A importância do modelo de competição na formação
Um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento individual do atleta é colocar dificuldades, de forma ajustada, ao seu nível individual dentro de uma dificuldade coletiva. Ou seja, os jogos devem ser o mais equilibrados possível em termos de resultado. Infelizmente, não é isso que acontece na maioria das associações. Continuamos a ter jogos muito desequilibrados num primeiro momento das competições, o que considero normal, mas com o decorrer da competição esse desequilíbrio devia desaparecer e o equilíbrio ser a nota dominante, não é o caso. Este modelo desajustado não é benéfico para ninguém, nem para quem ganha, nem para quem perde.
É importantes as associações regionais, responsáveis pelos modelos de competição na primeira fase da época, entenderem que tem que mudar rapidamente o modelo em vigor. Além de não haver evolução dos atletas, o que já de si é mau, temos outro grave problema, as desistências dos jovens jogadores que jogam nas equipas menos desenvolvidas. Na minha opinião temos que equilibrar o mais rapidamente possível o nível das equipas, não podem os clubes só ao fim de 3 meses de época começarem a jogar com equipas do mesmo nível de desenvolvimento.
Temos que rapidamente dividir as equipas, de forma a jogarem com equipas do mesmo nível e o mais vezes possível. Só assim o atleta pode desenvolver o seu talento individual e as próprias equipas acompanharem este desenvolvimento num contexto coletivo. Defendo que seja a própria Federação de Andebol de Portugal a definir os modelos de competições regionais baseando-se nestes critérios, as associações regionais seriam as responsáveis depois por gerir a competição. Da mesma forma que defendo o modelo de playoff no Campeonato Placard Andebol 1 por ser um modelo que coloca os melhores a jogar mais vezes entre si, o pensamento aqui é o mesmo. Temos que pensar no desenvolvimento da modalidade como a prioridade, colocando sempre o jogador como o protagonista principal, logo pensado o que pode ser o melhor para o seu desenvolvimento.
Na próxima época no escalão de sub-18 vamos assistir ao reaparecimento da primeira e segunda divisão, baseado nos resultados obtidos esta época. Pode ser uma mudança positiva apesar de estarmos a falar de escalões geracionais, o que coloca outro problema, temos equipas que tem um bom nível este ano e vão conseguir um lugar na primeira divisão da próxima época mas os atletas mais desenvolvidos sobem de escalão e os que vem do escalão abaixo muitas vezes não tem a qualidade dos anteriores.
Isto vai provocar resultados desequilibrados mais uma vez. Também temos casos ao contrário, equipas que não tem muita qualidade este ano mas no próximo terão, mas vão disputar a segunda divisão por não conseguirem a qualificação este ano. Pessoalmente sou defensor da forma actual, começar regional e passar depois a nacional, mas para isso temos que acelerar as competições regionais, temos que começar a jogar a fase nacional mais cedo. Reduzir o tempo de competição a nível regional seria a solução, colocando mais cedo os melhores de cada região a disputar as vagas nacionais entre si.