Fórmula 1 2024: Quem será o campeão de 2024?

Diogo SoaresSetembro 18, 20245min0

Fórmula 1 2024: Quem será o campeão de 2024?

Diogo SoaresSetembro 18, 20245min0
Conseguirá Max conquistar a Fórmula 1 2024 ou o título vai cair para Norris? Diogo Soares olha para o que falta e lança o seu prognóstico

No último fim de semana, no GP de Baku com a vitória de Piastri – a segunda da temporada e da sua carreira –, segundo lugar de Leclerc e quarto de Norris. Com esta combinação de resultados, a vantagem de Verstappen – que ficou em quinto – encolheu mais um pouco, pondo cada vez mais em perigo a revalidação do quarto título consecutivo. Passados 17 Grandes Prémios da Fórmula 1 2024 e sete que ainda estão por vir, o piloto neerlandês leva 313 pontos, o britânico 254 (-59), o monegasco 235 (-78) e o australiano 222 (-91).

Não venho aqui dizer que piloto vai ser campeão. Não tenho uma bola de cristal, nem faria sentido fazer estas futurologias, quando a indefinição sobre o vencedor das corridas é enorme de corrida em corrida, mas é possível perceber qual destes quatro tem melhores condições. E, neste aspeto, os dois pilotos da McLaren levam vantagem.

Não é de estranhar a fase atual da equipa. Quando em fevereiro de 2023 a equipa de Wokingcdeu a conhecer o MCL-60 nos testes de pré-temporada, ficou visível que o início da temporada seria algo penoso. A confirmação na primeira quinzena de março, nos GPs do Bahrain e Arábia Saudita, quando os ‘papaias’ falharam os pontos, chegando mesmo a ficar nas duas últimas posições. Andrea Stella, team principal da equipa, já havia metido mãos à obra e chegou a acordo com Rob Marshall para o mesmo assumir a direção técnica da construtora a partir de 1 de janeiro de 2024. Para quem não conhece este nome, Marshall foi, durante 17 anos, braço direito de Adrian Newey na Red Bull, conhecendo bem a cabeça do engenheiro de 65 anos. E neste 2024 as mudanças são óbvias, desde a primeira grande evolução, no GP de Miami. Desde o fim de semana nas ruas à volta do Hard Rock Stadium, o MCL-61 passou a ser um carro que consegue ter um rendimento altíssimo em circuitos mais lentos.

E assim se confirmou, com o grande desemprenho do carro no Mónaco, assim como as vitórias dominantes no Hungaroring e em Zandvoort. Mas ainda havia um problema: o arrasto. Muita aerodinâmica trouxe também muito arrasto, penalizando o monolugar em reta. Assim, a equipa apresentou uma nova asa traseira em Spa e os resultados foram claros.

No entanto, este monoposto ainda não é o melhor em reta, mas a competitividade em reta aumentou. Posto isto, a equipa oito vezes campeã de construtores deverá continuar com vantagem nos circuitos mais lentos, como Singapura, e será altamente competitiva nos circuitos, como em Austin, México e Interlagos. Entra os pilotos, Norris é o piloto mais próximo do primeiro lugar, mas Piastri é o que se encontra em melhor forma e, mais importante, parece sacudir a pressão de melhor forma, ficando menos suscetível aos erros. Além do mais, as tensões internas sobre quem deve ser o número 1 da equipa, parecem estar a tirar o foco de Lando Norris daquilo que é mais importante.

Na Ferrari, o único piloto com chances reais de ser campeão é Charles Leclerc. O piloto da escuderia transalpina já venceu duas vezes – no Mónaco e em Monza – e já foi ao pódio noutras sete ocasiões. No início da temporada, o carro rosso era o segundo melhor, ficava apenas atrás do Red Bull, nessa fase, venceu com Sainz em Melbourne e Mónaco com o 16. Logo a seguir ao Mónaco, a Ferrari entrou numa travessia pelo deserto em que Leclerc, nos seguintes cinco grandes prémios, fez apenas 24 pontos. Mas os ventos mudaram de direção e desde a Bélgica que Leclerc ocupa lugares no pódio. Já vai no quarto seguido, a melhor série deste ano. Moralizado pela recente forma da Ferrari, em que a vitória em Monza contribuiu e muito, o piloto de 26 anos tem capacidade para maximizar os resultados, visto que se seguem algumas pistas onde mostrou muito à vontade, como por exemplo, Singapura, COTA, e Abu Dhabi. Ainda assim, ‘Il Predestinato’ fica agarrado à calculadora, dado que precisa de conquistar, pelo menos, 11,2 pontos a cada fim de semana. Difícil, mas não impossível.

É Max Verstappen que neste momento terá mais dificuldades em obter bons resultados. Apesar da sua vantagem ser grande o suficiente para nos questionarmos para quem cairá o título, os maus resultados recentes aumentaram o alerta em Milton Keynes. Nas últimas duas corridas, Verstappen não conseguiu melhor que o quinto posto, perdendo imensos para os rivais mais diretos.

Ainda neste mês de setembro, segundo Christian Horner, a Red Bull apresentará várias mudanças na estrutura da equipa, ficando a pairar a dúvida se qual será a estrutura final. Quanto ao carro, é um facto que o melhor carro se tornou um carro inguiável para os seus pilotos, desde problemas de travões, ao balanceamento do carro e, até mesmo, problemas na velocidade de ponta. A equipa austríaca prometeu uma evolução para Austin, resta saber se a mesma funcionará. O que é certo, é que Max terá de sofrer para revalidar o título.


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