[Super Sprint] 5 destaques juniores da Flandres

João BastosJaneiro 22, 20187min0
Regressam as competições, regressa o Super Sprint. A época de piscina longa começou e é nesse terreno que vamos acompanhando os destaques nacionais

A primeira prova internacional do ano 2018 foi a Flanders Swimming Cup que teve lugar em Antuérpia nos dias 20 e 21 de Janeiro. Portugal esteve representado com a sua selecção júnior


A primeira abordagem à piscina longa da época foi feita pela selecção nacional de juniores na Bélgica, na Flanders Swimming Cup. Portugal esteve representado por 15 nadadores (seis masculinos e nove femininos) e, numa prova de avaliação, houve vários nadadores com nota de destaque pelas suas prestações em Antuérpia.

Como sempre, no Super Sprint, destacamos cinco nomes em evidência:

1. Ana Sofia Sousa (CNLA)

Foto: Luís Filipe Nunes

Já começa a ser uma habitué nestes nossos resumos. A nadadora do Clube de Natação do Litoral Alentejano continua a quebrar recordes nacionais, agora no capítulo de piscina longa, e os seus 2:04.43 superaram o máximo nacional da categoria Júnior-B que era pertença de Ana Alegria com 2:05.38, feitos em 3 de Abril de 1993 (9 anos antes de Ana Sofia nascer). Este recorde fica registado como o primeiro recorde nacional estabelecido no ano civil de 2018. Pode ir acompanhando o crescimento da lista aqui:

Contador de recordes nacionais

Ana Sousa juntou-se ao pelotão da frente das nadadoras que mais recordes bateram esta época. Ela, Victoria Kaminskaya e Diana Durães seguem com 6 recordes nacionais em 2017/2018.

Nos 400 metros livres não estabeleceu novo máximo mas deixou o aviso que pode estar para breve. Nadou em 4:22.53 nas eliminatórias, não melhorando na final que se disputou apenas uns minutos depois da prova de 200 livres. O tempo a bater é bem mais recente do que o dos 200 metros, foi estabelecido no ano de nascimento de Ana Sofia – um mês antes do seu nascimento – é de 4:20.37, de Marta Ferreira (Agosto de 2002).

Nestas duas provas – 200 e 400 livres – a nadadora do CNLA já nadou abaixo dos mínimos exigidos para os Europeus de Juniores, tendo de os confirmar nos nacionais de Juvenis, Juniores e Absolutos, no Funchal. Uma tarefa que não deverá ser complicada. Desafio maior são os mínimos para os Jogos Olímpicos da Juventude, mas também não estão longe.

2. Alexandra Frazão (Caspae)

Foto: FPN

Foi a única representante portuguesa que subiu ao lugar mais alto do pódio. Foi na prova mais longa do programa, os 1500 metros livres. A nadadora da Academia Desportiva do Caspae nadou em 17:18.22, vencendo a final onde era a nadadora mais jovem.

Este tempo é recorde pessoal, mas ainda não está abaixo do mínimo para os Europeus de Juniores, apesar de não estar longe (17:14.78).

Não fez o mínimo nos 1500, mas fez nos 800 metros livres e por grande margem. Nadou no seu novo recorde pessoal de 8:54.98, passando a ser a sexta portuguesa mais rápida de sempre. Foi medalha de prata a menos de meio segundo da primeira classificada. Este tempo é abaixo do mínimo para os Europeus de Juniores (9:04.96) e para os Jogos Olímpicos da Juventude (9:00.16).

Alexandra (tal como as quatro nadadoras que destacamos neste artigo) ainda é júnior de primeiro ano, mas perspectiva-se que esta época já dê boa conta de si em competições internas, a nível absoluto.

3. José Paulo Lopes (SCB)

Foto: FPN

O nadador bracarense está a fazer uma época muito boa. Já se tinha mostrado em grande plano na temporada de piscina curta e agora começou da melhor maneira a temporada de piscina longa.

Nadou os 800 e 1500 metros livres, 200 e 400 metros estilos e nas quatro provas teve razões para ficar satisfeito. Nos 800 metros livres subiu ao pódio, no segundo lugar, apenas superado pelo reputado húngaro David Verraszto.

Nos 1500 metros livres voltou a subir ao pódio, desta vez na posição de bronze, e o seu tempo de 15:54.45 foi abaixo do mínimo de qualificação exigido para Europeus de Juniores.

Nos 200 estilos estabeleceu um novo recorde pessoal com o tempo de 2:07.17, um tempo que é melhor do que o tempo exigido para para participar nos Jogos Olímpicos da Juventude (2:07.68), mas fica em cima do tempo de apuramento para os Europeus de Juniores (2:07.06) – nem todos os mínimos para os Europeus são mais altos que os dos JOJ.

Nos 400 estilos conseguiu um 3 em 1: subiu ao pódio (foi medalhado de bronze), estabeleceu novo recorde pessoal com o tempo de 4:30.26 e nadou abaixo do mínimo para os Europeus de Juniores (4:33.58). Nos Jogos Olímpicos da Juventude não se nada esta prova, se não, seria, com certeza, um 4 em 1.

4. Letícia André (SLB)

Foto: Luís Mestre

Não fosse a sua companheira de selecção, Ana Sousa, estar a nadar na extremidade oposta da piscina e era a nadadora do Benfica que quebraria o recorde nacional dos 200 metros livres. Letícia nadou em 2:04.71, portanto também abaixo dos 2:05.38 que era o recorde nacional Júnior-B quando a nadadora partiu, mas já não era quando a nadadora chegou.

No entanto, esta marca também constitui mínimo de acesso aos Campeonatos da Europa de Juniores, necessitado, igualmente, de ratificação. A vantagem de Letícia André é que tem mais uma hipótese para chegar ao mínimo, em comparação a Ana Sousa, uma vez que a sua equipa milita na 1ª divisão (competição elegível para obtenção de mínimos para as grandes competições internacionais).

Para além de mais uma oportunidade para fazer os mínimos, tem uma oportunidade para bater o recorde da companheira de selecção. Estaremos perante uma interessante disputa que beneficiará ambas as nadadoras e que, com certeza, ainda fará baixar mais vezes o recorde nacional Júnior-B dos 200 livres, esta época.

E pode não ser só o dos 200 livres. Nos 100 metros Letícia levou a melhor e nadou num novo recorde pessoal de 58.59 (Ana Sofia gastou apenas mais 20 centésimos, mas também estabeleceu novo recorde pessoal). O recorde nacional da categoria é de 58.40 e, portanto, está “já ali”.

5. Rafaela Azevedo (SAD)

Foto: Luís Filipe Nunes

O principal destaque da nadadora do Algés foi a sua prova de 200 metros costas. Os 2:20.56 deixaram-na muito perto do seu recorde pessoal (2:20.26). Tendo em conta que este foi o seu segundo melhor tempo de sempre, mas que a marca que realizou quer aos 50, quer aos 100 metros, não estão no seu top-10 de melhores marcas nessas provas, parece que a nadadora do Algés está a virar uma “duzentista”, à semelhança das suas companheiras de equipa (Rita Frischknecht e Francisca Azevedo).

Sendo assim ou não, Rafaela terá como objectivo chegar aos 2:18.68 do mínimo para os Europeus de Juniores e, já agora, aos 2:17.98 do recorde nacional da categoria Júnior-B, mais acessível do que o recorde de juvenil-A (2:17.38). Dois segundos de distância para o mínimo, nesta fase, nem é muito tempo para tirar daqui até Março.


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