Balanço do campeonato de hóquei em patins – Parte 3

José NevesJulho 6, 20188min0

Balanço do campeonato de hóquei em patins – Parte 3

José NevesJulho 6, 20188min0
Mantemo-nos nas análises às equipas participantes no campeonato nacional da 1ª divisão na época 2017-18, avançamos na tabela e viramos atenções para as formações que terminaram a época no miolo da tabela.

Continuamos com o balanço da época 2017-18 e depois da análise feita ao fundo da tabela classificativa, avançamos agora para o miolo desta com as equipas classificadas entre a 6ª e a 9ª posições.

OC Barcelos

Vindo de duas conquistas consecutivas na Taça CERS e dois 5º lugares no campeonato, o Barcelos procurava nova época tirada a papel químico das anteriores, com novo 5º lugar e um inédito tri na Europa. Ainda que desta vez não contasse com grande parte dos principais jogadores que levaram o Barcelos à glória na segunda competição de clubes da Europa, os objectivos mantinham-se inalterados.

Em ambas as provas o OC Barcelos esteve bastante perto de alcançar esses objectivos iniciais, mas acabou por falhá-los. No campeonato o Barcelos quedou-se pela 6ª posição a apenas 1 pontos do 5º, o Valongo. Se olharmos para os números do Barcelos na classificação desta temporada e compararmos à época transacta, uma grande diferença salta à vista, os golos marcados.

Em 2017-18 o Barcelos marcou por 90 vezes, um número bem mais baixo que os 119 da temporada passada. Apesar da maior dificuldade em colocar a bola nas balizas adversárias, os barcelenses melhoraram o registo defensivo sofrendo apenas 82 golos, menos 3 que em 2016-17. E é por aqui que se justifica este 6º posto final do Barcelos, uma vez que a turma de Paulo Pereira foi batida menos vezes que Valongo e Oliveirense, respectivamente 5º e 4º classificados do campeonato.

Na Taça CERS o OC Barcelos esteve perto, muito perto de se sagrar a primeira equipa da história a vencer a competição pelo 3º ano consecutivo, mas esbarrou na final perante os catalães do Lleida, apenas no desempate por grandes penalidades. Dos 10 penaltys marcados nesse desempate apenas 1 entrou dentro da baliza, infelizmente quem o marcou foi Jordi Creus, que assim se tornou o herói da equipa espanhola. Para chegar à final o OC Barcelos deixou pelo caminho os espanhóis do Voltregà – vitória por 5-2 nas meias finais – a Juventude de Viana nos quartos, os também espanhóis do Noia nos oitavos, e os suiços do Uttigen na primeira ronda.

Na outra prova a eliminar em que os barcelenses estiveram inseridos, a Taça de Portugal, a equipa minhota não foi além dos oitavos de final, caindo no pavilhão do SC Tomar por 3-4. Para trás havia ficado o HC “Os Tigres” de Almeirim, com vitória na casa dos ribatejanos por 7-3.

A Juventude de Viana

A época que passou não foi de todo fácil para a Juventude de Viana, foram várias as lesões que limitaram as opções de Renato Garrido, uma dessas lesões levou ao final de carreira do veterano André Azevedo. E numa altura em que parecia que nada podia correr pior, a equipa vianense ficou órfã de treinador, depois de Renato Garrido ter respondido afirmativamente ao desafio feito pela UD Oliveirense.

Terminando a época com novo timoneiro, o seu ex.atleta André Azevedo, o conjunto minhoto terminou a temporada no 7º lugar em igualdade pontual com o 8º, o SC Tomar, no meio de tanta contrariedade vivida pela Juventude de Viana no decorrer da época, é compreensível o falhanço no 5º lugar ao qual eram candidatos.

Com um total de 39 pontos conquistados ao longo das 26 jornadas do campeonato, a Juventude de Viana piorou o seu registo em todos os aspectos quando comparada com a temporada passada. Foram menos 5 pontos conquistados, menos 2 vitórias, mais 1 derrota, menos 1 golo marcado e mais 29 sofridos.

Na Europa a equipa de Viana do Castelo foi afastada pelo OC Barcelos nos quartos de final da Taça CERS, perdendo ambos os jogos da eliminatória por 3-4 em Barcelos e 2-5 em Viana. Para trás ficaram o Vendrell de Espanha, numa grande reviravolta orquestrada pela equipa portuguesa que após uma derrota por 1-3 no país vizinho venceu por 4-1 em sua casa, e os alemães do Dusseldorf-Nord.

Na Taça de Portugal e limitada por vários problemas físicos, a Juventude de Viana caiu no campo do HC Braga nos 16-avos de final, perdendo por 6-5 após prolongamento. Num jogo em que Renato Garrido não  contou com André Azevedo, Emanuel Garcia e Francisco Silva, a curta equipa de Viana conseguiu forçar o prolongamento mas com um maior desgaste físico foi incapaz de passar em frente na prova rainha do hóquei em patins português.

