Tour de France 2020: Conclusões da 2ª Semana
O Tour de France entra hoje na derradeira semana, mas da segunda já se tiram várias conclusões, para além de já ser possivel apontar mais alguns derrotados surpreendentes. O que ficou claro na segunda semana?
Jumbo-Visma é a melhor equipa
Esta afirmação é quase uma verdade La Paliciana nesta fase da época. Depois de aniquilarem a concorrência no Tour de l´Ain e no Dauphiné, a equipa holandesa tem mais uma vez pulverizado os adversários, e fosse Primoz Roglic um ciclista mais ofensivo e já poderia ter o tour no Bolso.
Nesta fase, até Wout Van Aert, mais conhecido por ser um especialista em provas de um dia e sprints, consegue impor ritmo e deixar candidatos para trás na montanha. A juntar ao belga, autenticos gregários de luxo como Robert Gesink, George Bennett e Sepp Kuss, não esquecendo o super Tom Dumoulin, que poderia estar na luta pelo pódio caso não tivesse de trabalhar para Roglic, e que esperamos ver a lutar por mais uma grande volta este ano, no Giro ou na Vuelta.
A Colômbia em dificuldades
É uma das nações que logo vem ao pensamento quando falamos de ciclistas, mas neste Tour, está mais uma vez a desiludir. Egan Bernal era a par de Roglic o grande candidato a vencer, mas um dia horrível na subida ao Gran Colombier hipotecou as hipóteses do jovem de 23 anos, que já nem no top 10 está.
Nairo Quintana é novamente motivo de desilusão. Equipa nova mas as mesmas dificuldades em acompanhar os favoritos, algo que parecia impossível no inicio deste ano, quando apareceu com tudo nas primeiras provas por etapas da época. Os jovens da EF, Dani Martínez e Sergio Higuita também não corresponderam às expetativas (o segundo inclusive já abandonou devido a uma queda), bem como Esteban Chaves, restando à nação sul americana o experiente Rigoberto Urán e o super man Miguel Ángel López, que vão gladiar-se com Mikel Landa, Adam Yates e Richie Porte pelo pódio.
O ciclismo está em boas mãos
Na segunda semana de competição, em 6 etapas, apenas uma foi ganha por um elemento com mais de 26 anos, quando Sam Bennett venceu ao sprint. Nas restantes 5, todos os vencedores nasceram em, ou após 1994, o que nos permite dizer que o ciclismo está em optimas mãos.
Caleb Ewan, o pequenino mas grande sprinter, o promissor Dani Martínez, possivel candidato futuro a uma grande volta, os talentosos meninos da Sunweb Soren Kragh Andersen e Marc Hirschi, e o super Tadej Pogacar, que os 21 anos já tem um pódio numa grande volta, e prepara-se para levar a luta pelo Tour até ao contra-relógio da penúltima etapa. Anos de glória pela frente para quem gosta de ciclismo.
A INEOS cometeu um erro
A aposta em Bernal como líder foi correta, pois seria no mínimo estranho o colombiano não defender o seu troféu. Mas deixar de forma dois nomes com a experiência e qualidade de Chris Froome e Geraint Thomas foi um erro, pois como tem sido notório, tem faltado ajuda e alternativas a Bernal.
Richard Carapaz não está claramente em forma, Michal Kwiatkowski sozinho não dá para tudo, e as quedas no primeiro dia deixaram marcas problemáticas em Pavel Sivakok e Andrey Amador, nomes que raramente se têm visto a ajudar Bernal. Quem se deve estar a rir é o duo britânico, que vê a sua equipa perder de forma estrondosa, equipa que nos ultimos 8 anos levou para casa 7 tours.