La Vuelta 2018: os líderes
De algum tempo para cá, é notória a mudança de estratégia de muitas das equipas: muitas já não assumer um líder apenas. Desde “colocar a carne toda no assador” – jogada à Movistar no Tour – a deixar 2/3 líderes para objetivos distintos a longo da prova, as táticas são muitas – para muitas os resultados não são nenhuns.
O tudo por tudo
Começamos pela equipa que, provavelmente mais precisa de ganhar a Vuelta – a Movistar. A equipa ainda não está confirmada, mas os líderes aparentam ser os mesmos que correram o Tour: Nairo Quintana, Alejandro Valverde e Mikel Landa. Segundo “all-in” da Movistar esta época. A estes três irá juntar-se muito provavelmente Nélson Oliveira, deixando dúvidas sobre os restantes que irão completar o elenco da equipa espanhola.
Outra equipa que precisa de uma vitória na Vuelta é a Mitchelton-Scott – depois da “morte na praia” de Simon Yates no Giro d’ Italia e da enorme desilusão que foi o Tour de France do irmão Adam, a equipa australiana junta os dois e ainda o recém campeão europeu Matteo Trentin para as etapas ao sprint. O resto da equipa ainda não está confirmada, mas Jack Haig deverá fazer parte do apoio aos irmãos Yates. Mikel Nieve, que fez um grande Giro e um grande Tour, não deverá fazer parte das escolhas. Compreensível.
A Astana chega a Espanha com um elenco bem focado na montanha e em dar o que Miguel Angel Lopez mais quer: a vitória na Vuelta. Não estando ainda confirmado também, espera-se a presença de nomes como Jakub Fulgsang, Omar Fraile, Pello Bilbao ou Dario Cataldo. 4 nomes de luxo e que oferecem excelentes alternativas ao colombiano. Fulgsang é um homem de clássicas, mas fechou o Tour em 12º da geral, e Omar Fraile e Pello Bilbao deixam tudo na estrada – ainda para mais quando a estrada é espanhola.
Há um tubarão a olhar para a camisola vermelha de líder na Vuelta: Vincenzo Nibali, depois da conquista na Milano-Sanremo, teve um resto de época muito razoável e foi forçado a abandonar o Tour. A Bahrain volta a apostar forte para a Vuelta, com os irmão Izagirre no apoio ao italiano, bem como os italianos Gio Visconti e Franco Pelizzotti.
Fabio Aru é, por esta altura, um ciclista sedento por vitórias. Numa época muito apagada para o italiano, a Vuelta pode ser a última alternativa de sucesso, ele que sabe muito bem o que é vencer esta grande volta. Pela UAE-Emirates, Aru deverá partilhar a liderança com Dan Martin, que em princípio também estará presente. Ainda não se sabe se Rui Costa marcará presença.
Thibaut Pinot tenta o tudo por tudo na Vuelta. Depois de ficar de fora do Tour para a Groupama-FDJ focar todas as atenções em Arnaud Démare, a Vuelta é a grande hipótese de Pinot vencer uma grande volta pela primeira vez. Terá a seu lado, em princípio, o jovem David Gaudu e Steve Morabito, ficando ainda por saber o resto da equipa.
A Trek-Segafredo leva Bauke Mollema como líder, para variar. O holandês deverá estar acompanhado por Giacomo Nizzolo e terá apoio de Rúben Guerreiro e de Fabio Felline. A Katusha-Alpecin volta a levar Ilnur Zakarin como líder, prevendo-se também a presença de Ian Boswell e de Jonathan Restrepo.
Fazer ainda mais
A Sky leva uma época estrondosa, depois das duas grandes voltas já conquistadas – 4 seguidas! Juntando as duas grandes voltas às provas de uma semana já conquistadas – Volta ao Algarve, Tirreno Adriático e Volta à Polónia conquistadas por Michal Kwiatkowski e o Critérium du Dauphiné ganho por Geraint Thomas. O polaco será, a par de David de la Cruz, o principal foco da equipa para a Vuelta. Dylan van Baarle e Tao Geoghan Hart, por exemplo, também estarão presentes.
O que têm o tricampeão do mundo, um trepador polaco e uma sensação italiana em comum? Para além de fazerem parte de uma super Bora-Hansgrohe, fazem parta dos 8 escolhidos para a Vuelta. Peter Sagan, Rafal Majka e Davide Formolo dividirão a liderança da equipa, sendo que o dorsal 1 será, pois claro, de Peter Sagan. Aliás, esta equipa será, porventura, a mais equilibrada para as 3 semanas. Juntam-se aos 3 líderes Buchmann, Burghardt, Postleberger, Jay McCarthy e Schwarzmann.
A última grande volta de uma grande equipa
A Vuelta será a última grande volta da BMC, já que a equipa sairá do World Tour no fim deste ano, sendo substituída pela CCC. Assim, estão previstos para iniciar a Vuelta Richie Porte, Tejay van Garderen, Rohan Dennis, Damiano Caruso e Dylan Teuns (a equipa ainda não foi confirmada).
Noutras equipas, a Quick-Step deverá levar Enric Mas e Elia Viviani como líderes, na Lotto Jumbo a liderança será dividida entre Kruisjwijk e George Bennet, a Dimension Data deverá focar todas as suas forças em Louis Meintjes e a Cofidis leva o polémico Nacer Bouhanni. A Lotto Soudal não tem um líder assumido e a Education First/Cannondale focará a liderança no colombiano Rigoberto Urán.
Muitas equipas, muitos líderes, mas só um poderá vencer a camisola vermelha e levar uma Grande Volta para casa. A Vuelta começa dia 25 de agosto e terá cobertura no Fair Play, com mais artigos de antevisão, bem como alguns durante o decorrer da prova. Não percas!