Kobe Bryant – 1 ano de saudades
Foi no dia 26 de Janeiro de 2020 que um trágico acidente de helicóptero na Califórnia retirou inesperadamente a vida a um dos mais idolatrados desportistas desde que há memória. Aos 41 anos, a precoce morte de Kobe Bryant deixou o mundo do desporto em choque, e hoje, passados 365 dias, as inexatas circunstâncias do acidente continuam a assombrar as cabeças daqueles que lhe eram próximos. Marc Gasol, famoso basquetebolista e amigo próximo do norte-americano, é aliás exemplo vivo disso, com o espanhol a recentemente afirmar que, passado um ano desde a morte do amigo, ainda não se sente naturalmente “confortável em falar sobre o assunto”.
Sem aparentes falhas mecânicas no helicóptero da Island Express Helicopters que retirou ainda a vida a outros sete passageiros a bordo, consequentes foram os processos judiciais (milionários) instaurados contra a empresa, muitos deles partindo da inconsolável viúva de Kobe e mãe de Gianna, Bryanna. Como sabemos, não haverá quantia monetária possível que “amenize” uma perda de um familiar ou amigo que nos é querido, mas, de um ponto-de-vista minimamente racional, cabe-nos perceber a opção tomada por Bryanna, face a toda a tragicidade e dúvida que norteia o acontecimento.
Decidimos, deste modo, com este escrito, homenagear neste dia inglório mas marcante para os amantes do desporto mundial, a pessoa de Kobe Bryant, relembrando os feitos do norte-americano a nível pessoal e profissional.
Intitulado como um “génio egoísta”, Kobe Bryant poliu a sua imagem desde logo com uma inabalável vontade de vencer, uma arrogância típica e uma genialidade autêntica. Ao estrear-se na NBA aos 17 anos, sem um valorizável passado académico, Kobe assume o sonho pessoal de se tornar no “novo Michael Jordan”. Nesse caminho, o famoso pivot Shaquille O´Neal assumiu particular preponderância com a dupla feroz que protagonizou com Kobe, que o levou ao seu primeiro campeonato da NBA, na tenra idade de 22 anos. Dois anos passados e o número de títulos conquistados na melhor liga de basquetebol do mundo, tinha subido para três no palmarés de Kobe Bryant.
A frieza de um ainda inexperiente Kobe nos momentos decisivivos, assim como os movimentos individuais geniais no ataque, por alguns na altura caracterizados como “egoístas”, levaram o mundo a aperceber-se que as semelhanças a Michael Jordan não seriam assim tão desacertadas. Afinal, Jordan apenas conseguiu conquistar o seu primeiro título da NBA aos 28 anos, enquanto Kobe tinha-lo feito aos 22 anos…
Com a importante mão de Phil Jackson, seu treinador em diversos momentos da sua carreira nos LA Lakers, o “Black Mamba” – alcunha que Kobe adotou após observar os famosos filmes de Bruce Lee – veio a somar mais dois títulos para o currículo, em 2009 e 2010, na altura em que conhece e faz parelha com Pau Gasol, um ano após conseguir o seu primeiro prémio MVP da NBA.
Com duas lesões que acabaram por, lentamente, levar Kobe a abandonar as quadras – uma rotura do tendão de Aquiles e uma fratura no joelho – o astro foi obrigado a finalizar a sua carreira no ano de 2016, já após variadas prestações (e conquistas) olímpicas pelo seu país e mais de uma dezena de presenças consecutivas no All-star Game da NBA.
A somar a estas conquistas desportivas pessoais, Kobe demonstrou, supra, a sua aptidão fora da quadra.
Em 2018, Kobe Bryant vence um Óscar de melhor curta-metragem de animação e um Sports Emmy Award for Outstanding Post-Produced Graphic Design com o seu projeto, com Glen Keane, “Dear Basketball” onde é retratada a vida do basquetebolista norte-americano desde os seus sonhos infantis até à consagração dos seus 20 anos de carreira.
Foi com enorme revolta que nos despedimos de Kobe Bryant de maneira tão precoce, mas o vasto legado intelectual, pessoal e profissional que felizmente o caracteriza ficará para sempre transposto entre nós.
Kobe Bryant's BEST PLAY in each @NBAAllStar Game! #Ko8e24 #LakeShow pic.twitter.com/qYkXfcMffU
— NBA (@NBA) December 18, 2017