Joga no Apoio: Teresa Portela e Messias Baptista
O futebol domina as atenções mediáticas do desporto português. Não crítico a maneira como se fala de desporto em Portugal, seria hipócrita uma vez que alimento diariamente a rotina viciosa em que nos encontramos. É mais fácil discutir um penalti mal assinalado ou as opções táticas de um treinador (podendo mesmo não ter conhecimento para tal), do que acompanhar in loco (espiritualmente) uma modalidade olímpica, por exemplo. Ainda assim, não sendo capaz de discutir abertamente a maioria dos desportos, considero fundamental dar voz aos nossos atletas.
Há poucas semanas atrás, vivemos mais um momento histórica para o desporto português. Teresa Portela e Messias Baptista voaram diretamente de Paris, onde representaram Portugal nos Jogos Olímpicos, para competirem no mundial de distância não olímpica no Uzbequistão. A dupla conquistou o ouro na categoria k2 mistos 500 metros, com uma marca de 1,37,592.
CAMPEÕES DO MUNDO! 📷
📷📷Teresa Portela e Messias Baptista venceram a final de K2 500 metros misto no Campeonato do Mundo de distâncias não olímpicas, em Samarkand, Uzbequistão.
Saiba mais na APP #EquipaPortugal#COPortugal | 📷FPCanoagem pic.twitter.com/Oofn8vLtmb— Comité Olímpico de Portugal (COP) (@COPPORTUGAL) August 24, 2024
A atenção mediática dada aos atletas portugueses, não passou de meros títulos de jornais online e algumas páginas dos impressos do dia seguinte. No contexto em que a vitória surgiu (pós jogos olímpicos) levou à normal discussão sobre a aposta do governo e das várias entidades nas modalidade olímpicas (que não o futebol). Discussão que rapidamente se dissipou, como habitual. Neste artigo, mais do que analisar a prova que consagrou Teresa e Messias importa dar a conhecer o percurso de ambos, de forma a despertar a atenção de quem lê para competições futuras. Para que, no fundo, não sejam desconhecidos quando tornarem a vencer.
Teresa Portela nasceu a 30 de outubro de 1987. Iniciou o seu percurso na canoagem em 1996, no grupo cultural e recreativo de Gemese, em Esposende. Mais tarde deu o salto para o Sport Lisboa e Benfica. Ao longo da carreira conta com 56 títulos de campeã nacional (nas diversas categorias), contudo alcançou o estrelato ao alcançar a final olímpica em 2012, em Londres, na categoria K1 200. Em 2020 esteve na final olímpica de Tokyo no K1 500. Ao longo da carreira 2 vezes no top 5 nas 12 participações em finais do campeonato do mundo, para além das 5 medalhas em campeonatos da europa.
Teresa Portela fica em terceiro lugar na sua série a 1 posto de se qualificar para a final A.
Vai disputar a final B.#Paris2024 #JogosOlímpicos pic.twitter.com/Rsps48HtpZ
— Cabine Desportiva (@CabineSport) August 10, 2024
Messias Baptista nasceu há 25 anos em Vila do Conde. Na sua curta carreira, até ao momento, conquistou a Taça de Portugal de velocidade em K2 200m, em 2014. Venceu a mesma competição em K1 200 e K2 200. Em 2019 assinou pelo Sport Lisboa e Benfica, tendo participado pela primeira vez nos jogos olímpicos em 2021. É visto como o futuro da canoagem masculina em Portugal.
🛶 João Ribeiro e Messias Baptista na FINAL do K2 500 👏🇵🇹
🏅 Os campeões do mundo vão disputar as medalhas às 12h20 no Eurosport 1 📺 pic.twitter.com/wNKChspEhA
— Eurosport Portugal (@EurosportTV_Por) August 9, 2024
O trabalho que Teresa Portela e Messias Baptista desenvolveram ao longo das suas carreiras é a prova de que existe muita qualidade em Portugal, nos diversos setores. Enquanto espectadores temos a obrigação de dar palco aos nossos atletas que elevam o nome de Portugal além fronteiras com muito afinco e qualidade.
PS: “Joga no apoio”. O título surgiu de um pensamento caricato. Assume significados ambivalentes. Por um lado um jogo apoiado, numa qualquer modalidade de equipa que utiliza os seus elementos de forma coordenada e cooperativa de forma a alcançar a glória. Por outro lado o espectador que joga no apoio dos seus atletas. Nesta rubrica que doravante assinarei serei um espectador a jogar no apoio dos nossos atletas. Dos portugueses que merecem ser falados, independentemente da modalidade que praticam ou do mediatismo que alcançam.