Mundial de Futebol de Praia 2024: os principais destaques

Tiago PelicanoMarço 9, 20244min0

Mundial de Futebol de Praia 2024: os principais destaques

Tiago PelicanoMarço 9, 20244min0
O Brasil levou o Mundial de Futebol de Praia 2024 para casa e Tiago Pelicano conta o que se passou durante toda a competição

No passado mês de Fevereiro, entre os dias 15 e 25, disputou-se no Dubai, a maior competição de Seleções do mundo, o Mundial de Futebol Praia. Esta foi a 22ª edição, se contabilizarmos os 10 mundiais realizados no Brasil, entre 1995 e 2004, que não tinha a chancela da FIFA, desde que o organismo máximo do futebol mundial assumiu a modalidade, este foi o 12º mundial realizado. A termo de curiosidade, nos 10 anos antes da FIFA, apenas Portugal conseguiu em 2001 conquistar a prova, as restantes 9 pertenceram ao Brasil. Desde que é FIFA, o Brasil tem seis títulos conquistados, a Rússia tem três, Portugal tem dois e a França venceu um (o primeiro de todos logo em 2005).

Este ano iria ser coroado um novo campeão do mundo, visto que a Rússia devido às sanções aplicadas pela FIFA devido à guerra contra a Ucrânia, estava impedida de participar.

O Mundial foi disputado por 16 seleções, divididas em quatro grupos. No grupo A ficaram as seleções de Itália, EAU, Egito e EUA, no grupo B ficaram Irão, Taiti, Argentina e Espanha, no grupo C ficaram Bielorrússia, Japão, Senegal e Colômbia e por fim o grupo D onde ficaram as seleções de Portugal, Brasil, Omã e México.

Apuraram-se no grupo A, Itália e EAU, no grupo B, Irão e Taiti, no grupo C, Bielorrússia e Japão e no grupo D, Brasil e Portugal, sendo o primeiro e segundo respetivamente pela ordem apresentada.

Nesta fase de grupos a única grande surpresa foi o último lugar da Espanha com 0 pontos, ainda para mais tendo estado a vencer em todos os jogos deixando sempre fugir os resultados para os adversários já nos finais das partidas.

Nos 1/4 final os cruzamentos foram os primeiros contra os segundos classificados, grupo A cruzou com o B e o C com o D. Ditando que Portugal jogaria contra a Bielorrússia.

Acabamos eliminados no último segundo do prolongamento, o que ditava o fim da nossa participação neste Mundial e ditava também o fim do percurso do “Beach Soccer King” Bruno Torres na seleção nacional ao fim de 16 anos e 351 jogos.

Nas 1/2 finais, o Irão defrontaria o Brasil e a outra 1/2 final seria disputada entre a Itália e a Bielorrússia. Tendo o Brasil e a Itália conseguido o apuramento para a grande final.

No jogo de 3º e 4º lugares, o Irão levou a melhor da Bielorrússia que nunca pareceu realmente interessado no jogo ao contrário do Irão que manteve o seu padrão de jogo e venceram por 6×1.

Na final, o Brasil levou a melhor da Itália, vencendo assim o seu 6º mundial FIFA e o seu 15º título mundial. O jogo foi bem disputado e até certo ponto equilibrado, a meu ver o que desequilibrou o jogo a favor dos canarinhos foi a expulsão do GR italiano, Casapieri, que liderava a ofensiva italiana a partir de trás, quer por organização do jogo com a mão ou com o pé ou por rematar de forma perigosa a baliza de Tiago Bobo. O Brasil venceu então o jogo com 6×4 no marcador.

Em termo individuais, o melhor marcador foi Ihar Bryshtsel (Bielorrússia) com 12 golos, Leo Martins (Portugal) e Ali Mokhtari (Irão) ficaram atrás com 7 golos cada.

O melhor jogador da competição foi o italiano Josep Jr e o melhor GR foi entregue a Tiago Bobo (Brasil).

Falando um pouco mais sobre a prestação portuguesa, que ficou aquém dos objetivos propostos pela comitiva nacional, notou-se algum desgaste físico nos jogadores da primeira quadra, devido aos minutos acumulados e transpareceu alguma falta de confiança nos restantes jogadores da parte de Mário Narciso, que parecia colocá-los apenas para fazer descansar os da primeira quadra. Ainda assim podíamos ter ganho o jogo dos 1/4 final, pois se revirmos o jogo temos várias oportunidades para aumentar a vantagem e termos vencido até por uma margem confortável, com golos que não conseguimos concretizar ao 2º poste, aqueles que parecem fáceis mas que por vezes se tornam tão difíceis.

Em termos individuais, destacar o regresso de Jordan Santos ao palco do campeonato do mundo, ele que falhou o mundial da Rússia por lesão e destacar também as exibições estonteantes de Pedro Mano, que foi claramente o jogador mais desta seleção no Dubai, tento estado irrepreensível quer dentro dos postes como fora deles, faltou apenas o golo ao internacional português e claro o trofeu para coroar uma prestação memorável que fez facilmente esquecer Elinton Andrade que foi dono da baliza das Quinas na ultima década.

O próximo Mundial disputa-se já em 2025, em Seicheles, na Africa Oriental, onde esperamos que a seleção lusitana consiga recuperar o septo de campeão do mundo.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS