3 surpresas e 3 desilusões da Vuelta 2023

Chega ao fim mais uma Vuelta, que ficou marcada pelo largo domínio da Jumbo Visma, que consegue não so vencer a terceira grande volta do ano, como consegue colocar 3 elementos no pódio.

Que surpresas e desilusões podemos assinalar das ultimas 3 semanas?

Surpresas: Sepp Kuss, Cian Uijtdebroeks e Enric Mas

Supresa enorme ao ver Sepp Kuss vencer uma grande volta, mas se havia escudeiro que merecia isto, era o norte americano.

Fundamental nas vitorias de Roglic e Vingegaard nos últimos anos, e apesar de a certa altura se ter duvidado se estes o iriam respeitar, Kuss teve finalmente o seu momento de glória, um momento totalmente merecido, e que nos faz gostar ainda mais deste desporto.

Um trepador notável, beneficiou de não ser à partida um favorito para conseguir chegar à camisola vermelha (como tinha acontecido com Carapaz no Giro 2019, por exemplo), e não mais a largou.

Cian Uijtdebroeks foi outra das grandes supresas. O belga estreou-se em grandes voltas com estilo, conseguindo um notável oitavo lugar, à frente do seu companheiro e principal líder da equipa à partida, Alexsander Vlasov.

Com 20 anos apenas, a Bora Hansgrohe tem aqui uma opção muito viável para provas por etapas, a juntar ao já mencionado Vlasov, e a nomes como Higuita, Buchmann e Jai Hindley.

Outra “meia” surpresa foi Enric Mas. Depois da queda que o tirou do Tour, não competiu mais, pelo que a sua condição física era uma incógnita.

Ainda assim, foi juntamente com o compatriota Juan Ayuso o único que conseguiu acompanhar minimamente os 3 cavalos de corrida da Jumbo, tendo ao contrario do que lhe é característico, quebrado ligeiramente nas ultimas etapas, perdendo o top 5 para Mikel Landa.

Desilusoes: João Almeida, Remco Evenepoel e Geraint Thomas

Apesar do honroso nono posto, não deixa de saber a pouco esta prestação de João Almeida.

Era uma oportunidade talvez única de cimentar estatuto dentro da equipa da Emirates, mas tal como em 2022, voltou a ficar atras de Ayuso na classificação geral, pelo que neste momento será o 4º na hierarquia da equia árabe no que toca a grandes voltas, atrás de Pogacar, Adam Yates, e o mencionado Ayuso.

Remco sai de Espanha com a camisola da montanha e com duas etapas no bolso, mas não deixa de saber a pouco para o vencedor da Vuelta 2022. Quebrou a bom quebrar na etapa 13, onde perdeu quase 28 minutos, e não mais conseguiria voltar a aproximar-se do topo.

Tal como no Giro deste ano, volta a deixar dúvidas quanto à sua capacidade para 3 semanas. Terá a Vuelta 2022 sido um mero acaso? Ou Evenepoel é mesmo um fenómeno com capacidade para grandes voltas, para alem da sua capacidade para provas de um dia?

Já Geraint Thomas, depois da super prestação no Giro, elevou as expetativas para esta prova, no entanto, muito cedo ficou afastado da luta pela geral.

Nunca pareceu estar num momento de forma para se evidenciar, e nem uma etapa conseguiu levar para casa, o que tornou a prestação da INEOS nesta competição, absolutamente banal. Com duvidas em relação ao futuro de Thomas, terá esta sido a ultima aparição do galês em grandes voltas?