Como jogam alguns dos participantes da EHF Champions League 18/19

Tomé BritoOutubro 2, 20185min0

Como jogam alguns dos participantes da EHF Champions League 18/19

Tomé BritoOutubro 2, 20185min0
Um olhar ao que têm feito Paris-Saint Germain, Metalurg e Veszprem na EHF Champions League desta época. Conseguirão chegar ao ceptro mais desejado do andebol europeu?

Depois de 3 jornadas da fase de grupos da EHF Champions League completas está na hora de fazermos um curto balanço de como tem sido a competição para algumas equipas. Assim sendo, neste artigo iremos abordar 3 equipas que têm tido caminhos bastante distintos até ao momento na competição.

VESZPREM – Da expetativa à desilusão

O primeiro clube de que vamos falar é a equipa hungara do Veszprem, à volta da qual se tinham criado altas expetativas para esta temporada com a entrada de jogadores como Sterbik, um dos melhores guarda-redes da história deste deporto, Strlek, ponta direita pouco vistoso mas bastante eficaz e Borut Mackovsek, lateral-esquerdo que deu nas vistas nas últimas épocas ao serviço do Celje.

No entanto as altas expetativas rapidamente se tornaram numa desilusão, com a equipa a perder os seus últimos 2 jogos na competição (frente ao Barcelona e ao Vardar) depois de ter vencido na 1ª jornada o Kielce por 29-27, o que culminou com a saída de Ljubomir Vranjes – visto por muitos como um dos melhores treinadores da atualidade.

É certo que as derrotas foram contra outros dois candidatos a vencer a competição, mas até a vitória frente ao Kielce, outro candidato, foi bastante sofrida com Strlek a confirmar a vitória já nos minutos finais e num grupo como o do Veszprem (Barcelona, Kielce, Vardar, Lowen e Montpellier são todas equipas que ambicionam chegar à Final Four) é importante conseguir uma boa classificação final para evitar cruzar com uma das equipas mais fortes do grupo B nos oitavos.

Ora, mais que os resultados tem sido o andebol que os Hungaros têm demonstrado. O ataque parece sem ideias e muito pouco organizado – tanto Lekai como Mahé são centrais que gostam mais de assumir o protagonismo pecando na organização do ataque – e tanto Nagy como Ilic, ambos muito fortes no remate de 1ª linha e dos pontos mais fortes da equipa, têm sentido dificuldades para se impor e fazer a diferença.

Já na defesa tanto Toft Hansen como Terzic, dois especialistas, têm estado longe do melhor nível e sentiram graves dificuldades contra 1ªs linhas mais rápidas como a do Kielce e do Barcelona. Já Sterbik está mais uma vez em grande e as suas defesas ainda continuam a ser uma garantia de pontos (jogo com o Kielce). O que é certo é que o próximo treinador do Veszprem tem muito para resolver e uma derrota no próximo jogo contra o Meshkov Brest pode por mesmo em causa a passagem do Veszprem aos oitavos.

PSG – Quando um treinador percebe a equipa tudo se torna mais fácil

Ao longo das últimas temporadas, em que o PSG tem falhado o acesso à final desta competição, tem sido apontado sempre o mesmo problema ao clube francês, a dificuldade dos treinadores em gerirem tantos jogadores de classe mundial e os seus egos. Com a entrada de Raul Gonzalez, que já se debateu com o mesmo problema no Vardar onde ganhou uma Champions, isso parece ter mudado e o PSG parece mais dominante que em épocas anteriores.

Claro que ter uma equipa onde as opções para a primeira linha são do nível de Hansen, Karabatic, Remili, Sagosen ou Stepanacic, e quando estes colocam os ideias do seu treinador – com ataques muito temporizados, sempre à procura da situação de finalização mais vantajosa e sempre muito eficazes, tudo se torna mais fácil e o resultado até ao momento foram 3 vitórias frente ao Motor Zaporozhye, Celje e Zagreb, sendo as duas últimas goleadas por 12 e 11 golos respetivamente.

Os adversários até podem nem ter sido os mais fortes do grupo (teoricamente até são os mais limitados) no entanto a clara superioridade que têm demonstrado aliada ao seu inteligente andebol dão a crer que este pode mesmo ser o ano do PSG. Os próximos jogos contra Nantes, Skjern e Pick Szeged são os testes perfeitos para avaliarmos o real nível desta equipa e podemos esperar grandes jogos de andebol nas jornadas que aí vêm.

METALURG – Juventude não é sinónimo de resultados

Quando olhamos para a média de idades do Metalurg, que anda a rondar os 22 anos, podemos duvidar que esta se trata de uma equipa de Champions, e as 3 derrotas nas 3 1ªs jornadas da competição só vem a ajudar essa teoria, no entanto o projeto do Metalurg é para o longo-prazo e caso estes jovens consigam evoluir como se espera podemos ver mais uma equipa da Macedónia (a par do Vardar) em fases mais adiantadas da competição nas próximas temporadas.

Por enquanto ainda se nota muito a típica inexperiência que os jovens costumam apresentar tanto a nível ofensivo – cada jogador da 1ª linha quer decidir por si o que leva a ataques muito precipitados e a situações de finalização com baixa percentagem de sucesso – como a nível defensivo onde alguns atletas precipitam-se a sair ao portador da bola levando a algumas exclusões de 2 minutos muito desnecessárias.

A nível individual Jaganjac e Tankovski têm sido os grandes destaques ao fazerem a diferença ao nível do tiro exterior e são bem acompanhados pelo ponta direita Tokic que tem demonstrado um grande leque de finalizações. Para já os resultados teimam em aparecer, o que já seria de esperar, mas daqui a uns anos e se alguns destes jogadores se mantiverem na equipa e tiverem um desenvolvimento “normal” podemos estar perante uma das equipas mais emocionantes do andebol europeu.


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