The Sky is the limit (O céu é o limite)

Davide NevesFevereiro 20, 20184min0

The Sky is the limit (O céu é o limite)

Davide NevesFevereiro 20, 20184min0
Não, isto não é um texto de motivação ou algo do género que tenha saído de um livro do Pedro Chagas Freitas ou do Gustavo Santos. É a análise do Fair Play à maior volta do ciclismo nacional: a Volta ao Algarve.

Para os mais distraídos, a Sky venceu à grande e à algarvia no sul do nosso país. Michal Kwiatkowski, esse polaco de nome estranho mas que tem muito talento naquelas pernas de ex-campeão do mundo, venceu a Volta ao Algarve pela segunda vez na sua carreira, depois de a ter conquistado em 2014. Mas a verdadeira vencedora aqui é a equipa Sky no seu geral, com um domínio absolutamente arrasador do primeiro ao último quilómetro.

Mas vamos por partes, que uma volta não é feita de uma só etapa, nem uma análise do Fair Play só de dois parágrafos.

Etapa 1: O futuro dos sprints?

O holandês ao cortar a meta, com Démare a poucos centímetros…
(Foto: Sul Informação)

Com saída de Albufeira e chegada a Lagos, a edição 44 da Volta ao Algarve culminou com uma vitória impressionante de Dylan Groenewegen (Team LottoNL-Jumbo), que nos últimos metros bateu Arnaud Démare (FDJ). O holandês era assim o primeiro líder da geral, e mostrou que está bem esta época. Relativamente ao contingente nacional, o melhor português foi Luís Mendonça, da Aviludo-Louletano, que fechou em Lagos na 10ª posição, com João Matias (Vito-Feirense-Blackjack) em 13º.

Etapa 2: Uma aventura polaca no Alto da Fóia

A segunda etapa levava até ao primeiro teste “a sério” desta volta. No Alto da Fóia, Michal Kwiatkowski bateu os outros colegas de ‘grupeto’ e venceu pela primeira vez este ano. Como seus colegas tinha o seu colega Geraint Thomas (3º), Bauke Mollema (2º), Daniel Martin (4º), e Jaime Rosón (5º). O polaco foi mais forte que estes, e no grosso, podemos dizer que Mollema ou Martin desiludiram um bocado, vindo de homens que irão lutar pela camisola amarela no Tour. Em termos nacionais, Joaquim Silva (Caja-Rural Seguros) foi o melhor luso, ao fechar em 14º, a 6 segundos do vencedor, no mesmo grupo que, por exemplo, Tejay van Garderen (BMC).

Etapa 3: Thomas de luxo

Em dia de contrarrelógio, mais uma vitória para a Sky (grande início de mês de fevereiro para a equipa), desta feita para Geraint Thomas. O britânico foi mais forte que toda a concorrência, dando 11 segundos de avanço para o segundo, Victor Campenaerts ou 19 segundos para o especialista Stefan Kung. Nas contas da geral, Thomas seria líder, com 22 segundos para “Kwia” e 32 para o português Nélson Oliveira, que foi o melhor português, com o mesmo tempo do polaco. De destacar ainda a presença de 4 homens da Sky e dois da BMC no top-10 da etapa.

Etapa 4: Dylan ao quadrado

E na segunda (e última) etapa de sprint, nova vitória para Dylan Groenewegen, desta vez sobre Mateo Pelucchi (Bora) e John Degenkolb (Trek). Mais uma excelente demonstração do holandês. Na geral, tudo continuava basicamente igual.

Etapa 5: Ó MALHÃO, MALHÃO, VAI KWIA QUE É TUA!

No Alto do Malhão, Kwia elevou o nível.
(Foto: Sul Informação)

(Aviso: para o leitor do Fair Play, recomenda-se a leitura do resumo desta etapa ao som da música tradicional portuguesa “Malhão, Malhão”, com os dois primeiros versos a serem aqueles em cima utilizados. Nós até damos uma ajuda! Obrigado.)

E foi assim. Confirmação de Kwiatkowski como vencedor da Volta ao Algarve, vitória no Alto do Malhão para o polaco, segundo lugar para Rúben Guerreiro, e uma excelente prestação de Stefan Kung ou Serge Pauwels. Desiludiu, e muito, a prestação da BMC. Recheada de qualidade, com Richie Porte, Tejay van Garderen, Stefan Kung, Simon Gerrans, Dylan Teuns, Jurgen Roelandts e Loic Vliegen, a equipa americana devia ter feito bem mais.

Confira aqui a classificação geral individual (top-5):

  1. Michal Kwiatkowski (Sky)
  2. Geraint Thomas (Sky) +1:31
  3. Tejay van Garderen (BMC) +2:16
  4. Bauke Mollema (Trek) +2:22
  5. Bob Jungels (Quick-Step) +2:33

10. Nélson Oliveira (Movistar) +2:54
20. Rúben Guerreiro (Trek) +3:54
25. Joaquim Silva (Caja-Rural Seguros) +4:22


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS