Giro d’Italia – Avião holandês e avião italiano sobrevoam Israel e bombardeiam por completo adversários

Diogo PiscoMaio 7, 20185min0

Giro d’Italia – Avião holandês e avião italiano sobrevoam Israel e bombardeiam por completo adversários

Diogo PiscoMaio 7, 20185min0
Com opiniões contra e outras a favor, a verdade é que Israel já faz parte da história das grandes voltas europeias. E estes três dias até têm mais história para contar do que era espectável. O Fair Play identifica o que trás, o Giro 2018, de Israel para Itália.

A edição do Giro 2018, referente à sua 101ª edição, ficará para sempre na história como sendo a primeira grande volta a ter início num país fora da Europa. Israel ficará na memória de muitos, mas nem para todos por boas razões. O Fair Play retira as principais anotações dos três dias passados no Médio Oriente.

Avião Holandês

Logo no dia de arranque o avião holandês, Tom Dumoulin (Team Sunweb), sobrevoou Israel e arrasou por completo a concorrência. O campeão em título iniciou a defesa da Maglia Rosa com uma vitória. Deixou aqueles que se espera que sejam os seus adversários diretos, principalmente na alta montanha, a distâncias que não se previam tão significativas num contra-relógio curto.

A prestação do campeão do mundo da disciplina não foi surpresa para ninguém, sendo que já se esperava que podesse vencer neste dia. A surpresa deste primeiro dia estará mais do lado dos seus adversários que apresentaram resultados a baixo do espectável, principalmente Chris Froome (Team Sky).

Dumoulin foi ainda inteligente o suficiente para deixar passar a responsabilidade da Maglia Rosa para os ombros de Rohan Dennis (BMC Racing Team), sabendo que iria desgastar bastante a sua equipa se a sobrecarrega-se já na primeira semana com a responsabilidade de levar o líder da prova. O ciclista australiano não deve apresentar grande ameaça para Dumoulinb e é provável que passe por algumas dificuldades na alta montanha. No entanto nunca se sabe.

O avião holandês, Tom Dumoulin, levantando voo. Fonte: Giro d’Italia / Divulgação

Avião Italiano

No segundo e terceiro dias, foi italiano o avião que voou e arrasou em Israel. Elia Viviani (Quick-Step Floors), foi o mais rápido dos sprinters nos dois dias. Pareceu tudo muito controlado por parte do confiante ciclista italiano que tem finalmente na sua carreira a oportunidade que sempre quis. Está em excelente forma e ninguém ficará admirado se Viviani ganhar todas as etapas com chegada em sprint e levar a Maglia Ciclamino (referente à competição por pontos) para casa.

Se existe alguém capaz de derrotar este caça italiano é Sam Bennet (Bora – Hangrohe), Sasha Modolo (Team EF Education First – Drapac P/B Cannondale) ou Jakub Mareczko (Willier Triestina – Selle Italia). Vamos esperar para ver se alguém consegue voar mais alto que Viviani por terras italianas.

Estilhaços de Israel

Estilhaçados de Israel saíram Chris Froome e a sua Team Sky. Com vários especialista da disciplina de contra-relógio o melhor classificado da equipa foi o líder na 21ª posição a 37 segundos da frente. A Sky parece não estar tão forte e controladora como noutras competições. No entanto não se retirem conclusões precipitadas. Se há equipa que trabalha bem o jogo tático, psicológico e os ganhos marginais é esta. Algumas destas indicações podem ser planeadas por uma equipa tão calculista. Mas sem dúvida que foram os grandes afetados do Médio Oriente.

Maglia Bianca

Quando o Fair Play identificou cinco potênciais jovens ciclistas para vencer a classificação da juventude no final das três semanas, a Quick-Step Floors ainda não tinha divulgado a sua lista final e Enric Mas ainda era uma possibilidade para enfrentar o Giro 2018. No entanto, a equipa optou por deixar o jovem espanhol de fora não ficando de forma alguma mal representada na luta pela Maglia Bianca (camisola da juventude).

Maximilian Schachmann é um especialista em contra-relógio, agressivo, que está a ser construido à imagem da sua equipa. Não é tão bom trepador como Mas e deverá sofrer mais na alta montanha. No entanto é um Quick-Step, tem aquele ADN campeão e não tendo nenhum líder para respeitar no que à geral diz respeito, deverá ter liberdade para levar esta sua camisola o mais longe possível. Foi mais um dos aviões que voou bem alto por Israel e meteu algum respeito na concorrência.

A Quick-Step trás de Israel a classificação da juventude e por pontos. Fonte: Tim de Waele/ Getty images

Também sobrevoaram Israel

José Gonçalves, um avião Português que voou bem alto em Israel. O corredor da Team Katusha Alpecin foi 4º no contra-relógio inaugural e sai de Israel na 3ª posição. Pelas suas palavras, nota-se que pensa na possibilidade de poder vestir a camisola de líder nas próximas etapas. E que etapas, bem ao jeito de um corredor como o português.

Domenico Pozzovivo (Bahrain-Merida) e Simon Yates (Mitchelton – Scott) foram outros dois aviões que andaram por Israel. Com um resultado muito bom no contra-relógio são agora dos melhores classificados atrás de Dumoulin, bem posicionados para um bom lugar no top 10 final.


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