Os reforços dos emblemas da primeira divisão para 20/21
O mês de setembro marca o arranque oficial da época 20/21, estamos portanto, a cerca de mês e meio para que a bola volte a rolar nos rinques portugueses. Com a data do regresso do hóquei em patins a aproximar-se a passos largos, os clubes participantes na primeira divisão têm, quase na sua totalidade, os plantéis definidos para o ataque á nova temporada.
Assim, e sem surpresas, voltamos a ter um quarteto de equipas a apostar forte no título, um quinto emblema que volta a ser um outsider a ter em conta, e os restantes, para já, seis clubes a batalharem pela manutenção.
Talento internacional para as equipas de topo
Dos quatro “grandes” do panorama actual do hóquei em patins, apenas o Sporting CP não regista qualquer entrada de jogadores de outras nacionalidades, apostando exclusivamente no regresso dos emprestados Gonçalo Nunes e Alvarinho, ambos ex.Barcelos.
Com o panorama actual várias equipas procuraram cortar nos respectivos orçamentos, e os leões conseguiram-no, resgatando dois atletas já nos quadros do clube, para substituir no plantel leonino Caio e Raul Marin, o goleador espanhol que foi aposta de peso so Sporting, mas que não vingou de leão ao peito.
O vizinho da segunda circular incorpora igualmente no plantel um jovem que na temporada passada já estava ligado ao clube. Danilo Rampulla, uma das maiores promessas do hóquei em patins argentino, rodou no Braga, e rende Albert Casanovas nas águias. Desconhece-se se esta será a única mudança no plantel encarnado, uma vez que durante a paragem, tem-se assistido a um carrossel de informação e contra-informação sobre a permanência de Jordi Adroher, e a possível contratação de Sergi Aragonés, existindo ainda a possibilidade de ambos os jogadores espanhóis partilharem balneário na Luz, levando o Benfica a aumentar o plantel para os 12 jogadores.
A norte o FC Porto, após uma época abaixo do esperado, anunciou duas contratações de peso, Xavier Barroso (Ex.Oliveirense), e Ezequiel Mena (Ex.Barcelos). O primeiro, um defensor experiente, mas ainda com vários anos ao mais alto nível pela frente, vem melhorar o aspecto defensivo do jogo azul e branco. O segundo, uma das grandes revelações da temporada passada, pode vir a ser o novo motor do jogo da equipa de Guillem Cabestany.
Há Oliveirense chegam os argentinos Franco Ferruccio (Ex.Barcelos), e Lucas Martinez (Ex.Lodi), para além do regressado de empréstimo Pedro Moreira. Ferruccio chega do Barcelos mas não chega sozinho, com ele viaja igualmente o treinador Paulo Pereira, com o objectivo de fazer o que já fez em Valongo, contrariar o poderio dos “3 grandes” do futebol, e levar o tão desejado título de campeão nacional finalmente para Oliveira de Azeméis.
O outsider Barcelos volta a ter uma época repleta de mudanças, são apenas quatro os jogadores que transitam da época passada, registando-se oito saídas, onde se inclui o treinador. Na porta de entrada da equipa agora treinado por Rui Neto (Ex.Braga), destacam-se o regresso de Reinaldo Ventura, e os argentinos Dario Gimenez, um jogador de grandes atributos técnicos, que chega ao campeonato português proveniente do Valdagno de Itália, e Constantino Acevedo, um dos destaques nas balizas da época 2019-20, ao serviço do HC Braga.
Do sexto para baixo, equilíbrio será palavra de ordem
Com o equilíbrio existente no campeonato português de há alguns anos a esta parte, a tabela do sexto classificado até ao último é bastante imprevisível.
Nas últimas duas temporadas foi o HC Braga que se destacou como o “primeiro dos restantes”, mas as saídas de jogadores importantes, nomeadamente de Conti Acevedo, esteio dos bracarenses nestas duas épocas, pode fazer o Braga ver outros emblemas aproximarem-se.
