Ciclismo: As principais transferências para 2025 pt.2
Os rumores sobre mudanças de ciclistas profissionais começam a circular muito antes da janela de transferências oficial, que se abre no início de agosto, pelo que grande parte destas transferências são já conhecidas há vários meses. Durante os meses que antecedem esta data, diretores e agentes negociam salários e contratos, enquanto os ciclistas competem arduamente para obter bons resultado, de maneira a captar a atenção de equipas com maiores orçamentos. Se um contrato for assinado até 1 de agosto, os ciclistas podem considerar-se numa boa posição para a próxima temporada: as decisões já foram tomadas e o resto do contrato pode ser cumprido com pouco stress. Outros nem sempre têm tanta sorte, e pode tornar-se uma corrida contra o tempo para conseguir contratos profissionais para o ano seguinte.
Segue a segunda metade das principais transferências para 2025 do ciclismo mundial.
Lenny Martinez – Groupama FDJ para Bahrain Victorious
Embora tenha tido uma participação abaixo das expectativas no Tour de France este ano, depois de ser chamado à última da hora pela Groupama FDJ, Lenny Martinez ainda acredita que pode um dia vencer a camisola amarela. A Bahrain Victorious acredita que é a equipa certa para o ajudar a chegar lá, contratando o jovem francês para as próximas três temporadas, com a ambição de o ajudar a alcançar a vitória na maior prova de ciclismo. O ciclista de 21 anos já é visto como um dos trepadores mais entusiasmantes do pelotão WorldTour atual, com seis vitórias em corridas até agora na sua carreira. Martinez também fez história no ano passado, ao tornar-se o líder mais jovem da história da Vuelta a España, depois de uma forte primeira semana. Milan Erzen, diretor da Bahrain Victorious, afirmou em entrevista acreditar que Lenny Martinez trará a oportunidade à equipa uma chance de terminar no pódio do Tour com um ciclista local, realçando a dedicação e o espirito competitivo do jovem gaulês.
Pablo Castrillo – Equipo Kern Pharma para Movistar
Após as vitórias em etapas da Vuelta a España, não é surpreendente que várias equipas lutassem pela contratação do trepador espanhol Pablo Castrillo. No final, o ciclista de 23 anos optou por ficar perto de casa, assinando um contrato de três anos com a Movistar. Ainda não se sabe se a Movistar incentivará Castrillo a continuar a lutar por vitórias de etapa ou se tentará moldar para ser um ciclista de classificação geral em Grandes Voltas (neste momento apenas Enric Mas parece ser líder para 3 semanas), mas o ciclista nascido em Aragão certamente tem um futuro promissor pela frente.
Ethan Hayter – Ineos Grenadiers para Soudal-Quick-Step
Vencedor da Volta à Polonia e da Volta à Noruega em 2021 e 2022, respetivamente, Ethan Hayter é um dos talentos britânicos mais promissores da sua geração. Com o seu foco nas provas de pista nos Jogos Olímpicos, o ciclista de 26 anos não conseguiu corresponder totalmente às expectativas na estrada este ano, parecendo ter dificuldades para brilhar na Ineos Grenadiers. A sua mudança para uma nova equipa, depois de terminar o contrato, não foi surpreendente e a Soudal-Quick-Step parece ser uma boa opção para o ciclista nascido em Londres. Patrick Lefevere mostrou-se muito satisfeito com a aquisição do polivalente britânico, ele que entretanto deixou a liderança da equipa belga da Quick-Step. Espera-se que o campeão nacional britânico se concentre nas Clássicas onduladas nas próximas temporadas com a equipa belga, não descurando as vitorias em etapas, pois a sua capacidade de trepar e de sprintar (que trouxe da pista), tornam Hayter uma ameaça em vários terrenos.
Julian Alaphilippe – Soudal-Quick-Step para Tudor Pro Cycling
Após mais de dez anos com a equipa belga de Lefevere, 2025 trará uma grande mudança para Julian Alaphilippe. O duas vezes campeão mundial, vencedor de seis etapas do Tour de France, três vezes vencedor da Flèche Wallonne, e vencedor das clássicas Milano-Sanremo, Strade Bianche e Donostia San Sebastian Klasikoa, irá juntar-se à Tudor Pro Cycling na próxima temporada, uma equipa dirigida pelo ex-ciclista profissional Fabian Cancellara. Embora Alaphilippe tenha memórias extremamente felizes com a Soudal-Quick-Step, a relação entre ele e a equipa começou a deteriorar-se após quedas, doenças e lesões que o fizeram não corresponder ao esperado nas últimas temporadas.
Em entrevista ao canal da equipa, o talentoso francês referiu o seguinte: “Quero competir ao mais alto nível e ver o grupo a evoluir. Sonho em voltar às estradas do Tour de France com a equipa um dia, mas as corridas importantes, como as Clássicas, vêm primeiro. É uma grande mudança, mas voltar ao caminho das vitórias com a equipa será uma grande satisfação e espero que seja o começo de grandes coisas”.