Os Principais Destaques no WRC
A temporada de 2018 prometia voltar a colocar em confronto quatro gigantes da indústria automóvel. Ora, até ao momento, o mundial de pilotos é dominado por um gaulês pentacampeão, enquanto o mundial de construtores é liderado por um gigante sul coreano. Após três provas disputadas, o Fair Play dá a conhecer os principais destaques positivos e negativos do Campeonato Mundial de Rali.
Destaques Positivos
Sébastien Ogier (M-SPORT FORD WORLD RALLY TEAM)
Os anos passam, as equipas mudam e Ogier continua a ganhar. Logo no início da temporada de 2018, Sébastien Ogier não deu hipótese aos mais diretos concorrentes e venceu no Mónaco, deixando para trás os pilotos da Toyota Ott Tänak e Jari-Matti Latvala. Seguiu-se uma prova infeliz na Suécia onde o gaulês terminou no último lugar pontuável devido ao facto de ter aberto uma série de etapas no ambiente hostil sueco, funcionando como “limpa-neves” para os seus maiores rivais. Na última prova do campeonato disputado no México, Ogier até esteve mal nos dois primeiros dias de prova, contudo, a velocidade e a regularidade do homem nascido nos Alpes nos restantes dias levaram-no a chegar com relativa facilidade ao topo de Guanajuato. Após 3 provas realizadas, o gaulês da M-Sport já lidera o mundial de pilotos com 56 pontos, mais 4 do que o segundo classificado e mais 21 do que o terceiro classificado, deixando assim um forte aviso aos seus principais concorrentes.
Kris Meeke (CITROËN TOTAL ABU DHABI WRT)
O britânico é manifestamente um piloto rápido e divertido de se ver nos diversos pisos, no entanto, Meeke abusa da irregularidade competitiva, o que o torna um concorrente difícil de considerar na luta pelo título mundial. Nas três primeiras provas de 2018, o principal piloto da Citroën conseguiu finalmente dar um ar da sua graça e relegar para segundo plano a sua habitual inconsistência. No Mónaco, Meeke não só ficou muito perto do pódio (4º lugar) como ainda foi capaz de vencer a power stage, amealhando com isso importantes pontos para o mundial de pilotos. O abandono no Rali da Suécia podia anunciar o regresso do “irregular Meeke”, porém, o britânico soube superar este contratempo e exibir-se com uma frieza e consistência pouco habitual na primeira prova fora da Europa, levando a que Kris Meeke terminasse o Rali do México no último lugar do pódio. Até ao momento, o piloto nascido na Irlanda do Norte ocupa o quarto posto no mundial de pilotos e promete intrometer-se entre os principais “tubarões”.
Andreas Mikkelsen (HYUNDAI MOTORSPORT)
Desde os tempos em que Mikkelsen pilotava um Volkswagen Polo R WRC que já se sabia da qualidade do piloto norueguês, como tal, foi com especial espanto que Mikkelsen começou a temporada 2017 ao volante de uma viatura do WRC2. Em 2018, fez-se finalmente justiça e o norueguês voltou a iniciar uma temporada no WRC, agora ao volante de um Hyundai i20. A primeira prova no Mónaco não correu de feição a Mikkelsen, sendo que apenas o 3º lugar na power stage apagou a pálida imagem deixada durante os 4 dias de prova. Contudo, o norueguês não se foi abaixo e respondeu à altura nos ralis seguintes. Na Suécia, Mikkelsen tirou partido do seu conhecimento técnico na neve e colocou o Hyundai i20 na 3ª posição da geral, apenas atrás do seu companheiro de equipa Thierry Neuville e do surpreendente Craig Breen. No México, o norueguês não conseguiu subir ao pódio mas o quarto lugar na geral e na power stage realçam a subida de nível do talentoso piloto de Oslo, que pode contribuir decisivamente para que a Hyundai vença o mundial de construtores.
Destaques Negativos
Ott Tänak (TOYOTA GAZOO RACING WRT)
A chegada do estónio criou uma enorme expectativa nas hostes da Toyota, especialmente devido à consistência e frieza de Tänak, capaz de se complementar com a irreverência e a velocidade dos finlandeses Jari-Matti Latvala e Esapekka Lappi. Se no Rali de Monte-Carlo Tänak foi capaz de mostrar toda a sua qualidade com um categórico 2º lugar na geral, o mesmo não se pode dizer das suas prestações na Suécia e no México. No Rali da Suécia, o estónio sofreu bastante, tal como Ogier, por ser um dos primeiros a abrir os circuitos de neve, nesse sentido, o nono posto na geral foi um mal menor mas longe de corresponder à real valia do estónio. Já no México o ónus pela paupérrima prestação é em grande medida atribuída aos problemas mecânicos do Yaris WRC, porém, o problema mecânico que comprometeu a performance do estónio nesta prova surge na sequência de um erro de palmatória de Tänak. Ainda agora começou a temporada de 2018, contudo, o estónio tem de subir urgentemente o seu nível exibicional se quer colocar o seu nome nos lugares mais altos do pódio.
Elfyn Evans (M-SPORT FORD WORLD RALLY TEAM)
A melhor palavra para descrever o galês em 2017 foi “regularidade”, no entanto, parece que em 2018 Elfyn Evans está com dificuldades em manter esse rótulo. Nas três primeiras provas do mundial de ralis, o piloto da M-Sport não conseguiu melhor do que um sexto posto no rali inaugural de Monte-Carlo, seguindo-se duas provas desastradas na Suécia e no México. Nas inóspitas estradas nórdicas, Elfyn Evans ficou em décimo quarto lugar e revelou imensas dificuldades na neve, já na terra batida mexicana, o galês ainda fez pior e foi inclusive forçado a abandonar. Até ao momento, Elfyn Evans não está a justificar o papel de piloto oficial da M-Sport quer pela irregularidade que apresenta quer pela sua falta de velocidade. Se não elevar os seus desempenhos, a carreira do galês no WRC pode ter os dias contados.
Teemu Suninen (M-SPORT FORD WORLD RALLY TEAM)
O finlandês é unanimemente apontado como um dos pilotos mais talentosos do WRC, como tal, não surpreende que Malcom Wilson tenha dado a oportunidade de Teemu Suninen pilotar o Ford Fiesta WRC em 2018. Ora, tanto na Suécia como no México o finlandês teve a oportunidade de trocar o Ford Fiesta R5 pelo Ford Fiesta WRC, no entanto, Suninen esteve longe de deslumbrar os seus fãs e, obviamente, o seu diretor de equipa. Na Europa, o finlandês ainda ficou nos lugares pontuáveis (8º lugar), já na América do Sul o piloto nórdico teve bastantes dificuldades e terminou a prova apenas no 12º lugar. A pilotar em part-time o Ford Fiesta WRC, veremos se o finlandês, após folgar na Córsega e na Argentina, regressa em bom plano no Rali de Portugal.