Quem é o melhor Crossfitter português de sempre?
Desporto é giro, faz bem e é importante. Tudo muito certo e é verdade. Mas o ser humano gosta de competição, por isso, quem é o melhor CrossFitter Português?
A pergunta é universal, quem é o melhor de sempre, Fraser ou Froning? Os tempos são outros, os adversários são outros e mais bem preparados. Alguns dizem que Fraser atualmente ganharia sempre ao melhor Froning (para mim, a sua melhor performance competitiva foi em 2014, mas com honroso segundo lugar para o último WOD de 2013 nos Games). Outros dizem que Froning será sempre o melhor.
Logo, se a discussão é internacional, podemos também tê-la internamente.
A forma mais fácil seria olhar para o Open e ver quem ficou no primeiro lugar. Mas isso mostrava apenas um ano. Aliás, em 2019, mostrava desde logo duas pessoas. Serão esses os melhores? Afinal quem é o melhor até agora em Portugal?
Numa era (quase) pré-Instagram a prova era feita em competições como o Campeonato Nacional de CrossFit em 2013 (apenas com uma edição), nos Promofit, na Manz Cross Games entre outras. Naqueles tempos (quase ao estilo de era uma vez) o quarteto fantástico era constituído por Telmo Santos, Mauro Damião, Ricardo Pereira e Bruno Militão. Atualmente nenhum deles tem competindo, lesões aconteceram, a idade avançou e a vida aconteceu. Claro que naqueles tempos também houve algumas no reps. E houve também beefs entre eles, quem não se lembra do «chega para lá» do Militão ao Telmo. Mas, come on, faz parte, é o sal no desporto de competição. Mas o que importa era que quem era o melhor era provado in loco. À frente de todos. Onde a vontade, a capacidade e o esforço eram avaliados, provados e suados. Claro, havia o Open. E mesmo que o «campeão nacional» só exista há um par de anos, filmar um vídeo no conforto é uma coisa. É «fácil» quando estamos rodeados apenas de quem nos incentiva. Ou de alguém que nos conte as repetições e nos marque o ritmo. Na «arena» – como os atletas referem – é que as coisas valem e contam.
Assim, podíamos usar os pódios para determinar quem foi o melhor. Mas isso também não seria justo, porque nenhum dos 4, ou mesmo dos atletas mais recentes com aspirações (Veloso, Teresinho, Godinho, Ferreira – teremos o novo quarteto a formar-se?) competiram sempre nas mesmas competições e estamos perante gerações diferentes.
Olhar para quem conseguiu «mais» na hierarquia do apuramento dos Games não deixa de ser um critério falacioso, porque dá uma vantagem temporal aos novos atletas e desconsidera as performances do trio que foi ao último Regional em Madrid (Bártolo, Ferreira e Godinho). Alguém ainda se lembra do Bártolo a derrubar o pino após o Event 1?
Pelo que não deixa de ser irónico que num desporto controlado por número (quantas reps em quanto tempo, quanto tempo para fazer determinado trabalho etc…) a melhor forma de avaliar é analisar as performances e, um outro item muito caro dos CrossFitters, a regularidade.
Claro que há atletas que se resguardam para algumas competições em particular. Nada contra, mas então são avaliados nessas competições. Outros, vão a todas, onde podem perder o foco e fogo, mas, em contrapartida, são mais facilmente avaliados e um mau evento é apenas um mau evento. Pelo meio entram os vídeos e o Open. E entra competições e vídeos tem de existir coerência. O exemplo internacional – num lado do expoente para ilustrar – Fraser ou Froning ganharam o Open com vídeos. Mas em competições, na arena, mostraram o que valem, mostraram o querer, a capacidade e a vontade. Head to Head, Fraser e Froning fizeram dois Open Anouncements, com uma vitória para cada lado.
Então temos definido que, apesar de tudo, a qualificação do melhor CrossFitter tem por detrás uma avaliação subjetiva. Sujeita a contradições e discordâncias, é certo.
A capacidade foi demonstrada em várias competições. Algumas com diferenças significativas para os adversários diretos. A forma e os movimentos podiam não ser, por vezes os melhores, a dúvida quando competia era qual o lugar do pódio iria alcançar. Mas o que o diferenciava de todos os restantes era a vontade e o querer. De todos os atletas que vi competir, nenhum teve aquela vontade de querer competir e querer ganhar. Não interessava quem estava na competição. Alias, quem estivesse era mais competição, era mais foco e determinação. Por isso, para mim, analisadas as várias performances que vi, Bruno Militão é, até agora o melhor de sempre.
Mas, ninguém é o melhor para sempre. O que pode fazer esta nova geração e aquele novo Quarteto Fantástico vamos ver. Como que uma nova franchise com novos heróis do CrossFit nacional
2 comments
Filipa
Fevereiro 24, 2020 at 2:37 pm
Quando é que começam a incluir as melhores neste “tops”?
Filipa
Fevereiro 24, 2020 at 2:38 pm
*as melhores (mulheres)