Giro d’Italia – 5 Candidatos à Juventude

Diogo PiscoAbril 28, 20186min0

Giro d’Italia – 5 Candidatos à Juventude

Diogo PiscoAbril 28, 20186min0
São cinco jovens com muito talento e ainda mais potencial. Encabeçados por "Superman Lopez", estes são cinco fortes candidatos a um potencial Top 5 final.

A menos de uma semana do arranque da primeira grande volta da época 2018, O Fair Play, dá início à ante-visão do Giro d’Italia 101º elegendo cinco candidatos à conquista da Maglia Bianca (camisola da juventude).

Desde vitórias em etapas de grandes voltas, a top 10 em voltas de uma semana e várias camisolas da juventude, não há duvidas que estes cinco jovens já provaram ter muito talento. Agora vêm à volta a Itália com diferentes papeis nas respectivas equipas mas certamente com uma mesma vontade, de dar o seu melhor e no final das três semanas obter a melhor classificação possível.

Miguel Angel Lopez (Astana Pro Team) – Ninguém vai ficar admirado se no dia 27 de Maio o Fair Play estiver a parabenizar o “Superman Lopez” pela conquista da classificação da juventude na centésima primeira edição do Giro d’Italia. É até bem provável que M. A. Lopez seja parabenizado por bem mais que isso, como por exemplo um potencial top3. Após ter imposto a sua liderança na Vuelta 2017, o colombiano vê-se como líder da Astana com a saída da equipa de Fabio Aru no final da época passada. Dos mais jovens é o que tem mais experiência e traz consigo uma equipa muito forte e que encontrou uma “alma” vencedora esta época que há muito havia perdido. Tal como toda a equipa, Lopez corre um bocado à imagem do seu director, Alexander Vinoukurov, e espera-se que ataque bastante a corrida e tente ganhar vantagem aos seus adversários mais directos, principalmente em alta altitude. O seu é foco é a geral e a juventude deve ser vista como um resultado natural dos seus objectivos.

Enric Mas (Quick-Step Floors)– A melhor maneira de testar o talento de um potencial voltista é “lançá-lo aos leões”. Neste caso, a Quick-step vai lançar Mas aos leões mas não o lança sozinho. Com ele vai a restante alcateia e todos sabem que quando esta alcateia sai para caçar nunca volta para casa com fome. O espanhol herda a responsabilidade de defender uma camisola que foi conquistada pela equipa nas duas últimas edições desta grande volta, através de Bob Jungels. À partida, parece a maior ameaça à conquista da juventude por parte de M.A. Lopez. Excelente trepador e um competente contra-relogista resta saber como irá aguentar as três semanas com a responsabilidade que lhe é atribuída. É o líder para a geral e apesar de não ter uma equipa construída para o apoiar na alta montanha, Mas poderá sempre contar com a entrega e o espírito de caça dos restantes lobos.

Sam Oomen (Team Sunweb)– O vencedor da camisola da juventude da Volta ao Algarve não terá tarefa fácil face à restante concorrência na luta pela juventude. Este talentoso jovem que a equipa da Sunweb vem a trabalhar há já algum tempo para as grandes voltas, está a ser construído à imagem dos outros grandes ciclistas da equipa. Forte no contrarelógio e capaz de andar com os melhores na montanha, o jovem holandês tem a função de ajudar o seu compatriota, e chefe de fila, Tom Dumoulin na defesa da Maglia Rosa (classificação geral). Apesar de ter funções diferentes dos seus concorrentes, Oomen deverá ser dos últimos homens a deixar o seu líder sozinho. Espera-se que após isso não se desligue da corrida e mantenha o ritmo até ao fim das etapas com vista a continuar a sua preparação para as competições de três semanas. À partida parece injusta a sua posição uma vez que terá de lutar contra líderes de outras equipas mas veremos o que será capaz o pupilo do vencedor do ano passado. 

Sam Oomen no pódio da Volta ao Algarve com a camisola de líder da juventude. Fonte: http://voltaaociclismo.blogspot.pt/2018/02/um-sucessor-de-dumoulin-feliz-por-estar.html

Giulio Ciccone (Bardiani-CSF)– Vimo-lo ganhar uma etapa no Giro com apenas 21 anos. Após uma época mais apagada dos grande palcos, este ano voltou a dar nas vistas com um 9º lugar no Tour des Alpes perante um elenco de luxo. Ciccone deu boas indicações e terá uma liderança dividida com Manuel Senni para aqueles que são os objectivos da equipa para a montanha. No entanto, é preciso ter consciência que ganhar uma etapa ou aguentar uma semana atrás dos melhores, nada tem a ver com aguentar três semanas com o ritmo de um pelotão World Tour. Ciccone pode ser uma boa surpresa e conseguir lutar por uma boa classificação geral. No entanto, não seria de admirar se a meio das três semanas o virmos a desligar da corrida para depois tentar entrar em fugas para lutar por etapas e assim afundando-se na geral. Será a corrida e os objectivos da equipa a decidir se o jovem italiano entra ou não na luta pela juventude. Haja pernas porque as qualidades estão lá. 

Ben O’Connor (Dimension Data)– Dos cinco será o menos conhecido dos adeptos. Também dos cinco será o que terá, à partida, a vida mais dificultada na luta pela camisola da juventude. Venceu recentemente uma etapa no Tour des Alpes e conquistou um 7º lugar na geral final e a juventude. Excelente rolador e um competente trepador vem a Itália fazer a sua estreia nas três semanas, mais um ponto em que está atrás dos seus concorrentes uma vez que todos já fizeram pelo menos uma grande volta. Tem como chefe de equipa, Louis Meintjes, também ele muito jovem. Apesar de ter um líder definido para a geral, a sua equipa não tem por hábito formar um bloco de trabalho para o apoiar. Neste caso, será mais provável vermos O’Connor com ordem para entrar em fugas e procurar vitórias em etapas. Será pouco provável vê-lo a trabalhar para a geral ou para levar o seu líder confortavelmente montanha a cima podendo pensar numa boa classificação regularmente. Ainda assim é um grande candidato a um top 5 final da juventude.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS