Segunda Divisão Nacional – A corrida para chegar ao topo (Parte 2)

José NevesAbril 7, 20187min0

Segunda Divisão Nacional – A corrida para chegar ao topo (Parte 2)

José NevesAbril 7, 20187min0
Depois da zona norte, focamos atenções na zona sul e nas equipas que apresentam candidaturas para a promoção ao principal campeonato português, agora que nos aproxima-mos das jornadas decisivas.

Depois da zona norte viajamos para a zona sul da segunda divisão nacional de hóquei em patins. Aqui são quatro as equipas com candidatura aos lugares de subida, mas cinco as que lutam pelo título de campeão, já que no segundo lugar da tabela encontramos a equipa B do Benfica.

Ignorando para este artigo a jovem equipa das águias, que naturalmente não compete pela subida de divisão, olhamos então para os conjuntos com aspirações a voltar ao palco principal do hóquei patinado português.

A tabela da 2ª divisão zona sul após 18 jornadas (Fonte: hoqueipatins.pt)

AD Oeiras – Várias caras novas que vão valendo a liderança

O Oeiras apresentou-se esta época com várias mudanças, tanto no plantel como no banco de suplentes. Paulo Garrido, experiente técnico ex. Paço de Arcos, regressou a uma casa que bem conhece com o objectivo da subida, e para isso contou com meia equipa nova, na sua maioria jovens oriundos das equipas de sub20 de Benfica e Sporting, mas também um veterano jogador conhecedor do hóquei português.

Tomás Moreira, Gonçalo Conceição e Miguel Sardinha, todos ex.Sporting, Diogo Neves, ex.Benfica, e o veterano German Dates, de 39 anos, que em Portugal já defendeu as cores de Cambra, Braga, Porto Santo, Física, Sporting e Turquel. Foram estas as caras novas para o Oeiras versão 2017-18, e que tão importantes têm sido nesta temporada.

Tomás Moreira e Gonçalo Conceição são os dois principais artilheiros da equipa com 20 e 19 golos respectivamente, num Oeiras que é apenas uma de duas equipas com uma média superior a 5 golos por jogo, são 91 no total dos 18 jogos já disputados, menos um do que o Benfica B.

Com apenas três pontos de vantagem sobre o Marinhense, a equipa do Oeiras ainda terá quatro deslocações de maior dificuldade, com as visitas aos pavilhões de Sporting B, Benfica B, Sintra e Alenquer. No seu pavilhão terá de receber Alenquer e Marinhense, num jogo que poderá ser crucial para as contas do primeiro lugar.

Um calendário exigente para o conjunto de Garrido, mas que dá a possibilidade de confirmar que é uma equipa preparada para a exigência da primeira divisão.

SC Marinhense – Um regresso de quase 20 anos na mira

Desde 1999 que o Marinhense não compete no primeiro escalão do hóquei em patins português, sendo que por apenas duas épocas competiu na principal divisão (1997 e 1999), e nunca o distrito de Leiria foi representado por duas equipas ao mais alto nível.

Com o HC Turquel como principal representante do distrito nos últimos largos anos, os alvinegros podem partilhar o topo com o Marinhense, isto caso consigam eles próprios a manutenção, algo que ainda não está garantido.

Treinados por Tiago Sousa, ex guardião de, entre outros, FC Porto, UD Oliveirense e Liceo da Corunha, o Marinhense coloca dois atletas no top-5 de melhores marcadores da divisão, com Filipe Vaz e Pedro Coelho a registarem 24 golos cada. Os Leões da Embra são o terceiro melhor ataque da competição com 87 tentos apontados, não muito longe dos 91 do Oeiras e dos 92 do Benfica B, no registo defensivo surgem também no terceiro posto com 55 golos sofridos, atrás dos 51 do Oeiras e dos impressionantes 39 do Parede.

Até final da temporada a turma da Marinha Grande conta com cinco jogos fora de portas e apenas três nos seu pavilhão, com destaque para as recepções a Parede e Benfica, e para as deslocações a Oeiras, Sporting B e Juventude Salesiana, esta já na próxima ronda.

