O início do fim

Davide NevesDezembro 13, 20172min0

O início do fim

Davide NevesDezembro 13, 20172min0
A notícia que está a marcar o mundo do ciclismo e que promete correr muita tinta...

A grande maioria suspeitava, desde há muito, e Froome deu, agora, razões para o ciclismo voltar a ter uma reputação questionável no mundo do desporto. O novo escândalo do ciclismo, em 2017, depois de Lance Armstrong, ou de todo o caso a envolver Alberto Contador. A notícia foi adiantada pelo The Guardian e confirmada, esta manhã, pela UCI.

Chris Froome acusou num teste de doping, durante a Vuelta deste ano. O britânico apresentou níveis elevados de Salbutamol, uma substância que consta de inúmeros medicamentos usados no combate à asma. De acordo com Froome, foi um conselho do médico depois de a asma dele ter piorado durante a prova.

Froome, em declarações no Twitter, agradeceu todas as mensagens de apoio e adianta que não pode dizer mais nada até o inquérito estar concluído.

UMA EXPLICAÇÃO BREVE

1- Salbutamol é uma substância usada pelos asmáticos, de forma a abrir as vias respiratórias.

2- Froome, como asmático, toma a substância de forma a controlar a sua condição. Durante a Vuelta, tomou o dobro do permitido.

3- A Sky admite que Froome tomou em demasia Salbutamo no dia do teste falhado de anti-doping, mas não esperavam que fosse acima do limite.

4- Chris Froome pode agora ser suspenso durante tempo indeterminado. Em termo de comparação, o italiano Diego Ulissi acusou em 2014 um valor similar ao de Froome e foi suspenso durante nove meses. Uma suspensão do género faria o britânico perder o Giro e o Tour. Para além disso, a vitória na Vuelta pode vir a ser-lhe retirada, e dada a Vincenzo Nibali, que terminou em segundo. Também a medalha conquistada nos Campeonatos do Mundo de Contrarrelógio Individual pode estar ameaçada, e aí o medalhado passaria a ser Nélson Oliveira.

A mancha inevitável na reputação do ciclismo

A superficialidade da opinião pública é colocada aqui em causa.

Para quem não acompanha o ciclismo, a modalidade fica rotulada com o epíteto de, em dois campeões fora de série como Armstrong e Froome, os dois estarem dopados. Comparando com o futebol, era como se Messi e Ronaldo estivessem dopados, o futebol passava automaticamente a ser uma fraude, só por causa deles. Num desporto que vive exclusivamente de patrocínios, é um rude golpe.

Esperam-se desenvolvimentos nos próximos capítulos.


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