O Torneio Internacional de São Mateus na antecâmara para Supertaça

Tomé BritoAgosto 20, 20185min0
SL Benfica e Sporting CP participaram no Torneio Internacional de São Matues e já deu para perceber os pontos positivos e negativos de ambas. Acompanhaste o torneio?

Decorreu no passado fim-de-semana em Viseu o Torneio Internacional de São Mateus, que contou com a presença de duas equipas nacionais, Benfica e Sporting, e duas internacionais, Chamberry e Chekhosvkie Medvedi.

O torneio, que já tem a tradição de marcar o início das épocas desportivas, não desiludiu e ao longo dos dois dias e quatro jogos da competição foi possível tirar algumas ilações de como se encontram Benfica e Sporting quando faltam seis dias para o primeiro troféu da época – Supertaça a 26 de Agosto – onde estas duas equipas se irão defrontar.

Nas meias finais o Sporting foi derrotado pelo Chambéry por 33-36 enquanto que o Benfica venceu o Chekhovskie Medvedi por 32-28. Já no domingo o Sporting voltou a ser derrotado, desta feita pela equipa russa por 34-35, enquanto que o Benfica surpreendeu o Chambéry ao vencer 30-27 e arrecadando assim esta edição do Torneio Internacional de Viseu.

BENFICA DÁ LIÇÃO DE BOM ANDEBOL E PARTE COMO FAVORITO PARA A SUPERTAÇA

No dia 4 de Agosto o Benfica defrontou o Nantes num jogo que serviu de apresentação aos adeptos e apesar da vitória ter sorrido aos franceses, a equipa da Luz mostrou-se bastante forte e sólida e conseguiu bater-se muito bem com os atuais vice-campeões europeus. Com isto em conta, as expetativas eram altas para este torneio e o Benfica não desiludiu e com duas exibições de grande nível conquistou o 1º lugar.

Com o núcleo duro da equipa intacto e as entradas de Carlos Martins, ponta direita do ABC, Daniel Neves, central do Sporting ainda com idade de júnior, e de Borko Ristovski, guarda-redes do Barcelona que com certeza irá brilhar no nosso campeonato, o Benfica está ainda mais forte e melhorou bastante naquele que foi o grande problema da época passada, a defesa.

A equipa está agora muito mais sólida e agressiva já não se verificando a passividade que era imagem de marca na época passada. Em termos individuais queremos destacar o trabalho que  Belone Moreira – lateral direito – tem feito nos últimos jogos. Apesar da sua baixa estatura Belone compensa esta “desvantagem” ao cair logo em cima do adversário mal há um passe do central para o lateral esquerdo. Com isto e com o seu bom trabalho de pernas para acompanhar o adversário  têm sido raras as vezes que o internacional português é ultrapassado.

No ataque temos admirado bastante o andebol de contra-ataques e ataques rápidos que o Benfica tem vindo a desenvolver. Destaque Ristovski na baliza tem sido fantástico nos lançamentos para o contra-ataque e impressiona com a velocidade de execução dos mesmos. Pedro Seabra também tem feito a diferença nos contra-ataques apoiados, ele que raramente toma uma má decisão e com a sua excelente leitura de jogo consegue sempre encontrar um colega sozinho.

Alex Cavalcanti também parece muito mais confiante, tomando mais iniciativa no ataque para rematar à baliza (já não precisa de ser sempre embalado pelo central) ou até mesmo para ir no 1 para 1. Em suma a equipa demonstrou-se muito forte e confiante e parece mais que preparada para o jogo da supertaça no domingo.

É NECESSÁRIO TRABALHAR A DEFESA EM ALVALADE

Já o Sporting deu imagens bastante contrárias às do seu rival. Se o ataque está lento, sem criatividade e os reforços parecem ainda não estar bem entrosados na equipa, a situação da defesa está precária e nem os guarda-redes, que fizeram a diferença nas últimas duas épocas, se mostraram ao seu nível.

Começando pelo menos mau o Sporting mostrou um andebol muito lento e com pouco jogo em equipa sendo notória a falta de Frankis Carol. Contudo nos dois jogos o Sporting conseguiu marcar 67 golos, o que é uma boa marca, mas isto deveu-se essencialmente às qualidades individuais dos jogadores que em vez de tentarem trabalhar para o resto da equipa iam para a baliza à vez. Também as constantes faltas técnicas (17 só no jogo contra o Medvedi) são um problema a resolver.

Individualmente destacamos os dois pivots Tiago Rocha (15 golos nos dois jogos) e Luis Frade, de apenas 19 anos, que se melhorar ao nível da eficácia pode tornar-se num caso muito sério na posição. Já os reforços não tiveram o rendimento esperado. Fábio Chiuffa falhou demasiados remates para um ponta e Ghionea não se mostrou adaptado ao andebol da equipa. Já Stjepanovic foi o melhor dos três ao mostrar que pode fazer a diferença com o seu remate, contudo ainda se mostra muito desconfortável quando o seu defesa é mais agressiva na saída ao portador.

Passando para a defesa é aqui que se encontra o grande problema do Sporting, eles que sofreram 71 golos nos dois jogos. Muita passividade, pouca agressividade e a revelarem graves falta de comunicação no eixo central da  defesa.

Foram muitas as vezes em que os constantes cruzamentos do Chambéry trocaram as voltas ao 6-0 defensivo do Sporting, abrindo sempre espaços na zona central. O grandes destaque pela negativa vai para Edmilson Araújo que se mostrou pouco agressivo na hora de sair ao portador da bola (os seus adversários diretos têm sempre muito espaço para ir no 1 para 1 ou para virem embalados e rematar sem oposição dos 9 metros) e como já foi dito, para os 3 guarda-redes que se mostraram furos abaixo do que podem e devem fazer.

Ghionea demonstrou que numa liga como a nossa pode fazer a diferença no 1 para 1 defensivo mas por várias vezes encontrou-se fora de posição ao ajudar demasiado o seu colega do lado.

Quando faltam apenas 4 dias para o jogo com o Benfica ainda há muitos aspetos a melhorar, mas se o Sporting no domingo continuar a defender da mesma maneira será muito complicado vencerem o rival lisboeta até porque mesmo no ataque as dificuldades vão ser acrescidas tendo em conta o que o Benfica tem demonstrado a nível defensivo.


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