Tendo ainda de defrontar as restantes equipas que com ele formam o top-5 da tabela, o final de época exige o melhor Marinhense para que o sonho da primeira divisão seja alcançado.

Parede FC – A muralha defensiva da 2ª divisão

Se o Marinhense não compete na divisão mais alta à quase 20 anos, a ausência do Parede é ainda maior. Foi na temporada de 1992/93 que o Parede foi despromovido à segunda divisão, sem nunca mais voltar ao topo. Pelo meio destes 25 anos épocas houve em que o regresso esteve perto, mas também houve temporadas em que o Parede caiu para as últimas posições da terceira divisão, e épocas em que a equipa sénior se extinguiu.

Completamente rejuvenescido, o conjunto do Parede aparece nesta luta pela subida de forma um pouco surpreendente mas totalmente meritória, com um impressionante registo defensivo, e que dificilmente será batido, de apenas 39 golos sofridos em 18 jogos, uma média de cerca de 2 golos sofridos por jogo. E tem sido o trabalho defensivo a colocar o Parede nesta posição, já que ofensivamente a equipa de Pedro Gonçalves apenas apresenta 63 golos sofridos, o sexto pior registo do campeonato.

O conjunto do Parede apresenta ainda outro dado relevante, é a única equipa que ainda não foi derrotada fora de portas, vencendo os seus oponentes em cinco dos oito jogos disputados fora, tendo por sua vez perdido por três ocasiões no Pavilhão Fernando Lopes Graça, frente a Juventude Salesiana, Oeiras e Sintra.

Dos oito jogos que faltam disputar, a turma do Parede tem ainda pela frente as difíceis recepções a Física e Benfica B, para além de ter de visitar os terrenos dos seus três oponentes directos na luta pela promoção, Oeiras, Marinhense e Juventude Salesiana. Um calendário bastante difícil mas com um impressionante registo forasteiro, o Parede está ainda na discussão.

Capacidade defensiva do Parede tem valido vários pontos (foto: Parede FC)

A Juventude Salesiana – Uma espera de 3 décadas

A zona sul da segunda divisão parece apostada em devolver velhos conhecidos à primeira divisão. Também a Juventude Salesiana não compete no principal escalão à algumas décadas, à 30 anos para ser mais preciso, e tal como aconteceu com o Parede também esta formação passou por períodos em que a equipa sénior foi extinta. 1988 marcou a última temporada do clube do Estoril no convívio dos grandes, 2018 marca o ano em que a Salesiana está próxima de lá regressar.

Apesar de partir em desvantagem em relação aos seus três mais directos oponentes, ainda há esperança para os estorilistas na promoção, e o próximo jogo será crucial para manter o sonho vivo. Na próxima jornada a Juventude Salesiana recebe o Marinhense, podendo cortar a desvantagem para o lugar de playoff para apenas quatro pontos.

Na visita à Marinha Grande a equipa treinada por Luís Duarte foi derrotada por esclarecedores 7-3, mas no seu pavilhão já teve importantes vitórias frente à equipa B do Benfica e à Física, equipa candidata à subida de divisão mas que tem sido a grande decepção desta temporada.

No seu pavilhão a equipa da Salesiana, fundada pelo Padre Miguel Barros na década de 60, regista seis vitórias em nove jogos, tendo a defesa menos batida na condição de equipa visitada com apenas 21 golos sofridos. Em terrenos alheios os números não são tão animadores apresentando mesmo uma diferença de golos negativa na condição de visitante, com 37 golos marcados mas 41 sofridos.

Até à última stickada da época a equipa do Estoril receberá Marinhense e Parede, e tem marcadas difíceis deslocações a Sintra e Alenquer. Apesar do calendário não parecer tão exigente como o dos rivais, já que é a única das quatro formações a jogar frente às três equipas abaixo da linha de água, uma derrota no próximo embate frente ao Marinhense pode deixar a equipa da Juventude Salesiana a uma diferença pontual difícil de recuperar.


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