SC Tomar

2017-18 ficará para sempre na história do SC Tomar como uma das temporadas de maior sucesso do emblema ribatejano. Uma prestação no campeonato que excedeu expectativas, nova final-4 da Taça de Portugal, e uma boa carreira na Europa, fizeram do Tomar a equipa sensação do hóquei português nesta temporada.

Depois de ter guiado o clube nabantino à primeira divisão e de ter assegurado qualificação europeia no ano seguinte, Nuno Domingues voltou a fazer um trabalho excepcional naquela que seria a sua última temporada à frente do Tomar. Com uma prestação no campeonato nacional que excedeu as expectativas, o SC Tomar, apesar do 8º lugar final, lutou até bem perto do fim com Barcelos e Juventude de Viana pelo 6º posto e deixou o HC Turquel e o CD Paço de Arcos, aquelas que à partida seriam as equipas que com os ribatejanos lutariam por este 8º lugar, a 12 pontos de distância.

Com um excelente registo defensivo de 85 golos sofridos, o 5º melhor de todo o campeonato, o guardião Diogo Alves foi peça preponderante no sucesso do Tomar, e foi um dos principais responsáveis pela melhoria significativa dos verde e brancos no processo defensivo. Na temporada de 2016-17 o SC Tomar terminou na 9ª posição, que posteriormente passou a 10ª após a desclassificação do Riba d’Ave HC, nessa campanha o Tomar sofreu 122 golos, mais 37 que nesta temporada.

Mas não foi só no campeonato que o Tomar fez uma boa campanha, na Taça de Portugal os nabantinos repetiram a final-4 da temporada anterior, sendo que desta vez, e jogando a fase decisiva perante o seu público, o Tomar não conseguiu alcançar nova final. Num excelente jogo de hóquei protagonizado por SC Tomar e AD Valongo, a equipa de Nuno Domingues foi batida no desempate por grandes penalidades pelos valonguenses, falhando assim a 2ª final consecutiva. Para chegar à final-4 o Tomar bateu nos quartos o HC Maia do terceiro escalão por 7-2, o OC Barcelos, nos oitavos, por 4-3, e o Infante Sagres, nos 16-avos, por 5-1.

Na Taça CERS, prova que o SC Tomar regressou 20 anos depois, a equipa ribatejana caiu nos quartos de final perante o futuro vencedor da prova, o Lleida. Apesar de ter conseguido empatar diante dos espanhóis por 4-4, a derrota averbada na 1ª mão em território espanhol ditou a eliminação do Tomar da Taça CERS. Para trás o SC Tomar deixou os italianos do Valdagno batendo-os no desempate por penaltys após dois empates, a 6 bolas em Itália e a 1 golo em Portugal, na primeira ronda o Tomar deixou pelo caminho os franceses do Mérignac, apesar do susto inicial que foi o empate a 4 em casa, os leões de Tomar golearam em França por 6-1.

HC Turquel

2017-18 não foi uma temporada fácil para o clube do concelho de Alcobaça, uma troca de treinador a meio da temporada, uma péssima prestação na Taça de Portugal, e um campeonato que ficou aquém das expectativas apesar de cumprido o principal objectivo da manutenção, fizeram de 2017-18 uma das piores épocas desde o regresso do Turquel ao principal escalão.

Quando no final da época de 2016-17 João Simões, técnico que guiou os turquelenses em 9 das 10 temporadas anteriores, anunciou a sua saída da equipa principal, a escolha para seu sucessor recaiu sobre Jorge Godinho. Mas apesar de alguns bons resultados no inicio da temporada a equipa do Turquel caiu gradualmente de forma, e o treinador saiu do clube após uma derrota por 1-6 para a Taça de Portugal frente ao Riba d’Ave do 2º escalão.

Terminou a época no banco alvinegro Nelson Lourenço, um treinador que leva várias épocas na formação do clube, e foi com ele que o Turquel registou algumas das melhores exibições da temporada. Tendo começado o trabalho na equipa principal já na 2ª volta do campeonato, e numa altura em que o HC Turquel apenas registava 12 pontos, Nelson Lourenço venceu por 5 vezes nos 11 jogos que disputou para o campeonato acabando por deixar o Turquel num tranquilo 9º lugar com 27 pontos, mais 8 pontos do que o Valença.

Para a Taça de Portugal, e pelo 3º ano consecutivo, o HC Turquel realizou apenas um jogo sendo eliminado logo nos 16-avos de final. No terreno do Riba d’Ave a equipa então liderada por Jorge Godinho saiu goleada por 6-1, naquele que seria o último jogo do técnico na casa alvinegra.

Para a Taça CERS o percurso foi idêntico ao de 2016-17 com uma eliminação perante uma equipa italiana nos quartos de final. Duas derrotas pela margem mínima (4-5 em casa e 3-4 fora) diante dos italianos do Breganze voltaram a deixar a equipa portuguesa às portas da final-4. Nos oitavos o Turquel havia eliminado os franceses do Saint-Omer com vitórias por 2-1 e 5-3, na primeira ronda caiu o Geneve da Suiça, que apesar de ter surpreendido com uma vitória em Portugal, acabou eliminado.


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