Portugal pode sonhar com a conquista do europeu de futsal
No próximo dia 30 de janeiro os holofotes apontam para Ljubljana, Eslovénia. Num recinto com capacidade para 12500 pessoas vai ser consagrado o novo campeão europeu de futsal 2018. O novo campeão ou a revalidação do título. Basta que a seleção espanhola, atual campeã conquiste de novo a prova.
A disputar o campeonato da Europa vão estar 12 seleções: Itália, Sérvia, Rússia, Cazaquistão, Polónia, Portugal, Ucrânia, Roménia, Espanha, Azerbaijão, a estreante seleção de França e, naturalmente, a seleção da casa. De 30 de janeiro a 10 de fevereiro todas as seleções vão querer alcançar o melhor resultado possível.
De relembrar que existem quatro grupos constituídos por três seleções cada. Da fase de grupos apenas passam à eliminatória seguinte os dois primeiros classificados de cada um.
A seleção portuguesa
Jorge Braz revelou os representantes da seleção das quinas e, entre algumas baixas de peso como é o caso do jogador leonino Cardinal, é com estes que Portugal vai tentar erguer o troféu que lhe escapou em 2010. Nesse ano perdeu 4-2 na final da competição contra a Espanha.
Para defender as redes portuguesas a escolha recaiu sobre André Sousa (Sporting CP), Bebé (Leões de Porto Salvo) e Vítor Hugo (SC Braga/AAUM). André Coelho e Fábio Cecílio (ambos do SL Benfica), João Matos (Sporting CP) e Nilson (SC Braga/AAUM) foram os jogadores escolhidos para a posição de fixo. Nas alas os eleitos foram Pany Varela e Pedro Cary (ambos do Sporting CP), Bruno Coelho e Tiago Brito (ambos do SL Benfica), Márcio (AD Fundão) e o capitão Ricardinho (Inter FS). Para ocupar a posição de pivot o selecionador nacional optou por levar apenas um jogador – Tunha (CF Os Belenenses).
De fora da convocatória ficaram jogadores que em tempos foram indiscutíveis para a equipa nacional – Marinho (SC Braga/AUUM) Cardinal e Djo (ambos do Sporting CP) – bem como jovens promessas do futebol nacional, Varela (Sporting CP) e Miguel Ângelo (SL Benfica).
A dinâmica nacional
Como a própria convocatória demonstra, Portugal tem como um dos principais pontos fortes a qualidade defensiva bem como conhecimento tático de todos os detalhes do jogo. O facto de apenas ter sido convocado um pivot é revelador disso mesmo.
Os jogadores portugueses trabalham todas as componentes do jogo e todas essas são preparadas de forma específica e com um rigor pouco característico em relação ao resto da Europa. Portugal trabalha o jogo.
Inúmeros são os lances preparados para cantos ou faltas, e até mesmo para saídas de pressão – contrariando aquela que é a típica jogada de colocar na posição de pivot um jogador com poderio físico e capacidade técnica para receber a bola vinda diretamente da mão do guarda-redes. Neste aspeto, Portugal pode gabar-se de ser uma das melhores seleções do mundo.
Contudo, e embora uma defesa consistente seja meio caminho para alcançar um bom resultado, a seleção portuguesa está ainda muito dependente da capacidade de Ricardinho de desequilibrar. Seja em drible ou em movimentos de “arrasto” que criam espaços vazios na zona adversário e que possibilitam assim lances de potencial a favor de Portugal. A Rússia, à semelhança de Portugal, coloca em Robinho e Eder Lima a missão de desequilibrar.
É importante que não se espere de Portugal um jogo de grande espetacularidade a nível individual, mas sim com qualidade de elevado grau a nível tático. Portugal é um pouco a imagem da seleção italiana para o futebol – uma equipa que prima por uma defesa competente e rigor tático na hora de ocupar posições.
A diferença, e que grande é, é que Portugal tem o jogador que é, a par do brasileiro Falcão, um dos dois melhores jogadores de sempre da história da modalidade. Falamos de Ricardinho e, caros leitores, verdade seja dita, com Ricardinho pode ambicionar-se tudo. Em poucas palavras diria que Portugal é candidato à conquista do Europeu pela consistência tática, nomeadamente a nível do equilíbrio defensivo.
Portugal e mais 11
Inevitavelmente, e é isso mesmo que traz emoção na hora da conquista de qualquer troféu, existem equipas que almejam também conquistar a prova. Além da atenção que se deve a todos os adversários, seja o Barcelona e Inter Movistar ou o clube da terra que joga nos campeonatos distritais, Portugal tem que ter redobrada atenção a algumas seleções.
À Rússia, onde Eder Lima e Robinho são jogadores muito fortes na manobra ofensiva da equipa. Rómulo é também um jogador a ter em atenção. Ao Cazaquistão de Higuita, guardião com uma capacidade ofensiva impressionante. Com um plantel muito equilibrado e com Bolinha – marcador de quatro golos na fase de qualificação – o Azerbaijão é uma equipa que merece especial atenção também.
A juntar às seleções que referimos anteriormente, juntam-se duas que são com Portugal e Rússia candidatas à conquista do Europeu. A presença no plantel de veteranos como Mammarella, e de jogadores como Gabriel Lima, Fortino, Alex Merlim, Alessandro Patias e Boaventura, tornam a seleção italiana uma das seleções mais temíveis da prova.
O principal destaque vai para a equipa que é atualmente a campeã europeia e que conta no seu historial com a conquista de dez títulos europeus – a Espanha. A seleção espanhola tem um plantel recheado de qualidade. A começar na baliza com Herrero e Paco Sedano – passando por Ortiz, Pola, Miguelín e Alex – e terminando com Solano e Sérgio Lozano (último jogador a ser eleito melhor do mundo antes de Ricardinho). Todos estes são jogadores cujo historial na modalidade é repleto de conquistas e passagens por clubes de renome mundial.
É, no entretanto, imprescindível pensar primeiro na fase de grupos. Ucrânia e Roménia são os adversários portugueses na luta pela passagem à próxima ronda da competição. Apenas e só depois de conseguir o apuramento para a fase seguinte, é que a equipa das quinas deve começar a pensar nestes adversários teoricamente mais complicados.
Acrescentamos ainda a ideia de que numa competição destas todos são candidatos. Todas as seleções contam com o mesmo número de jogadores no plantel, doze, e com cinco atletas dentro da quadra e enquanto assim for tudo é possível. Tenha Portugal a consciência de que é uma grande seleção, mas que é dentro das quatro linhas que tudo se decide.
Os nossos desejos
O Fair Play – ainda que sempre disposto a colaborar com pessoas de todas as nacionalidades, – sendo maioritariamente constituído por portugueses deseja que o dia do regresso seja a 10 de fevereiro. E que como o selecionador nacional de futebol, Fernando Santos, disse à partida para o Europeu de França, a seleção portuguesa seja recebida em festa no dia do regresso. Naturalmente com a taça de campeão europeu na bagagem. Seria inédito.