O adeus de uma lenda: Georges St. Pierre deixa o MMA (e saudades)

Renan BrunacciFevereiro 28, 20195min0

O adeus de uma lenda: Georges St. Pierre deixa o MMA (e saudades)

Renan BrunacciFevereiro 28, 20195min0
O ano de 2019 começou triste para os fãs de MMA. O canadense Georges St. Pierre aposentou-se, e deixou um legado a ser seguido, confira essa trajectória...

O mundo do MMA perde uma de suas estrelas no início de 2019. Mas nada de mal aconteceu, apenas uma aposentadoria. Como não poderia ser diferente o Fair Play de hoje, é totalmente dedicado a história desse, que para muitos foi o melhor de todos os tempos.

Georges St. Pierre ou GSP nasceu em Quebec, Canadá, em 1981(37anos), dedicou praticamente sua vida as Artes Marciais.Completo St. Pierre tem como especialidades o Karatê, Boxe, Jiu-Jitsu(Gracie), Kickboxing e Wrestling. Em todas as modalidade, ele foi até o topo, o melhor.

Fonte: Youtube

Não por menos, chegou a melhor organização da categoria e fez história.

Mas vamos do início, o canadense vem de uma família humilde. Estudou em uma escola onde seus colegas roubavam-lhe com frequência. Com isso, começou a aprender Karatê Kyokushin para se defender.

Com a morte de seu mestre do Karatê, GSP começou a praticar as outras modalidades, enquanto conciliava seus estudos, e trabalho. Nessa época, chegou a trabalhar como segurança de uma boate na região de Montreal, e como lixeiro. Sua estreia no UFC foi em 2004, no UFC 46, quando superou Karo Parisyan por decisão unânime dos juizes.

Do primeiro combate até o ultimo, GSP colecionou recordes, cinturões, rivais, e fãs.

Invicto antes mesmo de entrar para o UFC, ele foi ter seu primeiro revés, quando foi finalizado pelo então campeão Matt Hughes, na sua oitava luta pela organização. Após isso, enfileirou e venceu 5 oponentes, credenciando-se para disputar novamente o cinturão. Desta vez, em 2006, nocauteou Hughes, assim vingando sua única derrota até então.

Na luta seguinte, colocou o cinturão em xeque contra Matt Serra e incrivelmente foi nocauteado no primeiro round, em um duelo que foi considerado a grande zebra do UFC até então. Essa foi a ultima derrota de GSP na vida.

Após vencer Josh Koscheck, em 2007, Georges voltou a lutar com Hughes pelo título interino, assim garantindo a revanche contra Serra, seu ultimo indigesto oponente.

O reencontro…

Em abril de 2008, GSP colocou Serra em seu devido lugar, e o nocauteou no segundo round, tomando de volta aquilo que lhe pertencia, o cinturão dos meio-médios. Implacável contra seus oponentes, o canadense defendeu o cinturão mais nove vezes, batendo o recorde da categoria até 77kg.

Fonte: UFC

A surpresa…

Na sua última defesa de cinturão em novembro de 2013, mesmo vencendo Johny Hendricks, ele anunciou uma pausa por tempo indeterminado, abrindo mão do título.

Alegando estar muito bem fisicamente, porém não tão bem mentalmente, GSP disse em entrevista, naquela época, que tinha que buscar um equilíbrio mental, e com isso abriu mão do título que o pertencia.

Após 4 anos distante do octógono, GSP voltou em grande estilo, subindo de categoria e desafiando o campeão dos médios na ocasião, Michael Bisping, em novembro de 2017.

Com uma atuação irretocável, finalizou o Inglês no terceiro round, tornando-se o primeiro atleta do UFC a ser campeão de duas categorias. Meio-médios e médios. Porém abriu mão mais uma vez do titulo anunciando de vez o fim de sua carreira.

GSP encerra a carreira como recordista em número de vitórias em lutas por título, 13, além de ser o lutador com mais quedas efetuadas em suas lutas (90) e mais golpes conectados (2591) na história da organização.

Ele também é o segundo com maior número de vitórias (20), terceiro colocado em percentual de defesa de quedas (73,8%) e terceiro em percentual de defesa de golpes significativos (73,1%).

Aos 37 anos, Georges St. Pierre anuncia de vez sua aposentadoria. Deixando para a história 17 anos como profissional, com 28 lutas sendo, 26 vitórias e 2 derrotas, que foram vingadas posteriormente.

O mais interessante da aposentadoria de GSP, que deveria servir de lição aos demais atletas de qualquer modalidade, é o tempo.

O tempo certo de parar, o tempo certo de querer ser a estrela, o tempo certo financeiro, o tempo certo do equilíbrio entre corpo, alma e mente.

Com isso, o ídolo deixa seus fãs apenas com boas memórias, números positivos e um nome a ser batido. Diferentemente de lutadores brasileiros, que não tem dó nem piedade de seus fãs e, infelizmente, após carreiras tão bem sucedidas, ficaram manchadas pela ganância.

Wanderlei Silva, Vitor Belfort e até mesmo Anderson Silva são bons exemplos de lutadores que definitivamente, não souberam a hora de parar, deixando marcas negativas, desnecessárias em suas carreiras.

Fonte: MiddleEasy

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