MLB: Greve cancela jogos da primeira semana da época regular
O mundo dos fãs da Major League Baseball viu o mês de março iniciar com uma notícia bastante intragável: a greve da MLB vai se prolongar por mais tempo, e sem uma aparente luz ao fim do túnel. Os recentes episódios nas negociações e a decisão por parte dos executivos da MLB de cancelar as primeiras séries da temporada seguem frustrando a comunidade de torcedores – após décadas, temos novamente jogos cancelados por disputa trabalhista entre donos e sindicato de jogadores.
Mas a confusão não é de agora. Dia após dia, os fãs de beisebol foram frustrado com notícias sobre as reuniões entre o sindicato e a liga. Os encontros não duravam o suficiente para a grandeza do problema, e o sentimento gerado por estas reuniões também não eram nada bons. Para entender em que pé estamos, confira a coluna de Natan Pires e Felipe Martins!
Discussões e brigas já vêm de muito tempo
Desde o início ficou claro que nesta greve os fatores preponderantes ao novo acordo coletivo seriam os financeiros. O comissário da liga, Rob Manfred, em declaração a impressa no último mês, alegou que questões do andamento do jogo, como um rebatedor designado para ambas as ligas e a expansão da quantidade de equipes na pós-temporada, eram consenso e poderiam acontecer. Porém, as negociações envolvendo questões de viés monetário se arrastaram desde o primeiro dia de conversas, e da maneira mais vagarosa possível.
No atual momento, não só o treinamento de primavera já foi severamente prejudicado, mas também a primeira semana inteira da temporada regular. Os primeiros dias de março já deveriam ter atividade nos centros de treinamento, e a abertura da temporada, marcada para o fim do mês, naturalmente geraria muita expectativa nos fãs. Tudo isso já está condenado, mesmo porque a executiva da MLB declarou em algum momento de fevereiro que as programações canceladas não seriam repostas.
Pontos de tensão
Mas o que gera tanto entrave entre os donos dos times e o sindicato dos jogadores para que a greve continue? Em termos de tópicos, as principais questões estão no salário mínimo para os jogadores profissionais, o exato momento em que o jogador tem a oportunidade de aumentar substancialmente a remuneração dentro da franquia, e o formato de seleção dos jogadores de universidade. Hoje, o time com o pior desempenho na temporada garante as melhores escolhas no chamado ‘draft’ – uma forma de manter o equilíbrio da liga a longo prazo. O último entre os pontos ‘espinhosos’ da negociação é a multa para times que gastem acima do ‘teto’ estipulado – a Major League Baseball é a única liga entre as grandes dos EUA que não tem uma política de teto salarial.
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Em geral, as recentes discussões aproximaram os interesses dos donos e do sindicato, mas não a ponto de chegar em um consenso. A data limite era dia 01 de março, mas a MLB informou que caso não chegassem a um acordo, jogos da temporada regular seriam cancelados e os atletas não seriam pagos integralmente. Dito e feito, a temporada será atrasada em pelo menos uma semana, e há chances de mais jogos cancelados caso não haja um consenso em breve.
Nesse cabo de guerra entre milionários e bilionários quem perde é o esporte e os seus fãs. Uma nova geração ávida pelos novos craques corre o risco de ficar longe deles por um bom tempo: quem ama o beisebol deseja ver o nomes como o mais recente ‘MVP’, Shohei Ohtani, rebatendo e arremessando com maestria; rever os campeões de Atlanta defendendo seu título com a volta de Ronald Acuña Jr., a virtude e jovialidade de Wander Franco. Mas infelizmente, neste momento não podemos cravar sequer que a temporada irá acontecer, quiçá acontecer por completa. O futuro do esporte que tanto amamos corre sérios riscos se a greve não for resolvida.
Read a letter from the Commissioner: https://t.co/LMNTlYZJ0b pic.twitter.com/TOxCeTfezQ
— MLB (@MLB) March 2, 2022