Paris-Nice 2019: Um lugar ao Sol
Uma das provas mais atípicas do principal calendário do ciclismo, muito principalmente devido às expectáveis condições metereológicas adversas que se fazem sentir na região que alberga o Paris-Nice. A chegada em alto ao Col de Turini na sétima etapa, para além do contrarrelógio individual de 25 quilómetros em Barbentane, na etapa 5. O vencedor de 2018, Marc Soler, regressa para defender o lugar no topo do pódio em Nice. Nas últimas sete edições, cinco foram ganhas pela Team Sky – Richie Porte por duas vezes em 2013 e 2015, Bradley Wiggins em 2012, Geraint Thomas em 2016, Sergio Henao em 2017. Para além de Soler, o único homem capaz de quebrar esta hegemonia britânica tem o nome de Carlos Betancur, que venceu a prova ao serviço da AG2R La Mondiale.
Outra curiosidade é o já longo jejum de vencedores franceses: há 21 anos que um ciclista francês não vence esta prova, desde o “tri” de Laurent Jalabert nos anos de 1995 a 1997. De lá para cá já figuraram por seis vezes em pódios, incluindo em 2002, onde dois franceses fecharam o segundo e o terceiro lugar da geral, atrás de Alexandre Vinokourov (Sandy Casar em segundo, Laurent Jalabert em terceiro). Para esta edição, todas as esperanças são depositadas em Romain Bardet
O ciclista mais condecorado do Paris-Nice é, e continuará a ser, o irlandês Sean Kelly, com 7 vitórias. Aliás, do pelotão atual, apenas Richie Porte figura no Top-10 dos ciclistas com mais vitórias e presenças no pódio, com as duas vitórias ao serviço da Team Sky e um terceiro lugar em 2016 pela BMC.
O único português em prova é Amaro Antunes, pela CCC Team, que conta também com Will Barta, Victor de la Parte, Alessandro de Marchi, Jakub Mareczko, Laurens Ten Dam e Francisco Ventoso. É expectável que o português lidere a ex-BMC.
A “veloz” luta pelas etapas
São três, certamente, as etapas disputadas ao sprint. E aí, o cartaz é de luxo. Desde os puros velocistas como Sam Bennet (Bora-Hansgrohe), Arnaud Démare (Groupama-FDJ), Caleb Ewan (Lotto-Soudal), Matteo Trentin (Mitchelton-Scott), John Degenkolb (Trek-Segafredo) ou Mark Cavendish (Dimension Data), até aos “clássicos”, que se preparam para mais uma edição da Milano-Sanremo: Michael Matthews (Sunweb), Michael Valgren (Dimension Data) ou Oliver Naesen (AG2R).
A Direct Energie ambiciona também vitórias em etapas no Paris-Nice, mas por um motivo vem diferente: garantir um Wildcard para o Tour de France. Assim, conta com Niki Terpstra e Lilian Calmejane. Duas outras equipas, a Arkea-Samsic e a Vital Concept terão também um confronto, com André Greipel e Bryan Coquard, com os últimos a depositarem algumas esperanças em Warren Barguil.
A luta por um lugar ao Sol
A luta pela geral será igualmente feroz. A Team Sky leva como líderes Michal Kwiatkowski e Egan Bernal, suportados por Geoghegan Hart, Sebastian Henao, Jhonatan Narvaéz, Luke Rowe e Iván Sosa. A detentora Movistar leva, para além do vencedor em prova Marc Soler, Nairo Quintana para a geral. No apoio aos dois trepadores estão Rafael Valls, Anacona, Carretero, Erviti e Jurgen Roelandts. Já a Mitchelton-Scott aposta num dos gémeos Yates, neste caso Simon que, juntamente com Esteban Chaves, lideram o contigente australiano até Nice. Com Mikel Nieve sempre como recurso, a equipa apresenta também Jack Haig para o apoio na montanha.
A AG2R deposita todas as suas esperanças em Romain Bardet. O francês ambiciona quebrar o jejum gaulês. A Astana leva o “Superman” Miguel Ángel López e os irmãos Izagirre, Gorka e Ion. A Bahrain-Merida confia no experiente Domenico Pozzovivo, a Bora-Hansgrohe em Patrick Konrad e a Katusha no já habitual Ilnur Zakarin.
A UAE-Emirates ataca em três frentes, com a presença de Sérgio Henao, Fabio Aru e Diego Ulissi em França. A Education First leva Rigoberto Uran e Tejay van Garderen e a Sunweb irá ser liderada por Michael Matthews e Wilco Kelderman.