Os destaques da primeira semana da NBA 2023
E ao já conhecido estilo da liga norte-americana de basquetebol, a 78ª temporada da NBA, embora apenas começada há sete noites, já nos presentou com uma série de novidades, estreias e jogadas para mais tarde recuperar. Desde os primeiros minutos de Victor Wembanyama à estreia oficial de Lillard com a camisola dos Bucks, não tem faltado ação dentro, nem fora de campo. E do tanto que já aconteceu, ficam aqui três dos principais momentos desta primeira semana de competição:
James Harden é um Clipper
No rescaldo de uma longa madrugada de basquetebol (11 jogos), Adrian Wojnarowski despertou portugueses e adormeceu norte-americanos com a boa-nova: havia chegado o último episódio da novela Harden (bem, pelo menos desta temporada).
A si, na viagem para Los Angeles, juntar-se-iam o amigo de longa data PJ Tucker e o rookie sérvio Filip Petrusev, seguindo em sentido inverso Nicolas Batum, Marcus Morris, Robert Covington, KJ Martin, uma escolha desprotegida em 2028, assim como duas escolhas de segunda ronda e uma pick swap. The Beard, ou em bom português o Barbas, (re)reúne-se com Russell Westbrook e junta-se a um plantel protagonizado por Kawhi Leonard e Paul George.
Cumulativamente, as quatro figuras principais contam com: 32 nomeações para All-Star; 27 presenças em equipas All-NBA; 11 presenças em equipas All-Defensive; 5 distinções de melhor marcador da temporada; outras 5 de jogador com mais assistências; 3 MVP’s do jogo All-Star; e 2 MVP’s. No entanto, entre si, levam também uma média de 52.3 jogos por época, ao longo das últimas três, sendo Kawhi Leonard (32 anos) o mais novo do quarteto e, claro, sem esquecer que a integração de Harden no sistema e o ajuste de rotações será feita no decorrer da temporada.
Ainda assim, a potencial recompensa da troca para os Clippers é infinitamente superior ao risco. Desde logo, todos os contratos envolvidos são expirantes, o que beneficia ambas as partes. E desses 4 que viajam para Philadelphia, apenas Batum e Covington tinham minutos valiosos na rotação de Ty Lue – KJ Martin um projeto a desenvolver, Marcus Morris um já expirado -, que certamente estará radioso por os realocar em James Harden.
Kawhi-PG-Harden-Russ-Zubac-Mann-Powell-Bones-Plumlee é umas rotações de 9 homens mais talentosas da liga com os Clippers a apostarem as fichas todas nesta temporada, sabendo que em 2024, com a mais provável intenção de Kawhi e PG não ativarem as suas player options, terão flexibilidade para acertar renovações com o duo e com Harden, caso se manifeste a vontade de todas as partes.
Chris Paul é 6º homem
…pelo menos dos Warriors, ainda que tenha as ferramentas para vencer o troféu que premeia o melhor jogador a sair do banco durante a temporada. Ao longo da offseason e pré-temporada, fomos ouvindo que tanto a Este (Celtics) como a Oeste (Warriors) havia duas equipas com 6 titulares e que, como o basquetebol ainda é um jogo de 5v5, alguém seria sacrificado.
E, curiosamente, em ambas foram os veteranos (Horford e Paul) a abraçar esse papel. Mas entre os dois, apenas Chris Paul nunca havia entrado numa partida a partir do banco na sua carreira. Foram 1365 jogos consecutivos como titular e CP3, embora não se confesse particularmente apaixonado pela ideia de iniciar as partidas de fato de treino, tem brilhado no seu papel e sido a peça-chave para vencer os minutos sem Curry: não só uma raridade, como uma das maiores adversidades da era dourada dos Warriors.
Ora a servir os Splash Brothers que, diga-se de passagem, não lançam nada mal a bola, ora no já familiarizado pick&roll com Saric, que também não foi uma aquisição nada má por parte dos Warriors, já vai com 33 assistências e apenas 6 turnovers em 4 jogos. A amostra ainda é pequena, mas se se mantiver saudável, Chris Paul não só é candidato sério ao prémio de 6º homem, como será fundamental para a candidatura de Golden State a vencer o Oeste.
O IN-SEASON TOURNAMENT SERÁ UM SUCESSO
Obviamente, há muitas reservas perante o novo torneio de meio de temporada da NBA, mas Adam Silver aparenta ter reunido os ingredientes certos para o seu sucesso. Sendo o seu objetivo principal gerar mais interesse numa fase mais apagada da temporada, este parece estar bem-encaminhado tanto para adeptos como para os seus intervenientes. Para além dos fatores jogos a eliminar, nenhum acréscimo de partidas (exceto a final) e a realização da final four em Las Vegas, a NBA introduziu esta semana courts personalizados para que o adepto compreenda imediatamente que está perante um jogo a contar para a nova competição da NBA.
Vencer a NBA Cup jamais será, nem é esse o seu intuito, equivalente a vencer o Larry O’Brien, nem tem, pelo menos por enquanto, a importância do torneio play-in. Ainda assim, quer para o adepto mais fiel, quer para o mais casual, partidas a eliminar em courts como nunca vistos na NBA tem tudo para ser divertido, não?