Ainda assim o Braga conta com alguns reforços importantes para atacar um terceiro 6º lugar consecutivo. Para a baliza chega o experiente Leonardo Pais (Ex.Valongo), de Riba d’Ave, para além do novo técnico Hugo Azevedo, chega igualmente Diogo Seixas, e do vizinho Barcelos regressa Gonçalo Meira.
Mais a sul, naquele que é apenas o terceiro conjunto (juntamente com Benfica e Sporting), da zona centro/sul com presença garantida na primeira divisão, o HC Turquel acrescenta dois reforços que poderão ser bastante importantes para as aspirações dos da “Aldeia do Hóquei”.
Tiago Rafael, experiente defensor natural, precisamente de Turquel, regressa ao clube que o viu nascer após duas temporadas na Catalunha ao serviço do Reus. Também de além-fronteiras chega o outro reforço, Tomás Moreira, após uma época no campeonato francês, o internacional jovem por Portugal regressa tendo como cartão de visita uma única temporada na primeira divisão, então ao serviço do Paço de Arcos, onde se destacou como um dos jovens revelação da temporada.
Em São João da Madeira mora a formação que menos mexeu no mercado, não registando qualquer entrada. Os principais reforços da Sanjoanense foram as renovações dos empréstimo de Tiago Freitas e Facundo Navarro (Sporting CP), Hugo Santos (FC Porto) e Xavier Cardoso (SL Benfica).
Um clube que durante a paragem realizou esforços junto da comunidade para que o regresso ás competições europeias fosse uma realidade, e que permite ao técnico Vítor Pereira continuar o bom trabalho realizado na temporada transacta, com a mesma base do plantel de 19/20.
O Riba d’Ave, que já na época passada era uma das equipas com média de idades mais baixa, voltou a baixar ainda mais essa média, com a contratação de três jovens que em 19/20, alinharam no escalão de sub19. O colombiano Andrés Castaño chega por empréstimo do FC Porto, e os internacionais sub19 portugueses Gustavo Pato e Miguel Fortunato, deixam o Benfica para se estrearem no campeonato da primeira divisão no Minho.
Também no banco existe mexida em Riba d’Ave, com Raul Meca, ex. atleta do clube, a ser aposta para render Hugo Azevedo. O agora técnico do Riba d’Ave trabalhou na época passada na formação do Valongo, e tem a difícil tarefa de trazer sucesso a uma equipa bastante jovem que viu sair jogadores importantes como o próprio Hugo Azevedo, e Diogo Seixas.
No Valongo a principal novidade está no banco de suplentes. Edo Bosch, nome incontornável da história do hóquei em patins mundial, estreia-se como técnico principal nos valonguenses, após algumas temporadas como adjunto de Renato Garrido.
Em Valongo, Edo vai contar com uma equipa jovem que terá em Ricardo Silva, guarda redes ex.Barcelos, como uma das vozes mais experientes no balneário. Para além do veterano guardião, o Valongo conta ainda com Nuno Santos (ex.Juv.Viana) e o regressado Hugo Barata, que após duas épocas de muita qualidade ao serviço do Carvalhos, do segundo escalão, regressa a Valongo, onde completou a formação.
Por fim, a Juventude de Viana passou uma temporada 19/20 bem abaixo das expectativas, passando várias jornadas na zona de despromoção, e apenas saindo dela na última ronda realizada antes da paragem da competição.
Para a nova época a equipa vianense faz jus ao nome, e aposta em juventude, com as contratações de dois internacionais pelas camadas jovens portuguesas. Diogo Casanova (Ex. Riba d’Ave) e Pedro Batista (Ex.Paço de Arcos) contam já com alguma experiência ao mais alto nível, apesar de tenra idade. Com a saída do veterano Luís Viana, a turma de Viana do Castelo vai apostando na renovação da equipa, juntando estes reforços a outros jovens talentos como João Pereira, Gonçalo Neto e Bruno Guia.
Muitas novidades, tremenda qualidade nestas onze formações, e certamente as três que em setembro se juntarem a este elenco, ainda mais qualidade vão trazer a um campeonato que se manterá certamente emocionante. E com a novidade dos playoffs no final da temporada, muitas surpresas poderão estar reservadas para 2020/21.
(Foto de Capa: SL Benfica)