Paris-Nice / Strade Bianche: Será desta para Jumbo-Visma e Ag2r?
Estão quase na estrada o Paris-Nice e a Strade Bianche. A primeira, conhecida pela corrida do sol, arranca domingo, dia 7, e termina dia 14. A segunda disputa-se dia 6.
Paris-Nice
O Paris-Nice é a primeira grande prova do ano em que se nota o início da preparação dos vários ciclistas, não só para as clássicas da primavera, como também para o Giro d´Italia.
Duas etapas planas, para os sprinters puros, 4 etapas de média montanha/acidentadas, onde os candidatos à geral e os puncheurs vão tentar descartar os sprinters, um contra-relógio individual de pouco mais de 14 kms, e a etapa rainha de alta montanha, com chegada em alto ao Col de Vence, após cerca de 10 kms de subida, a quase 7% de inclinação.
Durante a etapa rainha, mais de 16 kms a 6,2% até Valdeblore de La Colmiane, ou 7,5 kms a 4,7% até ao Côte de Saint Antonin. Nesta sétima etapa, e na oitava, serão decididas as diferenças entre os favoritos. Até a chegada oficial a Nice, uma oitava etapa de sobe e desce constante com pendentes que quase chegam aos 9%.
Vários candidatos de várias equipas promete agitar a corrida da próxima semana, mas há uma equipa que tem uma pressão extra. A Jumbo-Visma.
A turma holandesa tem um dos melhores plantéis do World Tour, mas neste início de época não tem dominado as provas como seria de esperar, somando apenas uma vitória por Jonas Vingegaard.
Para este Paris-Nice, a equipa apresenta-se como um elenco de luxo liderado por Primoz Roglic, com apoio direto de Steven Kruijswijk, George Bennett, Sam Oomen e Tony Martin, pelo que tudo o que não seja uma vitória pode lançar dúvidas sobre o planeamento inicial da época. Terá 2020 sido a regra ou a excessão para a Jumbo?
Uma prova de grande responsabilidade para a equipa da Jumbo, que terá na INEOS um grande adversária. A equipa britânica apresenta-se com uma bela equipa, que terá em Tao Geoghegan Hart e Richie Porte os principais elementos, com Andrey Amador, Rohan Dennis ou Laurens De Plus no apoio.
A “nova” Ag2r também promete agitar. A equipa francesa mudou o seu foco, abdicando das grandes voltas para se focar nas provas de um dia e nas provas de uma semana. Para este Paris-Nice, atenção a Bob Jungels e Aurélien Paret-Peintre e Ben O´Connor.
Aleksandr Vlasov, da Astana, é outro grande candidato a uma luta pela vitória, apoiado por Aleksey Lutsenko e Ion Izaguirre.
Jack Haig (Bahrain Victorious), Guillaume Martin (Cofidis), Jai Hindley (DSM), David de la Cruz Max Schachmann (Bora) Pierre Latour (Diréct Energie) e Warren Barguil (Arkéa) serão outros nomes na luta pela geral.
Nas discussões ao sprint, Sam Bennett (Deceunick) será o alvo a abater.
Pascal Ackermann (Bora), Arnaud Démare (FDJ), Giacomo Nizzolo (Qhubeka), Bryan Coquard (B&B), Nacer Bouhanni (Arkéa), Mateo Trentin e Alexander Kristoff (Emirates), Jasper Phillipsen (Alpecin) e Mads Pedersen (Trek) prometem animadas e empolgantes discussões a alta velocidade.
Strade Bianche
Passemos à Strade Bianche.
A famosa corrida de estradas brancas, a fazer lembrar o Paris-Roubaix. Uma das clássicas mais conceituadas do ano, quase ao nível de um monumento, que é indicada para os puros puncheurs e para alguns voltistas com melhor ponta final.
Uma prova duríssima, 184 kms nas imediações de Siena, cidade onde a prova termina. Uma prova de subidas explosivas com pendentes elevadíssimas, que quando atacadas deixam muitos adversários para trás.
Destaque para o quilómetro a 10.3 % até ao Mont de Sant Marie, os 700 metros a quase 8% até ao Vico d´Arbia, e pela mítica subida final já dentro de Siena, 700 metros de sofrimento a 9% de inclinação até à meta.
Wout Van Aert vem defender o título de 2020, com uma Jumbo-Visma que leva Robert Gesink, Paul Martens ou Tobias Foss para o apoiar.
Uma das equipas sob maior pressão é a Ag2r Citroen. A equipa francesa desfez-se dos seus dois principais nomes para três grandes voltas para formar uma equipa a pensar nas clássicas, mas no primeiro fim de semana de clássicas, na Omloop e na Kuurne-Bruxelles-Kuurne, a equipa não correspondeu.
Na Strade Bianche, mais uma oportunidade para Greg Van Avermaet voltar aos triunfos, num terreno que o belga adora. Para o apoiar terá Lilian Calmejane, Michael Schar, Gijs Van Hoecke e Andrea Vendrame.
Mathieu Van der Poel (da Alpecin-Fenix), será um dos grandes candidatos a vencer, o constante sobe e desce é a sua praia, e tal como Van Aert, a experiência do ciclocrosse é fundamental para os vários troços de gravilha ao longo da prova.
Jakob Fuglsang costuma arrancar as épocas em grande, e sabemos a qualidade do dinamarquês em provas de um dia, ele que já foi segundo nesta prova em 2019, e terá uma Astana de luxo a ajudar, com Alex Aranburu, Gorga Izaguirre, Fabio Felline e Manuele Boaro.
E como não falar de Julian Alaphilippe? O francês, atual campeão do mundo, parece talhado para provas como esta, e aquela última subida parece feita para ele. Em 2019 foi ele o vencedor. O português João Almeida será um dos apoios do francês, juntamente com Kasper Asgreen, Zdenek Stybar ou David Ballerini. Uma Deceunick Quick-Step de luxo
Outra equipa que precisa de começar a mostrar serviço é a Movistar. A equipa espanhola investiu em nomes fortes para provas de um dia, com a chegada de Iván Garcia Cortina e Gonzalo Serrano, que liderarão a equipa ao lado do eterno Valverde.
Na INEOS, Michal Kwiatkowski é um nome perigoso, ele que já venceu a prova em 2017. Egan Bernal também poderá entrar na discussão, não esquecendo ainda o jovem talento Thomas Pidcock.
Atenção ainda a Alberto Bettiol (EF-Nippo), Simon Yates (Bike Exchange), Romain Bardet (DSM), Tadej Pogacar e Davide Formolo (Emirates), Tim Wellens (Lotto) ou Stefan Kung (FDJ), todos eles com ambições de estar na discussão.