Um rivalidade titânica: Schalke 04 e Borussia Dortmund

Desde os primórdios do futebol em terras germânicas, a paixão e a rivalidade despertadas pelo derby do Ruhr atraiam as atenções de todos. Borussia Dortmund e Schalke 04 empenham todas as suas forças em cada embate pela vitória frente ao rival, porém em 1969 esse desejo tomou proporções felinas.

6 de setembro de 1969 é uma data que Friedel Rausch – um dos grandes símbolos do Schalke – jamais esqueceu na sua vida. Rausch era um defesa que jogou apenas em 2 clubes, um ano no MSV Duisburg (1961 até 1962) e 10 no Schalke 04 (1962 até 1972). Rausch era adorado pelos adeptos dos “Mineiros” – apelido conferido aos adeptos de Gelsenkirchen – por conta da sua dureza e por nunca dizer que não a uma “boa” confusão. No Rote Erde Stadium, casa do Dortmund, não existiam vedações e a lotação estava esgotada por adeptos de Dortmund e Schalke. Uma enorme confusão foi espoletada quando Hansi Pinker – avançado austríaco dos “Mineiros” – fez o 1-0.

Os adeptos forasteiros invadiram o relvado para celebrar o golo, a polícia local que contava com o auxílio da guarda canina, não conseguiu conter os adeptos. Um cão de guarda – de nome Rex -, hiper excitado pelo ruído da multidão, acabou por morder Rausch nas nádegas. Um ferimento de 4 centímetros de profundidade ficou cravado na nádega de Rausch, como na altura não havia substituições, Rausch jogou a partida até o final. No intervalo recebeu uma injeção contra o tétano e uma ligadura. O jogo acabou 1-1. Derby do Rurh – a disputa futebolística entre leões e cães A Federação alemã considerou inaceitável o sucedido com Rausch e declarou que doravante cães apenas poderiam entrar nos estados com um açaime e o Dortmund teve que pagar 300 marcos alemães a Rausch. Porém, o presidente do Schalke – Gunter Siebert – decidiu que tal episódio não ficaria sem resposta.

Antes do jogo de recepção aos rivais de Dortmund, dirigiu-se ao Zoo de Westerhold para ir buscar leões para receber os rivais de forma intimidatória. Os leões entraram em campo com a equipa e foram colocados a fazer guarda aos adeptos do Dortmund juntamente com a polícia. Os adeptos do Dortmund aproveitaram o azar de Rausch para tentar desestabilizar o irascível defesa que a cada toque na bola ouvia latidos vindos da bancada rival.

O jogo terminou 1-1, tal como o anterior. Um jornalista colocou a Rausch a pergunta sobre se ele não se considera sortudo pelo facto de o cão o ter mordido nas nádegas e não em outra parte mais sensível, ao que o defesa respondeu: “A sorte foi do cão, se fosse noutra parte teria perdido todos os dentes”.