendo a prova de melhor pontuação para o CNAC – não é o que está previsto na start list, mas podem sempre haver alterações -, mesmo que o técnico José Marques Pereira abdique de melhores resultados noutras provas.
Manilha – Tiago Dinis
Tiago oferece ao CNAC a opção de nadar provas de livres ou provas de bruços. Tendo em conta que muitos dos seus companheiros também têm na técnica de livres a sua melhor, é provável que Tiago Dinis faça dupla com Tomás Veloso nas (ou nalgumas) provas de bruços.
Joker – Mário Pereira
Os critérios que seguimos para considerar determinado nadador um “joker” da equipa são: 1 – ser um nadador que tenha evidenciado nas últimas competições uma grande evolução tornando-se previsível que possa ir ao nacional de clubes fazer recordes pessoais e angariar pontos “inesperados” para a equipa ou 2 – ser um nadador muito polivalente que permite ao seu treinador organizar a equipa da melhor forma, tendo-o no centro dessa organização. Mário Pereira corresponde a um terceiro critério, o critério “gato de Schrödinger”. Se estiver ao seu nível ou perto disso, Mário pode conquistar tantos pontos como Tomás Veloso, mas Mário está afastado das piscinas há um ano, tendo, durante esse período, competido apenas nos Masters. Só quando chegarmos aos nacionais é vamos tirar as dúvidas sobre a forma do internacional português. Certo é que os objectivos do CNAC dependem em grande medida do que possa fazer.
Trunfos – Francisco Mendes, Rodrigo Patrício, Vasco Bastos e João Marques
Francisco, Rodrigo, Vasco e João serão as segundas linhas do CNAC, mas com grande relevância, uma vez que, previsivelmente,pelo menos três deles deverão nadar quatro provas cada um. O júnior Francisco Mendes é o nadador mais cotado dos quatro e nas provas de livres pode até fazer classificações interessantes e importantes para o CNAC.
Prognóstico Fair Play
No último verão, pode-se dizer que o CNAC ficou com os dedos mas perdeu vários anéis. Se é verdade que os nadadores mais preponderantes do clube permaneceram, muitos que partiram dariam agora muito jeito ao clube de Coimbra. Pedro Bessa e João Silva foram as perdas mais significativas tendo em conta a equipa que conquistou o 4º lugar do ano passado, mas os vários jovens nadadores que saíram do clube estariam este ano prontos para contribuir com alguma robustez para a equipa voltar a tentar o lugar que obteve na época passada.
Parece-nos que repetir essa classificação será muito difícil, sobretudo pelo factor que referimos logo na parte do artigo que versa sobre o impacto de Tomás Veloso na equipa. Para além do mais, o nível dos campeonatos deste ano estará mais forte e a equipa de Coimbra só viu atletas a sair e nenhum a entrar.
Por isso, antevemos para o CNAC um amargo 11º lugar.