As surpresas da atual edição da Taça de Portugal de hóquei em patins
No passado fim de semana disputaram-se os últimos encontros dos 16/avos, e quatro partidas dos 8/avos de final da Taça de Portugal de hóquei em patins. Na ressaca de mais um fim de semana da taça, damos destaque a algumas das surpresas da presente edição da prova.
S Alenquer e Benfica
Sem dúvida o principal “tomba-gigantes” desta edição da Taça de Portugal, a equipa do Alenquer disputou três jogos na competição, todos diante de oponentes do principal escalão, e em nenhum foi derrotado após 50 minutos.
O primeiro adversário nos 32/avos de final foi o SC Marinhense, que saiu derrotado de Alenquer por 6-3. Seguiu-se o HC Braga, formação que ocupa lugar de playoff na 1ª Divisão, mas que tombou por expressivos 9-5 nos 16/avos de final.
Nos 8/avos o adversário era o atual líder do campeonato, o FC Porto, o resultado final foi de 10-7 após prolongamento para os dragões, mas o Alenquer esteve muito próximo se surpreender novamente. A pouco mais de 10 minutos do final o resultado era de 7-3 favorável à equipa do segundo escalão, sendo que apenas no prolongamento o FC Porto liderou pela primeira vez no encontro.
O Alenquer e Benfica caiu, mais caiu de pé.
C Académico Feira
Outra das equipas do 2º escalão que deixou pelo caminho um adversário da 1ª Divisão, o Académico da Feira surpreendeu nos 16/avos de final ao bater o CD Paço de Arcos no desempate por grandes penalidades.
Depois de ter eliminado o Boliqueime do 3º escalão, o Académico da Feira, então 4º classificado da zona norte da 2ª Divisão, recebia o 9º classificado da 1ª, o Paço de Arcos. Num jogo em que nenhum dos conjuntos conseguiu uma vantagem superior a 1 golo ao longo dos 60 minutos, o 6-6 no final do prolongamento levava as decisões para a marca de grandes penalidades, onde a equipa da casa confirmou a surpresa no último penalty da série de 5.
Entretanto a equipa de Santa Maria da Feira tentou repetir a façanha nos 8/avos de final, diante de uma fragilizada Juventude de Viana em zona de despromoção na 1ª Divisão, mas desta vez foi incapaz de fazer cair mais uma equipa do escalão principal, sendo derrotada por 2-6.
ACD Gulpilhares
Na Taça de Portugal, não é só quando equipas da 1ª Divisão caem que temos surpresas, por vezes são as formações da 3ª Divisão que se agigantam perante adversários de escalões superiores. Foi esse o caso do Gulpilhares nesta temporada.
O histórico clube de Vila Nova de Gaia era apenas o 6º classificado da Zona B do terceiro escalão quando recebeu o 3º classificado da Zona Sul da 2ª Divisão, e um dos grandes candidatos à subida, o Murches.
O Murches partia como natural favorito, e foi até a equipa da 2ª Divisão a abrir o marcador, mas o Gulpilhares orquestrou a reviravolta, e acabaria por vencer por inequívocos 4-1, deixando uma das melhores equipas do 2º escalão do hóquei em patins português de fora da Taça de Portugal.
Nos 16/avos de final, ditou o sorteio que o Gulpilhares volta-se a encontrar no seu pavilhão um velho conhecido, o Benfica. Num jogo que fez lembrar os tempos áureos do Gulpilhares, os encarnados não permitiram qualquer surpresa, goleando por 12-3.
Mas esta época, e a vitória diante do Murches, fez os adeptos do Gulpilhares terem um encontro com um passado não muito distante, defrontando uma das maiores equipas do hóquei em patins nacional.
Outros vencedores de divisões inferiores
Para além das três acima mencionadas, outras três eliminaram oponentes de divisão superior. A Candelária, outro dos principais candidatos ao regresso à 1ª Divisão, recebeu e bateu o HC Turquel por 4-2, naquele que viria a ser o último jogo de João Simões no comando técnico de um Turquel em grandes dificuldades no campeonato.
Mais razões para celebrar teve o vizinho dos turquelenses, a Biblioteca IR. No mesmo dia em que o Turquel caia nos Açores, e o Marinhense em Alenquer, a equipa de Valado de Frades fazia tombar a Sanjoanense, batendo os primodivisionários por 4-3. Com estes resultados a formação da 2ª Divisão – Zona Sul foi a única do distrito de Leiria a avançar para os 16/avos de final da prova, onde seria eliminada pelo OC Barcelos.
Para além do Gulpilhares, uma outra formação da 3ª Divisão eliminou um oponente da 2ª. O Pessegueiro do Vouga, que tal como o Gulpilhares milita na Zona B da 3ª Divisão, recebeu e bateu a Académica de Espinho, nos 32/avos de final, por 3-2. A aventura do Pessegueiro do Vouga acabaria na eliminatória seguinte, na receção ao Valongo, com uma derrota por 12-0.
Com a certeza de que duas equipas do 2º escalão estarão presentes nos quartos de final, veremos de 2022 voltará a ter uma equipa do escalão secundário a marcar presença na Final-Four da Taça de Portugal, ou se os denominados de “grandes” irão preencher as quatro vagas para a fase final da Taça de Portugal de hóquei em patins.
(Foto de Capa: FPP)