Milano-Sanremo 2018: O Tubarão Ataca!
Mas que grande Milano-Sanremo! No primeiro monumento de 2018, o vencedor foi o mesmo do último monumento de 2017: Vincenzo Nibali vence, finalmente, a corrida que sonha vencer desde que era miúdo. Depois de ter vencido na Lombardia pela segunda vez no passado outono, o Tubarão conquista aqui o seu terceiro triunfo na categoria “Monumentos”, as 5 clássicas mais famosas do ciclismo (juntam-se a estas a Ronde van Vlaanderen, a Liège-Bastogne-Liège e, é claro, o Paris-Roubaix.
No que diz respeito à prova em si, o tempo não retirou a espectacularidade da prova. Recheada de bons nomes, a Sanremo tem sempre aquela tensão de que “tudo pode acontecer”. Desde quedas (pobre Mark Cavendish…) a enormes riscos tomados para apanhar um Tubarão que nas descidas é completamente mortífero, a edição 109 deste monumento voltou para Itália, 12 anos depois da vitória de Pippo Pozzatto.
Nos últimos 30 quilómetros, tudo aconteceu. Na Cipressa e, mais tarde, no famoso e infame Poggio de Sanremo, a longa etapa de 294 quilómetros delineava-se para um final intenso, com grande parte dos sprinters no grupo principal. Com a fuga alcançada, e à medida que o terreno inclinava, alguns ficaram para trás (Marcel Kittel, por exemplo). Outros não conseguem ter apenas sorte: Mark Cavendish optou por correr com uma costela partida e até parecia estar bem até ter caído de forma bem violenta na entrada para o Poggio. Depois da queda no Tirreno, mais uma para o britânico, que amaldiçoa todos e mais alguns…
Um sonho…
Foi no Poggio que vimos uma excelente estratégia: a Bahrain-Merida, completamente rebocada para a frente da corrida por Matej Mohoric, leva a que o seu líder, aproveitando um ataque do ciclista letão Krists Neilands (da Israel Cycling Academy), acaba por protagonizar um dos mais emocionantes desfechos dos últimos anos da Milano-Sanremo. Já nos últimos metros, com o pelotão atrás de si e um jovem Caleb Ewan a dar tudo por tudo para caçar um certo tubarão, Vincenzo Nibali ergueu os braços e realizou um sonho de menino (e não, não se preocupe o leitor que nenhuma música do Tony Carreira entrará neste artigo!).
No que diz respeito ao top-10, Ewan ficou em segundo lugar e Arnaud Démare em terceiro, com o campeão do mundo, Peter Sagan, no sexto posto. Michal Kwiatkowski não passou do 11º lugar.