Os destaques da primeira semana da NBA 2023

Nuno CanossaNovembro 5, 20236min0

Os destaques da primeira semana da NBA 2023

Nuno CanossaNovembro 5, 20236min0
Nuno Canossa traz os primeiros destaques da primeira semana da NBA 2023 com James Harden a estar no olho do furacão

E ao já conhecido estilo da liga norte-americana de basquetebol, a 78ª temporada da NBA, embora apenas começada há sete noites, já nos presentou com uma série de novidades, estreias e jogadas para mais tarde recuperar. Desde os primeiros minutos de Victor Wembanyama à estreia oficial de Lillard com a camisola dos Bucks, não tem faltado ação dentro, nem fora de campo. E do tanto que já aconteceu, ficam aqui três dos principais momentos desta primeira semana de competição:

James Harden é um Clipper

No rescaldo de uma longa madrugada de basquetebol (11 jogos), Adrian Wojnarowski despertou portugueses e adormeceu norte-americanos com a boa-nova: havia chegado o último episódio da novela Harden (bem, pelo menos desta temporada).

A si, na viagem para Los Angeles, juntar-se-iam o amigo de longa data PJ Tucker e o rookie sérvio Filip Petrusev, seguindo em sentido inverso Nicolas Batum, Marcus Morris, Robert Covington, KJ Martin, uma escolha desprotegida em 2028, assim como duas escolhas de segunda ronda e uma pick swap. The Beard, ou em bom português o Barbas, (re)reúne-se com Russell Westbrook e junta-se a um plantel protagonizado por Kawhi Leonard e Paul George.

Cumulativamente, as quatro figuras principais contam com: 32 nomeações para All-Star; 27 presenças em equipas All-NBA; 11 presenças em equipas All-Defensive; 5 distinções de melhor marcador da temporada; outras 5 de jogador com mais assistências; 3 MVP’s do jogo All-Star; e 2 MVP’s. No entanto, entre si, levam também uma média de 52.3 jogos por época, ao longo das últimas três, sendo Kawhi Leonard (32 anos) o mais novo do quarteto e, claro, sem esquecer que a integração de Harden no sistema e o ajuste de rotações será feita no decorrer da temporada.

Ainda assim, a potencial recompensa da troca para os Clippers é infinitamente superior ao risco. Desde logo, todos os contratos envolvidos são expirantes, o que beneficia ambas as partes. E desses 4 que viajam para Philadelphia, apenas Batum e Covington tinham minutos valiosos na rotação de Ty Lue – KJ Martin um projeto a desenvolver, Marcus Morris um já expirado -, que certamente estará radioso por os realocar em James Harden.

Kawhi-PG-Harden-Russ-Zubac-Mann-Powell-Bones-Plumlee é umas rotações de 9 homens mais talentosas da liga com os Clippers a apostarem as fichas todas nesta temporada, sabendo que em 2024, com a mais provável intenção de Kawhi e PG não ativarem as suas player options, terão flexibilidade para acertar renovações com o duo e com Harden, caso se manifeste a vontade de todas as partes.

Chris Paul é 6º homem

…pelo menos dos Warriors, ainda que tenha as ferramentas para vencer o troféu que premeia o melhor jogador a sair do banco durante a temporada. Ao longo da offseason e pré-temporada, fomos ouvindo que tanto a Este (Celtics) como a Oeste (Warriors) havia duas equipas com 6 titulares e que, como o basquetebol ainda é um jogo de 5v5, alguém seria sacrificado.

E, curiosamente, em ambas foram os veteranos (Horford e Paul) a abraçar esse papel. Mas entre os dois, apenas Chris Paul nunca havia entrado numa partida a partir do banco na sua carreira. Foram 1365 jogos consecutivos como titular e CP3, embora não se confesse particularmente apaixonado pela ideia de iniciar as partidas de fato de treino, tem brilhado no seu papel e sido a peça-chave para vencer os minutos sem Curry: não só uma raridade, como uma das maiores adversidades da era dourada dos Warriors.

Ora a servir os Splash Brothers que, diga-se de passagem, não lançam nada mal a bola, ora no já familiarizado pick&roll com Saric, que também não foi uma aquisição nada má por parte dos Warriors, já vai com 33 assistências e apenas 6 turnovers em 4 jogos. A amostra ainda é pequena, mas se se mantiver saudável, Chris Paul não só é candidato sério ao prémio de 6º homem, como será fundamental para a candidatura de Golden State a vencer o Oeste.

O IN-SEASON TOURNAMENT SERÁ UM SUCESSO

Obviamente, há muitas reservas perante o novo torneio de meio de temporada da NBA, mas Adam Silver aparenta ter reunido os ingredientes certos para o seu sucesso. Sendo o seu objetivo principal gerar mais interesse numa fase mais apagada da temporada, este parece estar bem-encaminhado tanto para adeptos como para os seus intervenientes. Para além dos fatores jogos a eliminar, nenhum acréscimo de partidas (exceto a final) e a realização da final four em Las Vegas, a NBA introduziu esta semana courts personalizados para que o adepto compreenda imediatamente que está perante um jogo a contar para a nova competição da NBA.

Vencer a NBA Cup jamais será, nem é esse o seu intuito, equivalente a vencer o Larry O’Brien, nem tem, pelo menos por enquanto, a importância do torneio play-in. Ainda assim, quer para o adepto mais fiel, quer para o mais casual, partidas a eliminar em courts como nunca vistos na NBA tem tudo para ser divertido, não?


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