Futsal: Pasito a pasito… Fundão segue isolado na Liga Placard
Artigo de Maria Pinto Jorge sobre a época do AD Fundão na 1ª divisão de futsal em Portugal.
Mas que início de Liga Placard, meus amigos. Surpreendente? Não diria, só para os mais distraídos. Vamos a factos: à sétima jornada, jogada na passada quarta-feira (10 de novembro), o Fundão segue líder invicto, 100% vitorioso e isolado no cimo da tabela com três pontos de distâncias dos teóricos favoritos – há anos – o Sporting e o Benfica.
Beirões de processos consolidados
Surpresas e desmistificá-las. Recorde-se que, a época passada, os fundanenses conseguiram fazer história no clube e na própria Liga Placard, ao terminarem a mesma na terceira posição, algo inédito. A real questão, neste momento, é até onde esta equipa pode chegar?
Sem se iludirem, com os pés bem assentes no chão, bem puxados por Nuno Couto, treinador que está a consolidar já de há quatro épocas para cá, sendo esta a quinta, os processos bem estipulados com um crescimento mais que sustentado, ou não fosse ele um homem da casa.
Estrelinha ou competência?
Futsal Azeméis, Torreense, Candoso, Sporting, Nun’Álvares Modicus e Portimonense. Sete equipas, sete vítimas do conjunto de Nuno Couto na edição 2021-2022 do campeonato nacional de futsal. É, provavelmente, a melhor altura para calar os críticos que dizem que a liga não está, efetivamente, mais competitiva. Que está, está, mas hoje vamos apenas focar-nos nos beirões e na travessia do deserto que estão a fazer.
Curiosamente, em quatro das sete partidas, o Fundão venceu, apenas, pela margem mínima, sendo que as três restantes foram por dois golos de diferença e nunca mais que isso. Além disso, se queremos ir mais a fund(ã)o nos números, vemos até que em seis destes encontros – a exceção está logo na primeira jornada, com o Azeméis – os atuais líderes do campeonato marcaram aos 39 e/ou 40 minutos do encontro. É exatamente aqui que se começa a falar da estrelinha.
Essa estrelinha, que normalmente se atribuiu à ‘estrelinha de campeão’, começa a associar-se àquilo que o Fundão tem estado a fazer. No entanto, não será que esta ‘estrelinha’ apenas surge depois de (muita) competência? Aliás, se juntarmos os golos nos últimos minutos à vitória, sob a pressão que todos sabemos que a modalidade tem, não poderá isto significar uma tremenda capacidade de lutar pelo resultado e, mesmo com o ‘quentinho’ lugar do primeiro lugar, ter a ‘frieza’ de chegar à vitória? Pelo menos, para mim, sim. Para isto, juntam-se alguns jogadores para que o mesmo aconteça e que têm estado em destaque.
Os culpados disto tudo
Mário Freitas, Thalles, Peléh e Iury Bahia. Para mim, neste momento, o quarteto de jogadores que vai fazendo a diferença para esta senda de triunfos da equipa fundanense. Curiosamente, são duas permanências – Mário Freitas e Peléh – e duas entradas – Thalles e Iury Bahia. Mas vamos falar de forma mais focada em dois deles.
Focando-nos aqui, primeiro, em Thalles, o brasileiro faz parte das principais listas de estatísticas no acumular destas sete rondas. O Fundão, enquanto conjunto, já é o melhor ataque, com 25 golos marcados, e o jogador tem tido um papel importante nos mesmos. Segundo melhor marcador – juntamente com Miranda (Portimonense) e Willian Carioca (Quinta dos Lombos) – com sete golos em sete rondas, juntando esses sete tentos a cinco assistências, tornando-se o atleta da Liga Placard que já participou em mais golos até ao momento (12).
O segundo é indiscutivelmente Mário Freitas. Que época do senhor capitão. Por sua vez, o ala participou em oito golos, tendo marcado cinco, alguns deles bem decisivos nesta caminhada. Além disso, as boas exibições e preponderância do jogador fizeram com que fosse chamado esta quinta-feira (11 de novembro), por Jorge Braz, para os dois primeiros jogos de preparação depois da conquista épica do Mundial.
Em resumo, ainda são muitos pontos em discussão e estamos no início de mais uma edição da Liga Placard, no entanto, aconteça o que acontecer daqui para a frente, não poderá nunca apagar o que esta equipa tem vindo a fazer e este consolidar de processos que todos conseguimos ver.