Hóquei Clube Patinagem Grândola – Ano de estreia para os alentejanos
Quando à um ano se pensava em candidatos para a subida na 2ª divisão – Zona Sul a resposta mais óbvia seria a AE Física D de Torres Vedras, então recém despromovida da divisão principal.
O Grândola, apesar de ser uma das boas equipas deste campeonato, tinha na subida um sonho ainda distante. Vindo de um 6º lugar em 2015-16, ano em que ficou a 17 pontos do segundo lugar (que daria acesso a playoff de promoção) e a 32 do líder, era expectável que se verificasse uma melhoria e que encurtasse distâncias para o topo da tabela.
Mas o HCP Grândola fez mais do que isso, andando sempre nos lugares cimeiros (nunca baixou do 5º) e apesar de apenas ter liderado três jornadas ao longo da época, foram os alentejanos que terminaram a 26ª e última ronda na frente aproveitando um empate da Física frente ao Benfica “B” no derradeiro jogo, garantindo assim a histórica subida de divisão.
Mas a equipa do litoral alentejano não ficou por aqui, no playoff de apuramento do campeão com o HC Braga, que havia conquistado a 2ª divisão – Zona Norte de forma invicta, e após uma derrota na 1ª mão por 6-4 na cidade dos arcebispos, os grandolenses viraram a eliminatória em casa vencendo por 6-3 e coroando uma época histórica com o título nacional da 2ª divisão.
A estreia na elite
O HCP Grândola foi a equipa menos movimentada do verão mantendo quase todo o núcleo duro da equipa que conquistou o nacional da segunda divisão. Saídas apenas de Gonçalo Marcelino para o GD Sesimbra e do ainda júnior Marco Godinho para a equipa B do Sporting CP, não se registando qualquer contratação. Os responsáveis do clube alentejano mantém total confiança nos homens que alcançaram a promoção.
Uma equipa que vale mais pelo colectivo do que por qualquer individualidade, aborda as diferentes fases do jogo com maiores preocupações defensivas procurando sempre manter o equilíbrio na sua meia pista para não permitir ao adversário situações de superioridade numérica. Ofensivamente tem no experiente avançado Filipe Bernardino o jogador com maior liberdade para incursões individuais.
Quim Zé, técnico que entrou no clube em Março último rendendo Nelson Mateus quando o Grândola se encontrava na 4ª posição da tabela e que já havia sido responsável pelo regresso do Sporting CP ao primeiro escalão na época de 2011-12, não tem problemas em entregar a iniciativa do jogo ao adversário preocupando-se em não permitir espaço em zonas próximas da sua baliza aos avançados contrários, sendo uma equipa com um estilo de jogo mais defensivo o Grândola não deverá ser uma equipa goleadora mas a sua coesão defensiva fará com que também não seja fácil para os rivais fazer abanar as redes normalmente defendidas por Ricardo Piteira.
A época de estreia do Grândola na 1ª divisão prevê-se dura sendo os alentejanos um dos mais fortes candidatos à despromoção, e a estreia não podia ser mais exigente. A equipa grandolense estreia-se no pavilhão do campeão nacional FC Porto recebendo na segunda jornada a formação do Sporting CP. Apesar das dificuldades a equipa do HCP Grândola espera continuar a fazer história e conseguir um lugar na classificação que lhe permita manter-se no primeiro escalão do hóquei em patins português.